sexta-feira, 30 de janeiro de 2009

Two two.

Dois anos e dois dias de blog. Parabéns pra ele!

Estou com um pouco de receio de escrever. E um tanto de 'falta alguma coisa'...
Momento meio reflexivo, mas dessa vez é particular.

Ps: Eu acho um tanto tosco esse marcador "sinceridade", mas ele serve para indicar, na maior parte das vezes, que é a Ivy mesmo 'falando', e não uma personagem perdida. Não que existam muitas diferenças, mas...

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Sobre vergonha e outros sintomas

eu fiquei escrevendo um texto, que eu vou postar outro dia. ando tetiando bastante e ele é reflexo disso, apesar de ser mais um daqueles casos de histórias que não acabam nunca e rendem trocentos posts (eu espero). é, eu acho que não aprendi a finalizar coisas. enfim. eu escrevi só um pedacinho, na verdade. esperei dias para ficar com o computador só pra mim no horário que eu gosto de escrever (perto das 23 horas) e, agora que eu consegui, a vontade de ficar trocando de músicas e remexendo meu orkut foi maior. é verdade, eu devo escutar a mesma coisa de anos atrás. a lista cresce, mas não muda. eu já tinha notado isso - quer dizer, eu sempre soube disso -, mas acho que nunca comentei (até porque não tem necessidade...), mas eu levanto freqüentemente da cadeira do pc. o nome do meu problema não é hemorróidas, mas vergonha. tanto vergonha alheia quanto vergonha por mim mesmo. digo, é como se o monitor fosse alguém ou sei lá, daí quando acontece qualquer coisa (qualquer coisa mesmo) que me deixe encabulada eu levanto e vou até a janela ou fico andando de um lado pro outro na cozinha. se eu estou sozinha em casa daí eu faço mais uma voltinha. quando a vergonha vem de algo que, ok, é bom, eu chego a andar saltitando e fazendo aquelas coisas bestas que a gente vê em filme. tá, esse é meu atestado de normalidade, porque eu realmente acho que todo mundo faz esse tipo de coisa em casa. ou não, vai saber. mas o fato é que eu demorei umas 3x mais para reler uns depoimentos, porque morri de vergonha e fui passear. nossa, eu não tinha me dado conta, mas eles são realmente parecidos em geral. digo, a maioria aponta para "a ivy é companheira. já fomos mais próximos, né?" e eu fiquei pensando que, oh meu deus, eu não sei manter amizades. quer dizer, elas se mantêm sozinhas (a prova disso é que eu não faço nada e tenho amigos (?) ), mas mesmo assim... tudo bem que existe sacanagem ali no meio, digo discurso cínico e essas coisas, porém o fato é que eu realmente tenho o dom de me afastar de todo mundo. ainda não é o caso de 'cada um tomou seu rumo na vida', porque na época o único rumo que todos tínhamos era o mesmo endereço toda a manhã. olhando por outro lado, sei lá, não sei como funciona um grupo sem tantas afinidades. digo, essas coisas "superficiais" acabam influenciando bastante o tipo de 'passeio' que se faz e a direção que a conversa vai tomar. ok, foi só uma relfexão passageira. seria engraçado reencontrar algumas pessoas, sabe, depois de ler o que eu li. na minha idade (em torno disso), as pessoas têm mania de tornar os problemas maiores do que realmente são, mas não é exatamente sem fundamento ou por imaturidade que isso ocorre. tem coisas que eu não gosto de dizer porque de repente soa meio angelical ou parece meio lição de vida da sessão da tarde, mas eu realmente me preocupo com o coletivo. por menos claro que isso fique. isso não tira meu fardo das costas, mas enfim. na verdade metade do meu fardo vem disso - porque se eu realmente não me importasse não seria assim. eu não repetiria muita coisa. e, sabe, as pessoas têm um hábito estranho de relacionar sinceridade com tragédia... no mínimo, eu acho isso engraçado. quer dizer, é que sempre que alguém preza muito por isso é sinal de que ele é muito desconfiado e acredita fielmente na idéia de que o mundo pode acabar a qualquer momento (metaforicamente). um dia eu queria ouvir as desculpas merecidas que nunca chegam. sabe, isso enche o saco. vou desistir das pessoas, se eu conseguir. esse é um dos raros momentos em que eu estou orgulhosa de mim - mesmo depois de afirmar que eu pulo pela casa e corro de volta pra frente do monitor.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Diferente

