quinta-feira, 31 de maio de 2007

Sintonia. ^^

- Ellen?
- Eu conheço seus olhos.
- Como?
- Eu conheço seus olhos.
- Conhece, é? Intuição feminina?
- Destino. Sonhei com eles ontem.
- Mas... eu não sei nada sobre você. Fomos apresentados há tão pouco tempo...
- Tempo é uma coisa que realmente não importa.
- Você parece gostar de chá de canela.
- Viu, você conhece parte de mim. Eu não estava errada, você é mesmo especial.
- Mas várias pessoas gostam de chá...
- Me diz então que eu sou uma estranha, uma desconhecida. Diga que não sentiu nada.
- Mas eu... eu não quero dizer isso.
- Não seja por isso, eu sou forte.
- Mas...
- Não é verdade, né?
- Não sei. Eu achei que fosse só comigo isso...
- Olha, eu também estou apavorada. Mas é você, é você mesmo. Você é o cara do sonho.
- E como era esse sonho?
- Real.
- Você está com medo?
- Não sentirei medo, desde que você diga que está comigo.
- Mas eu não sei quem você é...
- O que importa, Eric? O tempo não importa...
- Não sei o que dizer, já não entendo o que é isso.
- Mas, pelo menos, concorda que existiu uma atração..?
- Ei, isso é pedir demais.
- De quanto tempo você precisa para pensar?
- Quanto tempo você está disposta a esperar?
- A eternidade.
- E seus medos?
- Você está comigo.
- Você sente?
- Sinto tudo o que você sente.
- Então me ajude a entender. Eu tenho medo.
- Você também sonhou?
- Com seus olhos. No sonho eles pareciam tão ingênuos e pacíficos... agora só me causam frio, me deixam nervoso.
- Isso é ruim?
- Não, é incrível. Parece tão contraditório, mas é uma sensação boa.
- Eric, você tem certeza?
- É tudo o que tenho.
- Talvez você tenha bem mais do que isso...
- O que eu quero são mais do que palavras.
- Você tem certeza?
- Acho que sim... sim, estou certo.
- E o medo?
- Talvez, se fechássemos os olhos, o frio passasse...
- É, você me conhece bem.
- Isso é um sonho?
- Realidade.
- Você gosta do que sente?
- Gosto de você.
- Estranho... você nem me conhece.
- Temos todo o tempo do mundo para nos conhecermos.
- É verdade... É, sim. Eu sei disso.
- Ei, o que você está fazendo?
Cala a boca.
...

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Literatura

Na verdade eu estou longe de ser um bom exemplo - talvez até por isso eu não me importe em cometer certos erros. Nesse momento, minha mãe deve estar conversando com minha psicóloga, enquanto eu suspiro pelo fim das provas da escola e coisas assim. Na verdade tem Simulão sábado e eu vou estudar alguma coisa daqui a pouco, mas senti bastante votnade de escrever. Eu não gosto de como esses textos daqui andam longos e subjetivos, mas enfim. Existe um considerável número de pessoas especiais que já se interessaram por um post ou outro, o que me deixou bem feliz na verdade.
Eu ando sem paciência para ler livros - ainda mais de ficção - do início ao fim, até por isso tenho procurado alguns livros que são estruturados de modo diferente... Tipo um de pensamentos soltos, do Pascal. Sim, o carinha das fórmulas matemáticas. Matemáticos são caras muito legais, por sim. Eu adorova as aulas filosóficas de matemática do ano passado (ou retrasado)... e é uma matéria que - cortando a parte de gráficos relacionados com circunferências - me interessa horrores. E eu nem sou uma aluna exemplar nisso, mas eu me emociono um monte. Por mais que eu saiba que Baskarah será inútil no resto da minha vida, eu acho super importante a evolução do raciocínio que a matemática oferece.
Eu lembro de umas pessoas falando de matérias interligadas, da Tusnelda justificando que as notas baixas em português provém do mau desempenho em matemática... e lembro, sei lá, de personagens obsessivos. Desde que eu aprendi que 6:3 = 2 eu conto tábuas, azulejos, bolinhas e todo o tipo de coisa pelos cantos, vejo se é divisível por 5, se o número de sílabas da frase de uma música se encaixa e por aí vai. Bem coisa de quem não ter o que fazer parece, mas sei lá. Eu adoro, na verdade, quand me pego sem nada para afzer em algum lugar onde eu sou semi-obrigada a ficar sem nada para fazer, tipo a fila do caixa do banco (tudo bem, eu não vou no banco porque a minha mãe trabalha em um, mas não é o caso).
Eu gosto de sentar no sofá e olhar para os lados, pois sempre acho que nunca vi o suficiente. Isso é ruim, meio sintoma de dona de casa na hora da faxina, porque depois de um tempo tua atenção tá canalizada pro fio de cabelo no chão ou na mosquinha da parede... Mas eu nem reclamo. Se não posso ouvir música eu brinco com os dedos, fico pensando no que vou escrever no próximo post (sim, eu sou fanática), no que vou comer quando chegar em casa, sei lá...
Eu não gosto de me passar por culta ou ficar naquelas crises de underground, onde tudo o que é pop é recusado com nojo. Na verdade isso é parte do todo e, se é toda a verdade ou todo o conhecimento o que queremos, devemos absorver o máximo de tudo. Eu lembro do meu professor de teatro falando de como uma meia verdade deixa de ser verdade, em outras palavras... Você filma um acidente de trânsito, filma o cara ensangüentado, edita o filme e corta essas cenas, pois acha que são 'muito fortes'. Pronto. Você mostra o acidente pela metade... não mostra a verdade por inteiro.
E, como o Pascal (eu acho) estava dizendo, verdade é uma coisa muito particular. Sempre vai haver interferência do observador (ah, não era Pascal, era aula de literatura), uma opinião... O que ele disse é que o valor das coisas mesmo, o especial - o plus - está naquilo em que não vemos, onde está contido. A graça seria essa: não supervalorizar o momento tornando-o algo público, simplesmente vivendo-o. Porém, quando descobrimos de onde vem toda a magia, quebramos a condição disso de ser especial, então se torna uma coisa banal e sem brilho, como outra qualquer.
Eu ia postar esse pensamento no flog outro dia, mas ficou tão depressivo que postei uma coisa que me chamou mais a atenção, sobre pequenas ações e tal. Eu estava lendo agora que o que faz o homem ceder diante do Demônio e da morte é a vontade fraca. Sei lá, eu gosto dos contos de terror do Edgar Allan Poe. E gosto de mais um monte de coisa de muita gente. Eu ando lendo sobre como são formulados testes psicológicos de personalidade, critérios e tal. O que eu encontrei nesses livros são símbolos, matemática e muitos gráficos. Mas são interessantes pacas. Casualmente esse assunto anda coincidindo em vários pontos...
Eu pensei bem e, sinceramente, o Amor romântico é um saco. Algo totalmente idealizado, platônico, sofrido, triste. Corta todo o clima de realização que o Amor deveria trazer. Até por isso o Realismo é bem mais apropriado para isso... sem esconder nada, sem tirar nem por... Ver a pessoa e gostar dela pelo que ela é, não apenas pelo que ela representa. Trata-se de um bem para ela e para você, pois nenhum dos dois deve mudar seu jeito de agir, sentir... Não é preciso linguagem figuração, imaginação (que resulta da interação do sonho com o raciocínio) - existe por si só, sem precisar se estruturar por pensamentos terrenos.
Eu peguei as notas na escola ontem e fiquei bem feliz com o resultado. Me arrependo de não ter nerdiado em anos anteriores. Comprei sapatilhas, balas, fui para a aula de dança. Enfim, tem umas coisas que eu nem gosto de falar porque, sei lá, realmente não são construtivas. Eu espero que a novata realmente deseje participar das aulas, caso contrário acho que a turma afunda. As poucas mulheres que estão "dançando" vão passar um tempo na Europa e, as que vão ficar em Porto Alegre, pretendem ficar bem longe da minha cara de bunda. Eu não fico mal por isso, realmente não fico.
Mas então seguem aquelas típicas encenações sem moral nenhuma, onde 'todos contam com sua presença' e você não vê a hora de tudo acabar. Eu ouvi minha mãe falando umas coisas e juntei com o que eu li em uma Zero Hora por aí e é bem verdade: a gente é bem masoquista mesmo, porque filmes de terror nos deixam tensos e até fazem mal para o organismo. Eu fico tri nervosa com qualquer coisa, de apresentações orais e campeonatos até, sei lá, ter de puxar a cordinha do ônibus. Certo que eu teho que curar minhas neuroses. Falando nisso, roí minhas belas unhas crescidas. E, sinceramente, vou tentar seguir minha rotina de usar menos Internet, evitar pensar em fenêmenos sobrenaturais... só não queria perder o quê de astrologia. Muitos psicólogos perdem isso ao longo de seus estudos.
No mais, sei lá... continuo me irritando com pessoas que sentam do meu lado no ônibus quando existem mil possibilidades de lugar. Eu quero ter filhos com nomes antigos, ph, essas coisas... mas não sei quando terei paciência o suficiente para aturar 'crianças normais'. Na verdade um outro assunto invade a minha cabeça... mas enfim, eu seria arrogante demais se comentasse isso por aqui, então fica tudo assim. Eu abandono o romantismo, o Alvares de Azevedo e as poesias, mas o subjetivismo fica. Que coisa...

