Não que alguém esteja interessado (bom, eu espero que sim), mas eu cheguei em casa com uma vontade de falar sobre como são as (minhas) aulas de dança do ventre. Ah, de repente não é nada demais o que eu vou dizer, mas com certeza eu esperava que as coisas acontecessem de outro jeito. Direto ao ponto que eu quero chegar: se você pensa que o ambiente é digno de cenário do Kama Sutra ou, sei lá, todas as aprendizes são gatonas e estão sempre seminuas, bem... melhor não prosseguir em caso de ultra sensibilidade.
Eu já passei por dois "estúdios" (eu chamava de escola, mas estúdio é tão mais chique), um que funciona como um (hum...) centro de danças e essa coisa toda e o outro dirigido mesmo para o lado oriental da coisa. Eu não vou me prestar a falar do lado cultural, dizer as sete cores oficiais dos sete véus, dos elementos, das mil 'correntes' se assim posso chamar e afins... As danças mais conhecidas talvez sejam as do punhal, da espada, da cobra, dos véus - mas os tarados de plantão adorariam presenciar umas coreografias onde a moça faz topless e coisas assim. Tá, eu disse que não ia ficar falando disso.
Ok, vou ser sincera e broxar tudo: num dia de frio, tu encontra tias (eu disse tias) com polainas, legging laranja, mil blusões com bolinhas, meias estranhas, casacos gordos inflados, ou - o que é pior e acontece sempre em dias de calor - miniblusas. Oh, mas o que seriam das dançarinas sem as barriguinhas à mostra? É, eu não sei, afinal te ajuda um monte na hora de entender o movimento a fazer... Só que, por experiência própria, eu descobri que gelatinas alheias atrapalham a concentração. Tecido adiposo em excesso não é pilha, não mesmo!
Eu vou sair de trás do balcão (?) e dizer que eu também não fico pra trás. No fundo, é realmente muito curioso o ambiente todo e aquele mulherio. É tão pessoal tudo: mesmo que a coreografia seja única, cada corpo desenvolve um ritmo, cada mãozinha adquire seu charme (ou não), cada mulherzinha parece ser realmente diferente da outra. Onde eu fazia antes, eu era colega de umas quatro ou cinco colegas de trabalho: o que não era muito agradável, não só pela diferença de idade (o que eu considerei um aspecto positivo no início) - e, como conseqüência, reclamações de minuto a minuto de dores nas costas e afins -, mas porque realmente ficava um grupo muito fechado. E eu. Enfim, nenhuma das partes foi muito amigável. E duas delas resolveram viajar, as outras resolveram pausar o curso e adeus Ivy. Tudo bem, eu me irritei com várias coisas e parei de fazer.
Ah sim, eu ia dizer que a roupa mais confortável (for me) de fazer dança do ventre é sapatilha com meia (o que não é realmente nada sexy), a minha saia gigante roxa e, hum, camiseta camuflada (y). Pior que fica uma coisa mega estranha, tipo "oi oi, adoro metal" ou algo assim. Como eu coloco meias e sapatilhas pretas aquilo acaba parecendo um coturno magro aos meus olhos míopes. Enfim. Fora os mil lenços e chales (ch ou x?) coloridos e recheados de moedas (que, quando não fazem um barulhão, ficam caindo pelo chão).
Me perguntaram o que a gente fazia, "fora deslocar o quadril" - o que me sugeriu uma cena de, sei lá, carinhas do kung fu (kung fu fighting!) dando socos e chutes no quadris femininos... Tá, no fundo tudo o que tu faz é aprender coisas quadradas para desenvolvê-las e torná-las redondas (é o que eu sempre digo, mas em outras palavras). Tem horas que parece que tu vai comer alguém, ou parir, ou que tu vai perder teu ombro, teus joelhos, teu dedão do pé... Eu estou começando a achar que minha idéia de esclarecer a aula foi infeliz. Queria mesmo falar da tia do legging laranja, que por sinal é a mesma da miniblusa com casaco inflável e barrigão. E ela usa um treco amarrado em torno da bunda que é vermelho com amarelo-ovo e penduricalhos gigantes e dourados, que fazem um barulho realmente alto (tipo aqueles móbiles que, com o vento, insistem em te fazer tremilicar, de tão agudo que é o som).