- É o seu nome mesmo ou é um apelido?
- Os dois.
- Como?!
- Para você esse é só o meu nome, para os mais íntimos funciona como um apelido.
- Er... bem, então é o seu nome. Diferente, não?
- Não. Sabe, eu convivo com ele desde os tempos em que habitava o útero da minha mãe.
- É a primeira vez que vejo alguém que se chama assim...
- Que bom. Não gosto desse mundo comum, onde as pessoas só se diferenciam por números.
- Que insistência! Eu não estou dizendo que você é uma aberração, estou afirmando que seu nome é diferente do usual, só isso.
- Não, você está usando ele para me ridicularizar.
- Então você concorda que é um nome horrível...
- Não, eu concordo que você é horrível, não meu nome.
- Ah, não me venha com...
- Diferente esse seu nariz, não?
- Ora, que desaforo!
- Mas é seu mesmo ou é implante?

[...]

sábado, 17 de janeiro de 2009

Inexpressão (inexata)

Eu saí da cama e evitei minha cara de bunda no espelho do banheiro, procurando escovar os dentes centrada no ralo da pia que, por sinal, estava cheio de cabelo. Sentei na cama para calçar os tênis, colocar desodorante. Eu ia colocar um blusão laranja, mas sempre ouvi que a cor da roupa entrega o nosso humor ou coisa assim, que tem o poder de afastar ou chamar gente para perto, então eu resolvi trocar para um moletom cinza liso com capuz: nada mais inexpressivo que isso. Eu comi alguma coisa e só percebi que estava chovendo quando já estava lá embaixo. Eu geralmente gosto de chuva - o problema é que as outras pessoas não sabem se portar debaixo d'água. Elas pisam nas poças e dirigem de maneira equivocada. Eu geralmente me aborreço com isso, sabe, mas hoje eu acho que não tinha mais nada que pudesse piorar o que eu estava sentindo. Nem calor, nem metrô lotado, nem vendedores do tipo fanáticos religiosos. Tá bom, talvez eles. Mas não apareceram. Sabe, inconsolável talvez fosse o mínimo. Eu quero dizer que nem mesmo alguém que já esteve na mesma situação poderia dizer que sentiu o mesmo. Eu vesti cinza para ninguém achar interessante a minha presença - e não é que eu precisasse de muito esforço para tal -, mas sempre existem os teimosos que insistem em puxar assunto. Teve uma velha e ela comentou sobre uma garota que passou por nós duas, só que eu não concordei com o que ela disse e me fiz de surda. Quer dizer, que saco essa gente. Eu juro que não gosto de ser desagradável, mas vontade sempre existe. Eu botei os fones de ouvido e tentei me esquecer de tudo, de quem eu era e da minha realidade. Não deu tão certo, mas eu não vou dizer que podia ser pior porque não podia. O fato é que eu estava péssima. Nesses dias que a gente se sente gorda e fraca ao mesmo tempo, sabe? É claro que você não sabe. Como eu disse, ninguém sabe. Às vezes, eu acho que eu nasci para ficar sozinha. Nas outras horas, eu não penso em nada e escuto música.