segunda-feira, 28 de maio de 2007

O Apanhador No Campo De Centeio


Fazendo uma pesquisa, de leve, pelo Google (tudo começou no setor de imagens, depois sim foi para a busca de artigos mesmo) encontrei alguma coisa realmente satisfatória sobre The catcher in the rye (O Apanhador no campo de centeio). A maioria dos sites trazia sinopses e resenhas muito ruins, que limitavam a interpretação do livro, sugerindo apenas que o protagonista - e o livro é narrado em primeira pessoa) - é um adolescente inconformado, " que leva bomba na escola" e é incapaz de largar suma máscara pessimista, que chama por Realismo.
Eu acho esse tipo de afirmação ridícula. São pessoas que lêem um livro sem emoção nenhuma, como se isso fizesse parte de uma rotina bem mecânica e chata. Óbvio que existem alguma "leituras obrigatórias" ou de assuntos desinteressantes, que por vezes temos que fazer por algum bom motivo... Mas, por favor, isso não impede o leitor de tentar se aprofundar na leitura, buscar intensidade. Já que você 'tem que ler' algo, então leia com vontade.
Li uns comentários bem argumentados, demonstrando opiniões bem diferentes das minhas e, como toda pessoa teimosa e fã de alguma coisa, confesso que fiquei meio desapontada. Mas tudo bem, de fato se eu gosto tanto assim desse livro melhor para mim... pois nem todos podemos compartilhar da mesma visão de mundo e isso, no fundo, é um previlégio. Não me importo que gostem de outras coisas, contanto que respeitem meu gosto. Pelo menos essas pessoas se expressaram de forma bacana, ao contrário de uns internautas bem troxas que conseguem se achar superiores grifando informações erradas... quer xingar, tudo bem, mas pesquisa... é muito chato lidar com críticas mal intencionadas e formuladas. É, digamos que eu levo algumas coisas para o lado pessoal, ainda que eu não tenha direito disso...
Há uns três anos, por aí, eu li cerca de duas vezes o título desse livro em flogs de amigos. E, como a maioria das pessoas que eu conheço, julguei o 'O Apanhador no Campo de Centeio' como sendo algo totalmente chato, aparentemente descritivo e naturalista - é, eu não gosto de coisas naturalistas. "Campo de centeio" eu achei o fim da picada. Tratei de imaginar um romance bem brega, com uma mulherzinha guardada pelo pai fazendeiro ou coisa que o valha. Enfim, me parecia no máximo a biografia simbolizada de algum cara do campo bem entediante.
Me disseram que o Holden (Caufield, o personagem principal) era bem - mas bem - parecido comigo e, gerada a curiosidade, eu fui atrás do maldito livro. Não é grande, sabe, é bem gostosinho de ler. Linguagem bem informal, humor negro, mensagens subliminares. No fundo, gostei também dos vários pontos de vista que ele pode retratar... você pode chamar o Holden de homossexual (o que eu não concordo, mas enfim), carrancudo, Arthur Rimbaud, garoto inocente e covarde, herói dos jovens (que brega isso), vilão dele mesmo, cara pessimista e ranzinza ao extremo ou, sei lá, riquinho vagabundo. Nenhuma das afirmações está totalmente errada, nem totalmente certa.
Eu acabei de ler bem maravilhada com toda a história, que é do tipo que narra pequenos acontecimentos com toda a cobertura de pensamentos misturados do personagem. Ele tem uns dezesseis, dezessete anos, "estudava" em uma escola só para garotos, mantinha uma admiração pelo irmão falecido e pela irmã mais nova. Não é uma história narrada como uma aventura, é algo totalmente parado no tempo, bem mórbido. É tudo muito triste, como também é tudo muito verdadeiro. Eu compartilho da mesma visão de mundo do Holden, então eu me senti mega depressiva com toda a história. Ele acaba em uma clínica de recuperação.
Eu não quero isso, eu não sou nenhuma louca. Ou eu sou, mas do mesmo jeito, eu não quero isso. O cara que matou John Lennon justificou o assassinato com o livro... eu gostaria de ter conhecido esse sujeito. Problemas mentais a parte, eu sinceramente gostaria de presenciar o que ele sentiu e coisas assim... É verdade que o livro, apesar de te confortar, te deixa pensando sobre várias coisas... mudar, fazer alguma coisa, buscar um sentido, dar valor para as coisas pequenas, saber observar as pessoas, aprender com elas, lidar com elas, não provar do veneno delas... simplesmente não se corromper.
O livro foi escrito há um tempão e continua sendo super atual. A não ser algumas questões mais filosóficas, que eu particularmente adorei ("Para onde vão os patos desse lago quando chega o inverno?"), são abordados temas diversos... desde o modo como o universo masculino interage com o feminino até pequenos detalhes, como as atitudes irritantes e que nos fazem sentir pena - ou diversas outras emoções - sobre determinado alguém. Bebida, música, fortões sem conteúdo, prazeres e desprazeres... a maneira como tudo é padronizado, como somos levados a seguir a tendência e nos sentirmos culpados com o contrário. Enfim, pela vigésima vez, só posso dizer que o livro é muito bom.
Eu conheci, nas férias, um cara igual ao Holden (não, eu não me apaixonei por ele, fiquei apenas na admiração). Certo que eu pentelhei muito ele para ler 'O Apanhador...' e, feito isso, a gente passa grande parte do tempo - até hoje - utilizando o livro ao compararmos nossas visões - praticamente iguais - de mundo. Eu conheci outro sujeito que até tinha algumas características do Holden, quando eu dava umas assistências bem trouxas no Orkut, do tipo aceitando no Msn pessoas que desejavam conversar sobre elas mesmas e buscar a análise de outras pessoas. Eu concluí que esse último cara, daqui uns três anos, apareceria numa foto no jornal de Minas Gerais, sob algum título de assassinato ou sei lá. Eu disse isso pra ele e, a partir dessa conversa estranha, viramos 'grandes amigos por um período'. A gente nem mantém muito contato agora... talvez eu tenha perdido a paciência, talvez seja pela dificuldade em conciliar horários... enfim.
O 'cara igual ao Holden' me mandou uns três scraps discutindo algumas coisas de caráter religioso que eu postei em uma comunidade de Ateus (eu saí da comunidade, pois aquilo parecia um concurso de xingamentos e não uma central de discussões. Fora que, espiritualmente falando, eu evoluí muito.). Inicialmente a gente não teve uma impressão boa um do outro - ele achava que eu era uma crente ignorante por não postar lá como a maioria dos ateus e eu não sabia o que ele pensava da vida, porque foi tudo realmente agressivo e do nada.
Um dia ele excluiu um dos scraps que ele tinha me mandado, quando eu estava respondendo ainda... isso me deixou bem irritada, porque eu estava prestes a retrucar tudo o que ele me disse com enorme prazer. Começamos a nos falar por Msn, justo num período de extrema bagunça na vida dos dois. Historinhas de desencontros amorosos, pés-na-bunda, música, química, marcenaria, comida, escola e muitas semelhanças no nosso mundo anti-social por opção. Sei lá, a gente tinha ficado um tempo sem se falar e, num dia desses, de repente, conversamos um monte e foi muito emocionante ver o quanto mudamos, o quanto a vida dá voltas e coisas assim. De um lado, muita maturidade, segurança, autonomia, novos obejtivos... do outro, dúvidas novas, estabilidade emocional, mais seriedade. Ui!
Agora nem sei porque fiquei falando isso tudo. Na verdade minha mãe me perguntou o que era "The Catcher In The Rye" entre as minhas comunidades... Daqui uns tempos eu explico pra ela, em forma de tatuagem (hahaha)... Enquanto isso eu me limito a sugerir o livro para as pessoas legais. Mas meu tempo acabou por aqui. Minha vida nerd me chama. Falando nisso, tem Simulão sábado - com o Gui! No mais, só digo que eu tenho estado melhor do que nunca - agora com noção e certeza do que eu falo. De fato, é realmente ótimo quando você se esforça para algo dar certo e tem bons resultados... e, sabe, o final de semana foi perfeito.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Plural de singulares.

Freud diz - mais ou menos assim - que, a princípio, a base dos nossos medos, o modo como agiremos em frente a sociedade, o modo como lidaremos com nossos desejos... enfim, tudo isso já é predefinido na infância. Como me disse um alguém outro dia - embora fosse outro assunto - e, de fato, é verdade: as crianças não têm vergonha. No fundo elas não deveriam nem ter medo - visto que a vergonha provém deste - e sabe-se que tudo isso é imposto pelos pais e pelo mundo que as rodeia. Elas vão teimar em puxar o rabo do cachorro até que ele se revolte e morda alguma mãozinha indefesa.
O que acontece é que a maior parte da repressão que os 'adultos' acaba se voltando como culpa que, com o passar do tempo e o desenvolvimento da pessoa, só se acumula de uma forma desentendida. Você aprende que fazer tal coisa é proibido, é feio, que não pode. A partir do momento que algo te é negado ou você simplesmente é privado de algum prazer sem entender porquê - o que há de mal - tudo o que você herda, juntamente com algumas lembranças desprazerosas, é uma malinha cheia de preocupações que, ainda que não te atordoem todo o tempo, vão interferir no resultado final.

Não se trata - só - de medo de escuro, insegurança de uma maneira geral: é a personalidade que vai sendo formada através de experiências da qual muitas vezes não obtemos conclusão alguma. Você sabe que é proibido, mas sabe também que é o que deseja. Vai desafiar as palavras para ver até onde essa teoria não se faz prática? Vai tentar ultrapassar as barreiras entre você e seu 'sonho'? Grande parte das pessoas se culpa por não compreender o que se passa, pois sabem o quão 'erradas' estão em insistir num desejo impuro. Ou não insistem - apenas vivem na amargura de não tentar. A vida rotineira pode ser realmente fácil quando não temos lembranças.