É engraçado tentar se coordenar. Principalmente quando você tem que formar letras balançando o (hum... enfim, os peitos) ou mexer a cabeça no estilo Fat Family. E tem movimentos bizarros, que estão longe de serem sensuais. E, não podia deixar de falar, a competitividade é algo assim impressionante. Tudo bem que eu já tenho esse olhar mais reprovador pra quase tudo, mas se alguém me disser que aquilo lá é meigo... Muita mulher junta só pode dar nisso. E críticas ao universo masculino, é claro. Haha. E dicas sexuais e coisas pervertidas do gênero. Fora que 99,9% das alunas tem aquele sonho em dançar pro "maridão", fazer 'aqueeela apresentação' no dia dos namorados e coisas do gênero (não que eu seja assexuada, eu apenas escuto e acho engraçado)... Vale também falar da novela, criticar outras dançarinas (aquela puta!) e vender produtinhos (incrível como existem revendedoras da Avon e artesanato).
Acaba a aula e, depois de vinte tipos de alongamento, te dá muita vontade de chegar em casa e assistir O Clone ou algo assim. E as poucas músicas que eu achei traduzidas tinham letras realmente boas (vai saber, eu esperava que fosse uma espécie de É o tchan em hebraico). As pessoas são realmente diferentes. Eu fiz aulas em umas milhões de turmas, já me impressionei com as garotas inesperadas que se encontram por esses lugares da vida: grávidas do reggae, góticas extremamente tatuadas, vovós de cabelo vermelho, quarentonas de academias de ginástica, seres estranhos do período paleolítico... enfim, não são Jades e Hadijjas. Eu esperava que fosse algo mais homossexual, do tipo "te vejo na rua e meu gaydar grita", mas não é. Até crianças fazem, oh god. Em pensar que odalisca é praticamente um palavrão...
It's over. :)
Eu já passei por dois "estúdios" (eu chamava de escola, mas estúdio é tão mais chique), um que funciona como um (hum...) centro de danças e essa coisa toda e o outro dirigido mesmo para o lado oriental da coisa. Eu não vou me prestar a falar do lado cultural, dizer as sete cores oficiais dos sete véus, dos elementos, das mil 'correntes' se assim posso chamar e afins... As danças mais conhecidas talvez sejam as do punhal, da espada, da cobra, dos véus - mas os tarados de plantão adorariam presenciar umas coreografias onde a moça faz topless e coisas assim. Tá, eu disse que não ia ficar falando disso.
Ok, vou ser sincera e broxar tudo: num dia de frio, tu encontra tias (eu disse tias) com polainas, legging laranja, mil blusões com bolinhas, meias estranhas, casacos gordos inflados, ou - o que é pior e acontece sempre em dias de calor - miniblusas. Oh, mas o que seriam das dançarinas sem as barriguinhas à mostra? É, eu não sei, afinal te ajuda um monte na hora de entender o movimento a fazer... Só que, por experiência própria, eu descobri que gelatinas alheias atrapalham a concentração. Tecido adiposo em excesso não é pilha, não mesmo!
Eu vou sair de trás do balcão (?) e dizer que eu também não fico pra trás. No fundo, é realmente muito curioso o ambiente todo e aquele mulherio. É tão pessoal tudo: mesmo que a coreografia seja única, cada corpo desenvolve um ritmo, cada mãozinha adquire seu charme (ou não), cada mulherzinha parece ser realmente diferente da outra. Onde eu fazia antes, eu era colega de umas quatro ou cinco colegas de trabalho: o que não era muito agradável, não só pela diferença de idade (o que eu considerei um aspecto positivo no início) - e, como conseqüência, reclamações de minuto a minuto de dores nas costas e afins -, mas porque realmente ficava um grupo muito fechado. E eu. Enfim, nenhuma das partes foi muito amigável. E duas delas resolveram viajar, as outras resolveram pausar o curso e adeus Ivy. Tudo bem, eu me irritei com várias coisas e parei de fazer.