Lain



And you don't seem to understand
A shame you seemed an honest man
And all the fears you hold so dear
Will turn to whisper in your ear
And you know what they say might hurt you
And you know that it means so much
And you don't even feel a thing

I am falling, I am fading
I have lost it all
And you don't seem the lying kind
A shame then I can read your mind
And all the things that I read there
Candle lit smile that we both share
and you know I don't mean to hurt you
But you know that it means so much
And you don't even feel a thing

I am falling, I am fading, I am drowning
Help me to breathe
I am hurting, I have lost it all
I am losing

Help me to breathe

-
por enquanto, foi só o que eu gostei da série praticamente.
mas não é nisso que eu estou pensando agora.
sabe, as coisas são amargas.


segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

rewritting

- Eu tenho que te dizer que, naquela vez, eu não queria mesmo ir. Não queria ir, mas era o que eu tinha que fazer. E você tornou tudo insuportável, sabe. Se eu ficasse seria suicídio.
- Mas você preferiu ir. Foi fraco.
- Fraco? Fraco?! Não, você não quis dizer isso... eu sei que não quis...
- Fraco mesmo. E daí que eu existia, eu era uma criança e você sabia disso! Você tinha que ter ficado lá e...
- E o quê?
- Era a minha vontade. Eu queria que você tivesse fic
ado.
- Você queria muita coisa, muita gente ao mesmo tempo.
- Ué, eu tinha entendido que você gostava de mim.
- É, mas gostar e depender são coisas diferentes. Fora que, né, olha a minha cara de ingênuo... Você não pensa realmente que eu achei que nós seríamos perfeitos, pensa?
- Mas nós éramos perfeitos, só que do nosso jeito.
- Do nosso jeito imperfeito? Não, não se iluda... eu estou bem com o que aconteceu, a gente não precisa re-pintar tudo usando cores mais vibrantes. Deixe o cinza como está, a gente não precisa disso.
- A gente? Você quer dizer que ainda...?
- Não. Pare de fantasiar.
- Sabe, naquela época eu realmente não entendia o que vo
cê fazia, mas hoje eu vejo que...
- Você ainda não entende.
- Então me faça entender. Por favor...
- Não, não é assim que funciona. Você nunca procurou ver como foi difícil pra mim? Eu tenho que descrever tudo sempre? Desenhar?
- Eu acho que se você gostasse de mim de verdade não desistiria.
- Eu não desisti, eu simplesmente perdi. Que merda.
- Não perdeu por minha culpa, foi você quem foi embora...
- É, você não tem culpa de nada, nunca tem: eu esqueci desse detalhe...
- O quê? Vai me culpar agora?
- Não sou eu que sou inconstante.
- Como não?
- Meu comportamento é normal, completamente explicável, com ações e reações.
- Então porque não ficou, se era o que você queria?
- Porque eu tinha que recomeçar a minha vida.
- Achei que seu lugar fosse do meu lado...
- Quando eu era o único, eu estava em todos os lados, eu te encontrava, eu sabia o que fazer... mas você tem essa mania de se perder por aí, de se perder com qualquer um... Eu não suporto isso e nem tenho que suportar. Não é por aí.
- Você não queria nada sério nunca, agora vem e diz isso.
- Eu não disse que não queria nada sério. Eu só não fui tão óbvio quanto você queria.
- Então eu estava livre para sair com quem quisesse.
- Tudo bem. É claro. A sua liberdade não depende de mim. Mas você tem que entender que existem prioridades... e eu tenho o direito de escolher quem me quer.
- Lá vem ele falar da outra...
- Eu não vou falar de ninguém. Eu não estou te comparando.
- Sabe, eu acho que subir naquele trem foi a pior merda que você já fez.
- Eu o faria de novo, se você quer saber.
- Não se arrependeu mesmo?
- Eu acho que a gente não daria certo mesmo.
- Eu não acho isso.
- Olha pra você, você quer que eu fique com você ainda hoje e te leve pra casa depois do café, quer que eu prometa que vou ligar e, quando eu ligar, você vai
pensar que resolveu o caso, que eu realmente não te esqueci, que você ganhou o jogo. E vai partir pra outra.
- Não... não, eu não vou. Que horror. Se você quer saber, eu vim aqui disposta a começar tudo de novo com você. Eu quero que você me abrace mesmo, quero tomar café, quero que você tenha algumas roupas lá em casa, quero que você bagunce tudo, que me irrite às vezes e todas essas coisas que a gente fazia.
- Assim, tão fácil? Você nem sabe como anda a minha vida, se eu estou com alguém, se...
- Que merda! Não percebeu que isso não importa? Eu estou me submetendo a uma tremenda humilhação e...