Existem aqueles que, de alguma forma, buscam explicação no passado, buscam contrariar o inevitável ou, ao menos, tentar substituir sonhos antigos por novas realizações - mas nem sempre conseguem. O comum é se ocupar com outros pensamentos, outras ações que condizem com o que é 'certo', com o que é aceito pela maioria. É como se o capitalismo, de repente, existisse em nosso organismo também, sabe. O importante é o sucesso, a velha história dos funs justificam os meios. Só que nem sempre é lembrado que tais fins são apenas o começo, pois não saciarão a vontade que o tempo só agravou.

Num livro do Paulo Coelho, Veronika decide morrer, existem várias frases para descrever os loucos. Uma das que eu mais gosto diz que "louco é quem vive em seu próprio mundo" e, de fato, isso me lembra bastante alguns personagens esquisofrênicos de outros lugares - não exatamente desse livro. No fundo a realidade é isso, totalmente individual. As pessoas são reprimidas, medrosas, sentem culpa por desejarem o diferente, são preconceituosas até com elas mesmas. Ser único, ímpar, diferente ou 'normal' é de uma enorme responsabilidade se formos pensar que temos não só que suprir nossas necessidades pessoais como também apresentar uma boa imagem àqueles que nos rodeiam.

Eu sempre gostei dessa explicação freudiana, que justifica nossas características atuais por ações passadas, de quando não tínhamos total consciência sobre nossos atos. Éramos tão ativos e descarados. Por isso eu gosto de crianças diferentes das que correm e berram o tempo todo: elas, certamente, têm algum problema. Pessoas sérias tendem a ser até mais verdadeiras, pois se fecham com tanta intesidade que não necessitam de nenhuma máscara. Talvez, por isso, sejam mais maduras ou já tenham aprendido a superar ou consertar erros do tal pretérito. Mas isso não é uma afirmação de que são melhores.

Assumir uma personalidade, uma cara que não é sua exige tanta coragem e dedicação que, quando se torna uma habilidade, é algo realmente admirável. Sim, é verdade que necessitamos de uma pausa, de um momento totalmente verdadeiro; parar de brincar de mentir. Aí sim: é preciso muito mais coragem. Enfrentar tudo aquilo que foi adiado, ouvir as velhas e novas críticas, adquirir novos traumas, se aventurar pelo famoso reconhecimento da sociedade, que deve te julgar como 'um dos deles' ou 'um perdido por aí' - um alguém que, segundo eles, não está certo da cabeça, não sabe o que é o bom da vida, não pode ser normal... Quem são eles? Eu, você, todo mundo. Qualquer pessoa capaz de fazer um julgamento, ainda que não exista um porquê para isso.

Vivemos disso. Quando nascemos somos ensinados - quase adestrados - a seguir um padrão, a sentir aflição e vergonha quando não alcançamos os resultados esperados, a sermos simplesmente educados com o próximo e mantermos o velho caráter falso com ele. Encontrar um vizinho no elevador, dizer 'oi, tudo bem?!', não ouvir sua resposta e ignorá-lo o resto do tempo, cada um olhando para uma direção diferente da incrível máquina cor-de-creme que é a cabine de um elevador.

Ser programado para aceitar a imposição de idéias é algo realmente estranho. Faz sentido, a partir do momento em que vivemos sob a mesma Constituição e devemos respeitar a natureza em todas as suas formas e essa coisa toda. O que não deixa de ser uma contradição: para ser respeitado, você deve ser aceito. Para isso acontecer, damos a mão, o braço, sorrisos amarelos, vestimos roupas não tão frescas no verão e somos obrigados a aturar todo o tipo de fofoca e injustiça, como se tudo fosse simplesmente 'normal'. Normal...

Porém, se formos todos pensar que cada um que nos dirige o olhar na rua também tem seus momentos de dúvida, de fraqueza, também não se sente satisfeito com o que vê no espelho, sente frio e vontade de ir à casa dos avós tomar chá e todas essas coisinhas dos 'prazeres' - a la Amélie Poulain - deixamos de nos sentir tão sozinhos e passamos a compreender que a deficiência está na maneira como as coisas são encaradas. Chegamos em um ponto onde a 'liberdade de expressão' é uma expressão banalizada, modismo. Não existe a tal da liberdade, a não ser dentro da nossa concepção - quando estamos sozinhos no quarto e ninguém pode questionar as caras abobadas que fazemos quando estamos absortos em nossos pensamentos. Fugir não adianta, não podemos viver num refúgio para sempre, fingindo que somos felizes por agirmos como a maioria.

Assumir a loucura faz parte do crescimento, é o caminho para a realização e a borracha necessária para reconstruir linhas tortas.


sábado, 12 de maio de 2007

A fila anda.

