sexta-feira, 26 de setembro de 2014

Sobre (rein)ventar-se

Ouvi dizer que nenhum vento sopra a favor de quem não sabe aonde ir. Faz sentido. "So don't complicate it by hesitating" diz a música, como que dando um basta em toda essa cadeia de pensamentos e ansiedades que rodeiam o desconhecido. Como se fosse simples. Mas às vezes é. Esse não é mais um discurso sobre espontaneidade... se parece mais com um estímulo à ousadia, ao novo. Tenho recordado várias frases de efeito que se popularizaram e foram reescritas, moldando-se a novos contextos. Nunca fez tanto sentido pensar em "seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo". A gente precisa se reinventar. O vento vai, o vento volta... traz um pedaço de alguém, nos aproxima, nos afasta, nos esquece, nos esfarela... Mas o vento não tem intenção, não tem desejo, não tem nada além de força e delicadeza. Vento é só tato, é só sensação. Não é ele que de fato determina aonde vamos. "I do believe if you don't like things you live for some place you've never gone before"... Acho que ultimamente tenho optado por escolhas menos óbvias e mais incertas, talvez até numa tentativa desesperada de não precisar lidar com tudo, com todo o fardo da razão. Talvez pareça inteligente admitir que não se tem controle sobre as circunstâncias. "Fuck this shit". Quem só olha pra trás, não vai pra frente. E o futuro é feito mais de imaginação do que de qualquer outra coisa. Eu não sou o tipo de pessoa supercentrada em viver o presente, que pouco se preocupa com o que virá, o que será, o que eu serei. Não sou um bom exemplo. Mas me parece razoável fazer o que é necessário e o que é prazeroso no momento, mesmo que mude, que o efeito seja passageiro. Mesmo que seja confuso. Sinto que eu sempre evitei a confusão, como se não houvesse beleza no caos e na bagunça. As pessoas são bagunçadas. Eu sou bagunçada. "Se ela te fala assim, com tantos rodeios, é pra te seduzir e te ver buscando o sentido daquilo que você ouviria displicentemente. Se ela te fosse direta, você a rejeitaria". Hoje acordei musical. E música nada mais é do que emoções ventilando, seja harmoniosamente ou de forma violenta.






"Eu sei, é um doce te amar
O amargo é querer-te pra mim
Do que eu preciso é lembrar, me ver
Antes de te ter e de ser teu
O que eu queria, o que eu fazia, o que mais?
Que alguma coisa a gente tem que amar, mas o quê?
Não sei mais"
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