- Humilhação foi o que você fez comigo. E não ouse dizer que não.
- Eu já te disse que eu era imatura.
- Tudo tem limite. Tudo.
- E vai dizer agora que não sentiu falta de nada?
- Não, eu não nego que tenha passado por dias terríveis, semanas perturbadoras...
- Então?
- Não sei. Não quero. Você não mudou. E eu nem queria que mudasse, é só que eu não agüento isso, o seu comportamento aleatório.
- Você não sabe o trabalho que deu conseguir seu telefone.
- É, eu também batalhei para conseguir o seu naqu
ela época.
- Vai ficar por isso mesmo? Não vai dizer que sim nem que não?
- Eu tentei fazer com que você interpretasse tudo como um não.
- Isso é o que você quis ou o que você teve de fazer?
- Se tivesse um trem agora por aqui, eu subiria nele e ficaria te olhando da janela. Sabe, da outra vez eu tive que ficar olhando você beijando um outro sujeito, que não era nem o mesmo do bar. Eu preferia que fosse ele, pelo menos eu pensaria que ele estava cuidando de você.
- Eu sinto muito. Mas eu ainda acho que você suportaria mais do que isso, você foi fraco.
- Sabe, você estragou tudo.
- É, eu sei.
- E, sabe, você nem se importa com a minha vida, você m
esma disse. Eu poderia estar matando um dia de trabalho para vir te ver e você nem liga.
- Você não faria isso... Você é tão certinho.
- É, eu não faria... mas não faria porque você não merece.
- E se eu te disser que não teve graça, ein? Que nenhum dia pra mim teve graça desde aquele maldito dia em que eu te vi subir no trem.
- Eu acho que é tarde demais para você ver isso. E também acho que é mentira sua.
- Você acha que algum cara é como você?
- Não. Mas eu não encaro isso como elogio. Sabe, eu não
tenho muito tempo. Você me aborrece.
- O que mais?
- Sei lá, só isso. Você fudeu com tudo, conseguiu o que queria.
- Não, não consegui.
- Eu acho que esse é o seu único desafio agora, sabe, me fazer voltar. Porque eu sou teimoso e resisto aos seus vestidos decotados, os outros não.
- Você acha que eu ganho os outros só pelos decotes?
- Francamente eu acho. Ninguém quer saber o que você pensa se tem um par de seios bonitos.
- Que crueldade! Sabe, eu quase me casei.
- Com um cara rico? E, ah sim, só não casou porque lembrou de mim, veja só!
- Ah, você não sabe conversar mesmo! Garçom, a conta!
- O que foi, decidiu ir embora assim?
- Ué, você não estava entediado?
- Sim. Hey, eu pago.
- Achei que...
- Não, eu não sou nenhum pé-de-chinelo. Você casaria comigo só pela grana, se fosse o caso. Eu quero dizer, eu já tenho um atrativo, não precisaria que você gostasse de mim. Só que eu não faria isso, não é nada justo.
- Pelo menos eu já disse que queria recomeçar antes de você falar isso.
- É, você continua engraçadinha. Eu gosto disso.
- Pra que lado da cidade você vai?
- Vou te deixar em casa, não se preocupe.
- Não, eu vou pegar um táxi...
- Eu sei que você quer que eu te leve.
- É o que eu quero, mas não é o que eu devo fazer. Eu tinha que achar um trem por aqui e fazer a mesma cena da despedida...
- Não precisa fazer isso. Sabe, eu já disse que estou bem com o que aconteceu.
- E sua família? Eu quero dizer, você pode ter uma filha e eu não saber, pode ter casado com aquela outra e...
- Eu não sou pra casar.
- Hum.
- Eu te levo.
- Sabe, eu continuo achando que foi uma merda o que você fez.
- Eu começo a pensar que sim. Mas era o que eu tinha que fazer.
- Eu continuo morando por lá, só que é do outro lado do parqu
e.
- Eu sei. Eu tenho pesquisado sobre você. Foi por isso que eu vim.
- Nossa.
- Surpresa?
- É que eu realmente não achei que você se lembrasse de mim, sabe, desse jeito.
- Eu lembro de muita coisa. Eu não sou desligado, como você diz.
- Você é meio parado, meio inerte para tudo. Está sempre pensando em coisas distantes.
- Aqui estamos.
- Que rápido.
- E então?
- Você sabe onde eu moro. Fica no carro e espera eu en
trar. Se for o caso, você vai saber voltar. Eu não vou ficar esperando.
- É, você cresceu.
- Eu disse.
- Eu tenho que voltar pro trabalho agora, mas eu te ligo mais tarde.
- Você não disse que...?
- Eu não ia perder isso por nada.
- Sabe, eu estou com um pouco de medo. Eu não vou estar preparada, caso você pretenda se vingar. Eu estou desarmada.
- Eu acho que a gente não tem tempo pra isso.
- A gente? Você quis dizer...?
- Sim.
- Se eu pudesse ter parado aquele trem...
- Eu vou voltar dessa vez.