Tudo começou quando as coisas foram divididas em setores e, estes, em subsetores: quando o tudo - massa homogênea e branca (segundo a física, o branco é a mistura de todas as cores) - ficou categorizado em pequenas e grandes parte. Surgiu a era das maiorias e minorias. Sim, senhores, isso foi horrível!
Na verdade, todo esse assunto começou a brotar na minha cabeça hoje, quando eu cruzei com a ala das revistas, num supermercado. Eu sempre lembro dum trechinho de 'Filtro Solar', em que o cara diz "não leia revistas de beleza, elas só vão fazer você se sentir feio." (acho que erra 'horrível' e não 'feio', mas enfim). Na capa dizia alguma coisa sobre moda de inverno, maquiagem, como não engordar, dicionário de sonhos, possivelmente revelações de celebridades e alguma coisa que eu não lembro, mas que na hora me deixou bem equivocada... acho que era uma daquelas listas de como se apaixonar (ou não).
Só sei que faz um tempo já que eu desencanei dessas idéias aí... Vou te dizer que o que eu gostava na famosa Capricho eram três colunistas. O Jerry, o Antonio Prata e uma mulherzinha que não me encanta mais. Eu tenho um livro dela, mas enfim. Me dava profundo nojo ver que essas revistas para garotas no fundo são destinadas para um tipo só de gente. Falam de roupas caras de algum lugar do mundo, fazem um horóscopo estranho e fazem listinhas de como ser/fazer isso e aquilo. E, ah claro!, ensinam a lidar com homens.
"Como não passar o Dia dos Namorados sozinha", "Cantadas para noitadas" e coisas assim. É estranho falar mal disso quando eu sou a rainha das classificadoras. É bem mais funcional olhar para alguém e, dependendo do que a pessoa mostra, colocá-la em algum grupo. Mas até eu sei que eu estou errada quando eu faço isso. Ah, só pra constar que eu gosto de testes de revistas e sites e qualquer lugar. Hahaha
Só que enfim... óbvio que é impossível agradar todo mundo a todo instante... mas essa coisa toda de cada um ter sua identidade acaba virando rivalidade. E o mundo está virado num daquelles trabalhinhos de pré-escola (de escolas católicas, tipo a minha)... onde as criançinhas fazem um teatrinho para pais e familiares dizendo falas cujo significado nem entendem, sobre separar o lixo e a relação disso com salvar o planeta. As pessoas aplaudem, tiram fotos, abraçam os fofinhos e vão embora pra casa contentes...
Tipo é uma merda agora. Existem revistas para lésbicas. A edição da filha da Gretchen nem chegou ao RS. Sei lá. São assuntos polêmicos e assuntos não tão polêmicos que vão sendo camuflados, contornados pelas massas da maioria. Eu sinceramente achava a coisa mais ridícula do mundo saber que existiam pessoas que deixavam de comer ou provocavam o vômito após as refeições para não se sentirem culpadas, para não engordar. Acontece que eu conheci uma guria que era praticamente incentivada a fazer isso. Enfim, eu não compro mais revistas na verdade. De nenhum tipo. Me sinto meio alienada por não ver muita tevê, nem ler ou ouvir muitos noticiários. Mas eu não preciso de alguém dizendo que bonito é ser assim.
A garota se tratou, está bem melhor. E particularmente 'gostosa'. Bem melhor do que vê-la puramente ossudinha. Na verdade eu acho que ela nem sabe que eu sei disso, porque nem somos tão próximas. Mas, de fato, é um carinho recíproco porque a gente tem um humor muito parecido e nunca discordamos em coisas realmente importantes. Caso isso acontecesse, seria total compreensível - e ninguém mudaria o jeito de agir.
Eu já cansei de discutir sobre porque eu como porcaria sem culpa - apesar de estar levemente tentando ter uma vida mais saudável. No fundo, eu odeio essa coisa machista de querer garotas com o físico perfeito. Mas a culpa não é nem dos caras, mas da mente fraca feminina. Depois dizem que garotas se vestem para elas mesmas.... mentira! Claro que existe a competitividade - e muita! - mas nada se justificaria assim... e eu não gosto muito dessa idéia de 'o outro primeiro'. A pessoa tem que, no mínimo, se dar o devido valor.
Experimenta ir numa festa arrasada. O lado emocional, quando não sofre interferência do lado racional, só faz cagada. O equilíbrio é bonitinho, mas a ausência dele é realmente 'quase-fatal'. Eu já fiz isso, já errei comigo e com outras pessoas. Tri que eu realmente melequei o assunto inicial, mas tudo bem. Se você se sente inferior você tende a aceitar qualquer coisa, ver em um 'pequena proposta' um futuro brilhante e se joga na primeira oportunidade de ser feliz que aparece. Funciona na hora, enquanto você está se distraindo... depois que você pára para pensar nas suas atitudes, daí sim...
Na última festinha meiga de aniversário que eu fui, ficaram me atormentando com quinhentas tentativas de suicídio de uma guria. Algumas babacas, do tipo realmente 'preciso de atenção, olhe para mim' (músiquinhas do Simple Plan). Outras mais masoquistas mesmo. Mas, se eu for analisar todo o contexto - e os motivos, são coisas realmente relevantes. Existem casos que eu penso 'meu deus, como isso pode acontecer'. E então e me lembro de historinhas de pobres em programas tipo o do Gugu. São as típicas coisas que eu paro para escutar, penso 'puxa vida' e não digo nada.
Eu achei infeliz me contarem toda a vida oculta de uma pessoa na festa de aniversário dela. Eu poderia ser uma qualquer que nem se importa ou, então, poderia nem ter me prestado a ouvir mesmo. Na verdade eu me senti tri incomodada, fiz comentários do tipo que não acrescentam nada à conversa e fiquei com cara de enterro um tempão. A guria apareceu depois toda sorridente e eu fiquei comendo meu cachorro-quente toda constrangida. Eu me senti bonitinha quando a família dela se referiu a mim como alguém realmente especial e coisas assim. De certa forma eu fiquei realmente feliz com isso, mas temi que alguns dos presentes na festa tivessem desfrutado do mesmo prazer. Por nada não, mas aquele lugar estava repleto de pessoas que não deveriam estar ali.