Ah sim, eu ia dizer que a roupa mais confortável (for me) de fazer dança do ventre é sapatilha com meia (o que não é realmente nada sexy), a minha saia gigante roxa e, hum, camiseta camuflada (y). Pior que fica uma coisa mega estranha, tipo "oi oi, adoro metal" ou algo assim. Como eu coloco meias e sapatilhas pretas aquilo acaba parecendo um coturno magro aos meus olhos míopes. Enfim. Fora os mil lenços e chales (ch ou x?) coloridos e recheados de moedas (que, quando não fazem um barulhão, ficam caindo pelo chão).
Me perguntaram o que a gente fazia, "fora deslocar o quadril" - o que me sugeriu uma cena de, sei lá, carinhas do kung fu (kung fu fighting!) dando socos e chutes no quadris femininos... Tá, no fundo tudo o que tu faz é aprender coisas quadradas para desenvolvê-las e torná-las redondas (é o que eu sempre digo, mas em outras palavras). Tem horas que parece que tu vai comer alguém, ou parir, ou que tu vai perder teu ombro, teus joelhos, teu dedão do pé... Eu estou começando a achar que minha idéia de esclarecer a aula foi infeliz. Queria mesmo falar da tia do legging laranja, que por sinal é a mesma da miniblusa com casaco inflável e barrigão. E ela usa um treco amarrado em torno da bunda que é vermelho com amarelo-ovo e penduricalhos gigantes e dourados, que fazem um barulho realmente alto (tipo aqueles móbiles que, com o vento, insistem em te fazer tremilicar, de tão agudo que é o som).
É engraçado tentar se coordenar. Principalmente quando você tem que formar letras balançando o (hum... enfim, os peitos) ou mexer a cabeça no estilo Fat Family. E tem movimentos bizarros, que estão longe de serem sensuais. E, não podia deixar de falar, a competitividade é algo assim impressionante. Tudo bem que eu já tenho esse olhar mais reprovador pra quase tudo, mas se alguém me disser que aquilo lá é meigo... Muita mulher junta só pode dar nisso. E críticas ao universo masculino, é claro. Haha. E dicas sexuais e coisas pervertidas do gênero. Fora que 99,9% das alunas tem aquele sonho em dançar pro "maridão", fazer 'aqueeela apresentação' no dia dos namorados e coisas do gênero (não que eu seja assexuada, eu apenas escuto e acho engraçado)... Vale também falar da novela, criticar outras dançarinas (aquela puta!) e vender produtinhos (incrível como existem revendedoras da Avon e artesanato).
Acaba a aula e, depois de vinte tipos de alongamento, te dá muita vontade de chegar em casa e assistir O Clone ou algo assim. E as poucas músicas que eu achei traduzidas tinham letras realmente boas (vai saber, eu esperava que fosse uma espécie de É o tchan em hebraico). As pessoas são realmente diferentes. Eu fiz aulas em umas milhões de turmas, já me impressionei com as garotas inesperadas que se encontram por esses lugares da vida: grávidas do reggae, góticas extremamente tatuadas, vovós de cabelo vermelho, quarentonas de academias de ginástica, seres estranhos do período paleolítico... enfim, não são Jades e Hadijjas. Eu esperava que fosse algo mais homossexual, do tipo "te vejo na rua e meu gaydar grita", mas não é. Até crianças fazem, oh god. Em pensar que odalisca é praticamente um palavrão...
It's over. :)
Um comentário:
(Tarado de Plantão) Não cara, tu tá mentindo. Todo mundo sabe, e isso é um fato, de que todas as garotas que fazem dança do ventre sao gatonas, tem piercing no umbigo, e um olhar 43 sexy total e pilhante. Não esplahe essas mentiras pela internet. (/Tarado de Plantão)
Cara, dança do facão, e aquela dança que eu smepre me esqueço o nome (sete véus?). Pilho 110%.
Mas sabe, tu acabou de destruir com um fetiche masculino, e com um sonho de infância ( não de fazer dança do ventre, mas de ver as gurias...).
A imagem das tias de polainas, legging laranja, mil blusões com bolinhas, meias estranhas, casacos gordos inflados vai ficar me assombrando durante um bom tempo.
hauahuahuahuha. Droga, a realdidade é tão chata as vezes.
Eu também postei.
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