domingo, 11 de janeiro de 2009

A História de Paula.

- Paula*?
- Vênus, me chame de Vênus.
- Hum... V-Vênus, senhorita Vênus!
- Senhorita não, só Vênus.
- Me perdoe, a senhora é casada?
- Não, mas que diferença isso faz? Você não precisa ser tão educado comigo.
- Eu... bem, o que você deseja?
- Eu preciso de uma fotocópia da minha carteira de identidade.
- Minha senhora, nós estamos em um banco. Você deve procurar outro estabelecimento se...
- Tem uma máquina bem ali atrás, eu estou vendo.
- Eu sei, mas infelizmente eu não posso tirar xérox de um documento se não for usá-lo para alguma coisa.
- Dez centavos. Dez, quinze centavos. Eu te pago. Ninguém vai saber.
- Mas ainda assim eu não posso.
- Então morra. De Aids, de preferência.
- Como disse?
- Eu disse que agradeço sua boa vontade. Tchau.
- Não, você me insultou!
- Não, eu te agradeci o favor que você não me fez... Seu idiota, é claro que eu te insultei!
- A sua idéia... imagina?! Que ridículo, deve ter ficado três horas na fila de espera para me pedir uma fotocópia.
- Sim, uma fotocópia. Uma porcaria duma fotocópia e você não é capaz de apertar um botão para resolver o meu problema.
- Não é tão simples assim, eu...
- Que merda, me faz logo essa cópia. Se fosse a mulher do caixa ao lado ela nem teria dito nada. Vocês são todos muito chatos com essa vida tediosa que levam, mas bem que você se supera! Não muda a rotina por nada, nada.
- Não se trata de rotina, mas de seguir as regras.
- E existe uma regra que te proíbe de fazer xérox pra Vênus?
- Nem pra Vênus, nem pra Marte! Se todos começarem a pedir esses favores, muitos problemas começarão a...
- Ah, cala a boca!

(*o nome original era Vivian, mas eu sempre imagino as Vivians com outro temperamento, então troquei)




(a groupie do Quase Famosos)