Sabe o que é enfrentar o mundo por uma amizade, dividir alegrias e tristezas, se dedicar totalmente a todas as coisas legais e sacrifícios que uma relação pode oferecer e, depois de tudo, ser obrigada a acreditar que tudo isso nunca existiu? Ah, se pá todos já passaram por isso. E traições e coisas do tipo. E isso me faz lembrar de um filme que eu vi de novo hoje. Bem babaca. "Tudo para ficar com ele" - com Cameron Diaz!
Eu sei o que o joguinho "pisa que amacia" muito bem e, de fato, é tudo uma merda. Hoje existem programas de namoro na tevê - que, por sinal, eu assisto - com o intuito de fazer as pessoas acharem suas almas gêmeas naquilo. Juuura. Gente bonita e sem conteúdo, palmas! Ou uma esperança muito da burra, mas tudo bem. Na verdade está tudo errado. O próprio ato da procura está errado. E eu sinceramente não tenho aquela imaginação de que 'beijinho em balada' evolua para namoro. Yes, eu sou careta.
As revistas treinam as garotas para serem lindas e magras e mega produzidas (tri que eu tinha uma política muito da infeliz também: "eu não conto as calorias das comidas, me nego a fazer chapinha e nunca vou chorar por homem") e, claro, usar e abusar dos famosos 'gatinhos' até chegar o dia em que você deve pegar um galinha, se apaixonar por ele, perder a virgindade, chorar porque ele era um cretino e então voltar a pisar em todo mundo. E, claro, esperar o seu príncipe encantado... que deve ter um carro, te dar flores, te incluir nos programas com os amigos dele e fazer algo meigo na praia. Sempre falam em praia, nunca vi.
A vida real não é muito diferente - mas ninguém está disposto a mudar isso. As pessoas namoram já pensando na 'próxima vítima'. Se é que não traem. E eu não tiro a razão delas, porque existe gente tão bundona que merece mesmo um chapéu de vaca, por mais imaturo que isso seja. Sim, eu já traí, muito obrigada. Pior de tudo que isso não faz de mim menos ou mais confiável ou pior ou incorreta que ninguém. Até porque eu sempre pensei que o ato de trair uma pessoa em pensamente é pior do que o ato físico. Mas enfim, eu nunca tentei dialogar isso na hora de encarar os fatos. Mas enfim, como eu disse é algo bem imaturo e hoje eu estou centrada na idéia de que uma relação bacana é baseada em sinceridade mesmo. Daí vem a confiança.
Já dizia alguém (o Renato Russo!) que 'disciplina é liberdade'. Eu concordo bastante com isso. Num filme, uma chefe de uma determinada revista falou pra colunista que antes da guria falar sobre o que ela quisesse ela tinha que aprender a falar sobre o que pedissem pra ela. Meio nada a vê parece, mas eu penso muito nisso. E isso me lembra meu profile do orkut - vip, especialmente dum trecho do livro do Apanhador... e um post desse blog aqui, cujo título é marcador de páginas eu acho. Marca-páginas. Eu sempre ponho palavras-chave nos títulos, alguma até que não fazem menção ao texto. Mas esse marcador aí existe de verdade, achei num livro que eu estava lendo na praia, esse ano. Fala um trecho que eu acho que é o que mais me marcou... sobre 'ser infiel e, ainda assim, digno de confiança'.
A minha mãe fala coisas sobre 'homens têm medo de mulher de atitude' e, de fato, existem coisas que realmente assustam qualquer pessoa, seja qual for seu sexo. Se chegar um cara pra mim todo orgulhoso porque já traiu óbvio que eu não vou dizer "pô, que legal". Mas enfim... existe um preconceito. Hahaha. Que idiota dizer isso. Mas ok, vamos mudar de assunto. Uma amiga, no carro, me perguntou sobre uma sigla que ela viu num cartaz de uma festa... GLBTS. Eu respondi, pensando porque raios ela não sabia aquilo - daí me liguei que eu tenho amigos do meio e ela não está acostumada e enfim e ficou tudo bem, e então o pai dela comçou um discurso sobre a ordem natural das coisas, alegando que não compreendia porque as pessoas insitiam em violar a natureza. Eu gosto do velho e, sinceramente, por mais 'dono da verdade' que ele estivesse parecendo, eu não saberia argumentar.
Já me ofereceram teorias científicas para a homossexualidade bastante convincentes, embora eu prefira pensar que tudo parte do lado psicológico da coisa. Eu concordo que é desprezível isso, mas eu adoro buscar no passado justificativas para as características das pessoas. Eu acho que um pai ou uma mãe ausente podem interferir muito da visão de mundo - não [só] gaymente falando. Mas eu acho uma série de coisas que nem cabem aqui agora.
No fundo, são coisas que só são encaradas desse jeito porque são da minoria. Se fosse levada a sério mesmo a idéia de que bonito é amar o próximo ninguém se importaria se o próximo é um rio, um pato ou uma pessoa manca e com dreads no cabelo do mesmo sexo. O problema está na interpretação das mensagens, em como tudo é levado ao pé da letra. "Ame o próximO, não O atual, dona Ivy".
Ninguém pensa que bonito é ser você mesmo. Todos querem mudar para todo mundo, para uma vez na vida encontrar a realização de se sentirem desejados. Mas não. A solução é se aceitar, com defeitos e qualidades, e realmente valorizar as diferenças com a mesma intensidade que damos às semelhanças. Talvez se todos olhassem um pouco mais para o próprio nariz o mundo voltasse a ser uma mistura homogênea.


