sábado, 20 de dezembro de 2008

Sobre dança e vestibular


Esses últimos tempos foram realmente constrastantes: de um lado, o esforço e o peso da responsabilidade e, de outro, toda a magia de conhecer arte e pessoas com muito e pouco em comum. Claro que eu não passava 20 horas por dia sentada na frente de um livro, mas também passei umas noites em claro terminando a roupa da apresentação de dança. Nessas horas, perfeccionismo sempre atrapalha. E agulhas fininhas para linhas grossas também. Ah, eu gosto de fazer essas coisas. Eu tenho tantos planos pras férias, tipo reaprender a fazer crochê, tricot, essas coisas de vó. E, no fim, quando tu vê o resultado final, tu se sente realmente feliz. E não deixa de ser uma atividade muito boa para relaxar, porque tu não precisa pensar em nada, é algo totalmente mecânico. E eu tive o prazer de ver muitos episódios de House, Márcia, filmes estranhos e programas bizarros dublados durante esse tempão que eu fiquei recheando de coisinhas brilhantes a roupa e tal. Tá, eu tô falando como se eu fosse a Virgem das Miçangas ou sei lá (tá, isso foi péssimo). É que foi bem diferente de como eu achava que fosse acontecer. Sabe, eu não queria me apresentar nem a pau até a metade do ano, e isso mudou depois de ver um show tri legal. E tinha a história do vestibular, das provas da UFCSPA que coincidiam com o final de semana das apresentações, com as mil e uma preocupações que envolvem as duas coisas. E é claro que pensar no futuro e se planejar para tentar entrar nuam faculdade é bem estressante. Apesar do clima de cursinho ser relativamente feliz, o tempo vai passando e você vai perdendo o controle. Métodos de estudo, livros péssimos como leituras obrigatórias, muita mas muita informação... é meio chato administrar tudo, até porque, no meu caso e no de muita gente, a oportunidade vem uma vez ao ano. E deu. Então não dá para levar com aquela indiferença o fato de acertar uma questão a mais ou a menos, ou deixar sempre para depois o estudo sobre as rochas dos planaltos sul-riograndenses. Sério, eu descobri o quanto geografia física me irrita e o quanto literatura pode ser muito, muito ruim. Eu gosto tanto de biologia, gosto tanto do funcionamento, de como tudo pode ser explicado, de como os critérios têm fundamento... haha, eu tô louca pra mandar o Machado de Assis à merda. Enfim, não tem outro jeito, a não sei engolir. E vai ser assim praticamente sempre, de agora em diante. Nesse ano ficou clara a idéia de que existem amigos e "pessoas úteis". Acho que são essas que eu vou encontrar na faculdade e por aí, até porque o competitivismo é grande e ninguém fica muito satisfeito em fazer o bem ao próximo sem se beneficiar. Falando em competir, eu me surpreendi bastante com o ambiente da aula de dança no geral. Eu não gosto de fazer esse tipo de atividade com pessoas do meu quotidiano, ou que sejam próximas mesmo. Porque eu crio essa coisa de competição na minha cabeça e porque eu acho interessante não estar sempre com as mesmas pessoas (ok, talvez isso seja novidade). Acho bom ter o grupo da dança, o grupo do inglês, o grupo do sei lá o que, uma banda, enfim. Não é que para cada um você vá ser uma nova pessoa, mas é que realmente existe essa diferença de comportamento naturalmente. Se eu ficar presa na primeira impressão que eu tenho dos outros, e eu descobri isso mesmo só agora, eu posso perder a chance de conehcer gente realmente muito mágica. E, nos últimos dias, com as apresentações e a festa para encontrar todas as pessoas do estúdio (a maioria, né), foi bem engraçado ver como a mulherada reage. É claro que cada uma é de um jeito, mas eu me surpreendi de ver que as categorias não foram empregadas à pessoas homogêneas. Tá, eu explico: é que você espera que aquelas mulheres mais velhas ou enfim sejam mais "mãezonas", que as mulheres do nível avançado sejam extremamente arrogantes, que as profissionais não fiquem nervosas e por aí vai... e, quando vai convivendo com elas, percebe que não existe um padrão para isso, e, muito pelo contrário, existem jeitos e jeitos de encarar aquele mundinho: grande parte das mulheres afirma aquelas frases nojentas, do tipo "vou dançar pro maridão", enquanto algumas fazem por vaidade, outras por ser um exercício físico e assim vai... e, nesse meio, é engraçado ver como existe gente superpreocupada em aparecer enquanto outras estão simplesmente se divertindo. Foi só um comentário. E o melhor talvez ainda seja presenciar as mesmas pessoas tomando um café e achando bizarro o Zombie Walk, com pose de educação e requinte, e dias depois com garrafas de cervejas nas mãos, falando as coisas mais absrudas sobre 'deus e o mundo'. Eu gosto de pertencer a essa mistura. E é legal ver que gente que tu não conhece sabe o teu nome e etc.
Ok, eu comecei a escrever aleatoriamente. Fugiu do que eu queria, mas é a vida.

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