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Língua solta

Cara, hoje eu comprei um livro que deve ser muito bom. Alguns prestigiadores do "Brilho Eterno de Uma Mente Sem Lembranças" falaram do filme [do livro], que por sinal eu queria ver antes de descobrir que existia um livro. Enfim, entre as minhas aventuras de ônibus pela cidade, do tipo ir e voltar do Campus do Vale, eis que eu vi o livro sorrindo pra mim, numa dessas barraquinhas que os tios montam na calçada. "A insustentável leveza do ser". Mais um título que eu vou ler nas férias e me deixar muito chata. Quer dizer, quem estava próximo de mim quando eu li o Apanhador realmente sofreu. Dessa vez eu tenho muitas coisas para ler, que eu estou acumulando há séculos, mas que enfim, dessas férias não passa! Tenho que terminar o da filosofia da Matrix e mais uns trocentos, porque eu sou cheia desses tiques de não finalizar as coisas (oh, arianos... ok, parei de birra com os signos: ano novo, voltamos ao zero, né?!). Complexo de Portnoy, Linguagem Corporal, blablablá... Ok, eu preciso falar de vestibular, porque isso tá me coçando! (?) Na verdade, eu ia só falar que o pré-prova de hoje foi muito, sei lá, profecia, porque teve a ver com 1001 noites e dança do ventre... ok, é um sinal, eu vou passar! Ah tri. Essa foi a última vez que eu disse algo do gênero aqui, porque eu não gosto desse excesso de confiança. Eu fico meio apavorada com tudo e esperando o resultado da UFCSPA, daí não funciono muito bem. Eu achei o Campus do Vale tão simpático nesses dias, mesmo alagado e cheio de gente burra. Pronto, falei. Não falo nem de gente que erra a última questão da prova de física (tá, é que essa eu realmente fiquei muito feliz quando eu vi na prova), mas de pessoas que não sabem identificar seu número na carteira de identidade e coisas assim... Mas sempre tem uns perdidos. Como eu ia dizer, eu fico meio de cara que eu sempre me ferro na redação. Digo não que eu tenha ido mal, mas quando eu não presto vestibular os temas são idiotas, tipo falar sobre talento, e quando é o contrário eles pedem essas coisas que me deixam com sono, tipo "leia esses dados do IBGE e relacione com a situação da qualidade de vida da população sul-riograndense". Sério, que perseguição... sahuiashusi. Se tem uma coisa que eu detesto falar é 'saneamento básico', e hoje eu tive que escrevê-la umas três vezes (contando com agora). Os meus fiscais são bonzinhos. Eu geralmente tenho sorte com eles. Tem uma gordinha que, enfim, eu não sei realmente nada dela. E ela sorri pra ti numa hora e depois quase te arranca o ombro no corredor. Mas ela é adorável. O cara é um cabeludo que parece que tem uns quinze ou dezesseis anos e é bem simpático. Na verdade as garotinhas de plantão, inclusive aquelas loirinhas com cara de Odontologia, ficam puxando uns assuntos forçados e ele não é mal-educado, o que é um tanto admirável - tá, é que eu tenho uma antipatia absurda por loirinhas com cara de Odonto que resolvem tentar para Psicologia. Sei lá, ele tem um All-Star verde, é vegan e faz Geologia. No mínimo muito bizarro. E verde demais para qualquer cabeça. Eu descobri, pela manhã, que tenho um vizinho fiscal, que faz Engenharia Cartográfica: hoje foi dia de descobrir estudantes de cursos psicodélicos. Enfim, peguei um ônibus super gostoso no caminho. Sem dúvidas, foi o mais cheio da minha vida. Não sai da porta desde que eu entrei. A minha mochila ficou atrás do banco do motorista, junto com outra, e eu ficava buscando a luz como indício de ar. Eu tô falando sério, eu fiquei num buraco e tinha uma mochila em cima da minha cabeça, então eu tinha uma fresta para respirar. Foi legal até e bem engraçado, na verdade. Eu fiquei conversando com um cara e sorte a minha que ele era sei lá 'normal' também, porque logo de início eu falei coisas aleatórias do tipo "você vai ser estuprado" e não pegou muito mal. Tinha um pau amarelo atrás dele. À minha direita, tinha um cara aparentemente não-velho, que estava no celular com a filha dele. Os dois iam fazer vestibular. Achei engraçado, tipo me imaginei estudando com meus pais. ahuahui Falando em pais, eu acho um absurdo aquele monte de mães no campus. Sério, deixem os filhos crescerem! Que merda. Hoje eu me meti lá na frente, porque eu não ia ficar atrás de um bolo de gente de novo porque todas as mães resolveram levar seus babys até a sala. Até a sala! Já não basta entrar no campus, ocupar todo o espaço disponível, elas querem interromper o fluxo nos microcorredores e ficar meia hora abraçando os filhos na porta! Eu sou meio grosseira às vezes. Quer dizer, é diferente ser antipática e ser grosseira. Na verdade eu adoro fazer carão antes da prova. Tipo que tu tá comendo uma banana (ok, isso é banana de se fazer) e faz aquela cara de lutador de boxe mordendo a orelha do adversário, e se joga na cadeira enquanto as pessoas roem unhas e fazem aquela cara de bunda olhando pro relógio, esperando o sofrimento. Eu fico pensando nessas pessoas que deixam o celular tocar no meio da prova, sabe... isso a mãe delas não fala pra elas, isso de que uma vez na vida as coisas tem que ser levadas à sério. O dia que eu for fiscal eu vou ser muito filha da puta. Deve ser por isso que eu não sou presidente. Haha. Hoje, um professor de física cantou Scorpions e U2, e um outro cantou Raul e foi tão legal. Tipo me lembrei do show do Evanescence (ok) que eu fui e fiquei realmente feliz, sabe, gritando coisas aleatórias que ninguém escuta e é muito bom. Por sinal tinha um cara lá enlouquecido que mora por aqui também e daí a gente sempre se cruza na rua e fica uma coisa "eu sei o que você fez ano passado". Sério, como tem gente morando aqui, né?! Ah tri. Nossa, os vestibulandos de Psicologia são os mais aleatórios possíveis. Ok, isso não é novidade. Mas ano passado foi uma chuva de emos e pessoas com cara estranha, e só. Esse ano, tem umas cinco pessoas que estão na minha sala e também estavam na minha sala no vestibular da UFCSPA, sendo que uma delas é um protótipo de João Gordo, sabe. Tem um loirinho quase albino, um magrão que usa bermudas de criança de oito anos e mais uns que eu não lembro agora. Dos outros, tem uma guria muito camioneira, que usa cueca e tudo. Tem uns cabeludos perdidos, sendo que um deles lembra uma mulher... Sei lá o que mais, tem uns nerds, umas loirinhas com cara de Odonto e uma guria muito tapada (que não sabia do número da identidade e tal), que por sinal acho que é a mesma que tentava ohar pro lado durante a prova e os fiscais chamaram a atenção. Daí tem um ou dois caras que se acham gostosões, umas drogadinhas e o resto é aquele tipo de guria com cara de nada, sabe, que usa rosa, mas não é bonita. Enfim. Eu li umas três páginas do livro, mas ainda estou sob o efeito do vestibular.