sexta-feira, 11 de maio de 2007

Holden...

Ah, meu! Hoje meu dia foi bem de fracassada mesmo... prova raladinha (tá, eu não devo ter ido tão mal :/), aula estranha, educação física péssima. Eu fiquei de continuar o texto anterior... já retorno ao assunto então. Mas enfim... de tarde tive a prova do cursinho (sim, estava fácil...), mas não foi nada agradável. Muita gente, pessoas desnecessárias, mas enfim. Eu comi sorvete com a Karol e o bagulho ficava despencando da casquinha. Tipo eu me sujei toda e sujei a calça e o rosto e enfim. Áreas descobertas foram engolidas pelo chocolate e pelo sorvete em si. A Karol se melecou toda também, até ganhou um "cocô de chocolate" no tênis. (Y)

Mas enfim. Onteontem de tarde eu fiquei num momento de súbita tristeza. Cheguei a escrever, mas logo apaguei aquilo. E a internet anda me logrando aqui, então mesmo que eu quisesse muito postar nem daria. No centro, fiquei andando sozinha, olhando umas lojas. Comprei uma maleta da Betty Boop pra mãe. Tipo ela ama a Betty e queria uma daquelas maletinhas, daí resolvi unir o útil ao agradável e torrei minha grana suada (ô suada, ein). Comprei até um cartão meigo. Pela primeira vez na vida acho que acertei mesmo o presente de alguém - não fica aquele papo murrinha de "é, eu tava precisando mesmo de... de... dessa meia amarela aqui. Superfashion, amei!". Não que eu seja tão sem noção, mas dar presentes em datas não é meu forte. Eu gosto de coisas simples e meigas, do nada. Certo que meu lado emocional fala muito alto, mas enfim.

Que tri, um parágrafo que começa e termina com as mesmas palavras! Hnmm... bah, hoje eu ouvi muita música. Tipo de dez em dez segundos eu ia lá e pegava o mp3. Na verdade eu fiquei com as palavras do Shaolin e do Leitão na minha cabeça, dizendo - não no sentido xingamento, mas 'sinceramente falando' - que eu sou uma garota mimada e orgulhosa. De fato, eu realmente tenho o orgulho maior que o pinto (ashuiashsi), mas sei lá. E eu não gostei de ouvir sobre o mimada, e nem tenho uma opinião a respeito. Isso me fez pensar umas coisas nada a ve, que talvez nem um psicólogo dos chatos faria eu pensar. Entre outras coisas eu fiquei pensando que eu odeio minha mania de odiar tudo, mesmo que as vezes eu tenha razão.

Eu não deixo minhas primeiras impressões ou a opinião dos outros influenciar no jeito que eu vou tratar a pessoa. Na verdade eu só não sou muito alegre e comunicativa, mas isso não é algo tão ruim. Conheço pessoas com quem me relaciono bem que na primeira vez que falei com elas foi algo master esquisito. Tipo eu tenho realmente MUITAS neuras... pessoas simpáticas e alegres demais pra mim são umas chatas, no primeiro dia. Parece falsidade, parece que não encaram a realidade com pés no chão, parecem bobinhas. Mas pessoas pé-no-saco, tipo eu são piores: imagina alguém que vai te olhar torto por qualquer coisa estranha que você fale ou que vai ficar master mudo do nada. Sei lá. Fora as diferenças de idade... novinhos fazem eu me sentir uma tiazona, os velhos me encaram como bebê e os da minha idade são imaturos. Logo eu sou praticamente antisocial por opção.

