domingo, 21 de fevereiro de 2010

Meu ídolo moleu.

Ouvindo Death Cab e pensando que a única banana abandonada na fruteira me lembra muito Velvet Underground. Acabei há pouco mais uma das minhas perseguições ao falecido J.D. Salinger pelo google. Falecido. Que merda. Eu não tenho exatamente ídolos, mas eu realmente gostava desse cara. A ponto de querer encontrar com ele. Não, não acho que eu ia seguir o clichê de dizer "oi, sou sua fã" e blablablá. Eu acho que a gente nunca sabe o que vai dizer a um "ídolo" até encontrar com ele e falar o que der na telha. Bem possível que não saia nada muito inteligente, que a emoção seja maior e que o resultado final seja uma foto feia. Sempre penso que essas fotos de pessoas com seus ídolos tendem a ser bem horrorosas, congelando todo mundo em um ângulo ridículo e enfatizando gorduras e rugas. Na real, tem uma ex-colega minha da escola que é muito bonitona e sai bem nessas fotos... mas não consigo pensar em nenhum outro exemplo positivo. Enfim, o fato é que eu fiquei realmente chateada com a morte do Salinger. De um modo que eu nem pensei que pudesse ficar. Mesmo. Andava meio deprimida nos últimos tempos porque parecia que todo mundo do meio artístico estava morrendo ao mesmo tempo, como um anúncio de "olha 2012 chegando aí, gente!". E, de repente, meu mais-ou-menos ídolo morreu. Meu ídolo, pronto. Acho que não terei muito afeto por nenhum outro famosinho como eu tinha por ele e pelo Heath Ledger. O único livro que me tocou mesmo depois do "Apanhador" foi um do Paulo Coelho. Não faço o tipo "vou enfrentar o Brasil e dizer que eu adoro o Paulo Coelho": parte disso é birra com os brasileiros, outra parte é um misto de preguiça com falta de motivo e, ainda outra parte, é o resultado de não entender porque ele é tão-tão-tão criticado. E, no fundo, não me ocupo em tentar descobrir certos porquês. O fato é que eu achei "Veronika decide morrer" um puta livro, inclusive pela cena bonita da masturbação. Ai, esse pudor do mundo me irrita. Metade dos problemas pessoais poderia ser resolvido se falar de sexo fosse menos tabu. Pobre Salinger, esse post era pra ser uma espécie de declaração-de-amor pra ele, algo doce e meigo que não terminasse com sexo. Imagina que tem gente querendo fazer filme das histórias dele... sendo que a riqueza está justamente na cabeça das personagens. E há quem tente criar continuações para o "Apanhador", o que eu acho completamente ofensivo. O velho fez pouquíssimas declarações em todo o tempo que ficou recluso, mas uma foi especialmente muito boa. Falou sobre o Holden ser um personagem parado no tempo, que estava integralmente no "Apanhador" - estilo "leiam e entendam. releiam, se necessário, mas não inventem abobrinhas". Depois de ver mil vezes V de Vingança, acabei ficando meio viciada em defender certas idéias. Ainda não sei se Salinger foi cremado ou não: o que se sabe é que a filha dele é uma putinha e que ele devia ser um baita chato. E altos bafões sobre desamores. Adoro pessoas comuns que se tornam importantes.


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