Odiei esse título.

domingo, 4 de janeiro de 2009

ex

não sabia que roupa vestir. não gostaria de estar arrumada demais, com medo de ele pensar que o trabalho fora em prol de seus olhares; também não se contentaria em sair desleixada, dando oportunidade para ele observar seus defeitos ou como ela ficava apagada diante das outras. no fundo, tudo o que não queria era se importar com a opinião do ex-namorado. e não é que não o fizesse, ou que algum resquício de sentimento a aprisionasse naquela coisa de impressioná-lo - apenas não se sentiria a vontade na sua presença depois de tanto tempo. e não é que fora tanto tempo assim, fora o bastante para um sair da cabeça do outro e só. do coração também, mais tarde. a preocupação não se baseava num passado ou num futuro, não escondia um plano de afastá-lo da atual companheira, se é que tinha uma. nem procurara se informar. e pra quê? a veria lá, se fosse o caso. e ele a veria com outro, se fosse o caso. nesse ponto, era menos uma escolha a ser feita: a análise do ex sobre o 'atual' não lhe importaria, mas o fato de estar sozinha poderia representar um luto ainda não amadurecido. ou não, que neurose... e ficou a pensar mais algum tempo. quando chegou na festa, ele não estava. ela suspirou aliviada, mas não tirava os olhos dos convidados que chegavam. às vezes um encontro com um ex simboliza um encontro com um antigo eu.

não tô inspirada e não tenho muito tempo no pc. mas queria escrever. irii :D

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