Que ridículo! Na verdade hoje eu tive umas crises de humor muito infelizes. Me disseram que eu estava tão bem humorada. Na verdade, até certo ponto, eu me senti indiferente. Mas eu não sei porque isso. Eu cheguei em casa, depois de cruzar com o prof de matemática pelo caminho, dei um oi pra mãe e comecei a chorar muito do nada e sem motivo.

A mãe falou que isso tudo devia ser pela pressão... ela ficou falando que eu estou com a cabeça em várias coisas e que de fato isso é normal, mas que eu tenho todo o tempo do mundo, afinal eu sou novinha e coisas assim. Tá, daí ela falou dos vestivulares e faculdades dela, falou mais umas coisas e eu fiquei master angustiada. Sim, eu melhorei um monte, mas enfim. Hoje eu me senti muito inútil, tipo lutar por uma coisa e ser incapaz de alcançá-la... ou sei lá. E então eu levantei questões infelizes e fiquei desejando muito um mundo novo. Na verdade pessoas novas, para começar de novo. Levaria comigo algumas pessoas de quem eu realmente gosto. E uns marshmellows!

Bom, pelo menos eu dormi bem essa noite. Custei a dormir, na verdade, porque fiquei relembrando a tarde maravilhosa e coisinhas assim. Eu não gosto de pensar que muita coisa no passado foi em vão e que o presente deveria ter começado há mais tempo... porque se está tudo perfeito agora é porque chegou na hora certa, do melhor jeito. Na verdade isso tem sido meu porto seguro, até porque ultimamente as pessoas com quem tenho conversado conseguiram me deixar com pulgas na orelha. E só.

Preciso do cara que vai coçar minhas pulguinhas. ahuiahuis Sei lá. Draminha básico. Tri que eu to de tpm e não sei. Daííí que semana passada ficou registrado aquele assunto "garotas são cobrinhas" e coisas como "não julgue um livro pela capa". De fato, pra esse último pensamento eu tenho uma situação bem literal: o livro traduzido do The catcher in the rye, O Apanhador no campo de centeio, tem uma capinha bem das feias. Na verdade parece um daqueles livros de intercâmbio e coisas assim... cinza com o título em amarelo. E deu. E o livro é o meu favorito no mundo.

'Veronika decide morrer' quase empata... e tem vários do qual eu gosto muito. Mas enfim. Um alguém aqui e outro ali me perguntou quem era Holden Caufield (eu tenho ele escrito num profile do orkut, numa calça e em vários lugares - ui!). Certo que eu sempre digo 'ah, é um carinha dum livro aí'. E daí a pessoa pergunta qual a moral do cara e eu respondo 'nós somos iguais, ele é um rabugento que foge da escola e odeia tudo e acaba numa clínica de recuperação'. De fato eu procuro falar rindo, mas sempre que eu penso nisso me dá um frio tremendo. Eu leio ás vezes uns trechinhos desse livro e fico toda boba de novo. Mas não deveria. É tão triste.

Na verdade eu não gosto da imagem que isso pode causar. Tem um clipe do GreenDay, que tem o "Saint Jimmy", ou coisa parecida. Ele é doente, do tipo poser que se corta e picha banheiros públicos. Muita gente ama ele e eu não entendo porquê. Tipo um ídolo da garotada malvadona, sabe.

No fundo eu broxei muito quando comecei a escrever, porque eu vi que nada está saindo como eu queria. Mas eu melhorei ao falar tudo isso. Sei lá, só quero me tornar uma pessoa melhor. As vezes o ar que eu respiro me sufoca. Mas enfim... sorte minha que meus pesadelos tem intervalos que são realmente incríveis. mais post onde eu poderia ter sido meiga e não fui. Mas nem vou encanar com isso, porque o Bruno sabe o quão feliz eu fico quando eu vejo ele. Comparada a toda a coisa que rola eu me sinto tão pequenininha. Mas no sentido bom da coisa. No fundo esse drama é uma mistura de frio e saudade, porque bem no fundinho eu sei que quando a janelinha élfica do msn piscar aqui eu vou abrir um sorrisão e esquecer que meu dia não foi lá grande coisa. Ai ai...

Só não deletarei o post depois porque o blog é uma simulação da realidade (olha só, uma contradição!)... e eu tenho que mostrar que tenho minhas crises chatas e mimadas. auiahuia

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sexta-feira, 4 de maio de 2007

Impressões


Desde ontem eu estou master afim de postar. Na verdade existem momentos em que é chato bancar a repetitiva e, por mais meigo que isso seja, ficar por horas dizendo o quanto você está está feliz por alguma coisa não eras. No fundo, eras sim. Tá, eu não preciso dar desculpas para poder escrever aqui. Hahaha.
O gui fez [mais] um post maravilhoso e até meu nome apareceu lá. Sim, eu fiquei blaster emocionada (tá, eu acho que nem comentei ainda. Faz tempo que eu não comento nos textos dele, apesar de ser uma leitora assídua do blog dele. A gente pensa muito parecido mesmo e sempre serve de terapia um pro outro, adoro isso). Enfim, obrigadão e um beijo pra ele. (O link com o flog dele tem aqui do lado)
Ah, eu quero falar de muitas coisas na verdade. No centro, num dia que eu estava sozinha, dois cegos - em momentos diferentes - quase se machucaram ao baterem em algum obstáculo. Eu estava por perto e fiquei com um master remorso. Não que eu tenha pena deles ou que eu me sinta exatamente culpada por alguma coisa, mas no fundo me irrita o fato de eu não ter prestado atenção neles quando eles estavam a uns passos de algum poste ou degrau ou coisa que o valha. Putz, me senti tão estranha, porque pra esse tipo de coisa eu não fico 'indiferente', porque eu realmente me importo. Mas enfim, os tios tropeçaram e umas outras pessoas, mais próximas e solidárias e mais mil adjetivos, ajudaram-os. A única vez que eu fui dar uma mão pra uma cega atravessar a rua ela se assustou, foi semi-correndo e uma moto veio bem de surpresa pela tal rua. Eu não gosto de motos nesse ponto. Já disse que ,se for pra ser atropelada, que passe um carro em cima de mim, mas não uma moto. Motos me dão muito medo. Nem gosto de atravessar a rua.
No msn, um cara mudo me adicionou. Mudo ou surdo, eu já não sei. Mas ele usa emotions com aquela linguagem de 'libras' e isso me deixa muito desgostosa. Não que vá mudar minha relação com ele, mas fica tipo um outdoor 'olha eu sou surdo'. Eu gosto de diferenças, mas não gosto quando elas ficam teimando em aparecer por nada. Pior que não falo isso com ira ou 'rabugentice', mas com um sentimento carinhoso e sério. (Nossa, que dor nas costas...) Hoje, na Renner, tinha um cara sem um braço lá. Na hora eu fiquei pensando coisas bem toscas, pensando na evolução do homem e coisas bem nada a ver. Na verdade eu fiquei pensando que muitas garotas deveriam pensar que ele era um merda ou não querer ficar com ele, quando no fundo ele era tipo um 'rei do sexo oral'. Não me pergunte porquê, mas eu realmente pensei isso.
No msn, uma amiga minha, cuja irmã morreu ano passado, ficou falando disso... da morte da guria, da doença que ela tinha... dessas que te acompanham pela vida toda, até tirar tua vida de ti realmente (hehe). E eu fiquei master sensibilizada pela forma com que a família encarava as coisas. Pessoas otimistas ou, pelo menos, positivas realmente me deixam pensativas. Nesse caso eu não julguei como fruto de ilusão ou ignorância, mas pensei que se o mundo tivesse mais gente assim ele certamente seria bem mais leve. Mas não, a atmosfera que nós temos é bem mais densa (e eu contribuo para isso, eu sei). Mas enfim, cada caso é um caso.
Eu realmente já pensei em como seria se eu recebesse a notícia de que morreria em x dias ou horas. Eu queria que fosse algo bem filme dramático de lição de vida, mas eu reconheço minha covardia diante do desconhecido. O mesmo que me encanta me corrói. No fundo, um dos meus únicos desejos seria morrer ouvindo música. Eu pensei nisso exatamente agora, mas surgiu de um acontecimento banal de hoje a tarde. Eu estava subindo a Guilherme Schell, para vir para casa, ouvindo mp3 no último volume, sei lá que música. Eu passei por duas casas, onde têm uns três ou quatro cachorros desses bem grandes e bravos e horríveis (eu gosto de animais, mas cachorros grandões com caras maldosas me assustam)... eu normalmente seguiria o caminho pelo meio da rua, me arriscando com as motos, mas ficando a salvo dos cães... mas hoje, concentrada com a música, eu nem me liguei disso e olhei pros bichanos com o mesmo prazer de olhar para os pardais do fio de luz. Daí veio a frase clichê 'quem canta seus males espanta' e daí eu pensei isso tudo. Viu, eu viajo...
Hoje meu pai me disse que achou realmente muito bom meu 'msn' (se referindo as Msn Spaces - ah, eu atualizei umas coisas nele e no MySpace essa semana). Eu realmente fiquei feliz com isso, apaesar de ficar meio constrangida. Mas foi legal. A minha mãe comentou que eu realmente queria fazer psicologia e ele disse que era algo legal. Geralmente eles falavam sobre coisas mais matemáticas ou davam relatórios sobre cursos e a situação do mercado. Eu realmente fiquei feliz com isso.
Lembrei que eu tenho que curar minha mania de me dirigir a um determinado grupo por vez, nas situações. Eu já quis ser advogada para defender causas homossexuais (pura influência do The L Word, né), assim como já quis ser psiquiatra e estudar mais os esquisofrênicos, do mesmo jeito que tenho esperança de lidar com adolescentes problemáticos e com ares de 'garotinho do Sexto Sentido'. No fundo eu não deveria me preocupar com isso. Mas eu gosto de organizar tudo em grupos, é assim que minha cabeça funciona. E eu deveria odiar bem menos coisas do que eu odeio. Ódio é uma palavra forte... mas enfim, o que eu digo que odeio eu realmente desprezo, sem culpa.
Desde crianças feias até meus colegas. Mas enfim... hoje, na aula de educação física, o cara pegou o primeiro período para dar um sermão. Eu realmente gostei. Ele falou coisas legais, sobre a diferença entre meninas e meninos e o que ele espera das alunas dele e blá. E ele falou de vários casos, desde a aluna engraçadinha até a mais fechada, a participativa e a songamonga, a 'papo-cabeça' e a antipática. No fundo eu fiquei tri feliz porque, por um momento, eu tirei da minha cabeça que professores de ed. física são aqueles que se aproveitam das jovenzinhas e puxam o saco de acordo com o tamanho da bunda da guria.
Uma vez ele disse que achava o máximo eu usar roupas de boneca, se referindo a minha capinha vermelha e a um (dos) casaquinho(s) roxo(s) lá, todo fresco. Eu achei especial ele lembrar da capinha, porque o único dia que eu usei ela foi numa tarde de chuva (eu tenho fotos desse dia), em que eu peguei uma puta gripe, em que eu cheguei atrasada para a aula, ano passado. Tipo sei lá, eu fiquei realmente feliz com isso. Na aula passada ele foi querido, mesmo sendo pau no cu por seguir umas regras da escola (ok, ele está certo) e me dar bilhete, falando de experiências passadas dele. Foi tri. E hoje ele disse que me viu ontem na Guilherme Schell, acho que do carro.
Para ele, a realização dele é encontrar uma ex-aluna na rua e ela não virar a cara. Basicamente isso. E falou que o que garotos precisam é disciplina, já garotas precisam de motivação. Eu achei isso muito verdade. E então rolou um sermão sobre o universo feminino na verdade. Bem o que eu estava falando outro dia, com o Bruno. Garotas são competitivas, orgulhosas, futriqueiras. Vivem de aparência. Ele falou mais no sentido coleguismo e que esse deveria ser um ano especial, afinal era o último ano na escola, último para aproveitar a companhia uma da outra e 'se divertir' praticando esportes. Ele estava com a razão no fundo. Várias gurias não se falam porque mantém uma 'primeira impressão' errada da outra. E isso só aumenta, não existe uma chance de modificar essa imagem... e eu me senti um cocô, porque eu realmente tenho inimizados com motivos bem concretos, logo eu sou um caso perdido.

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sem drama. continuo depois. ;)
beijo no bruno.
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