E a gente rolou na grama, substituiu a imagem da lua pela luz alaranjada de um poste, se assustou com uma aranha esquisita que surgiu do nada, procurou coisas perdidas no escuro, forçou silêncio e deu risada. E fomos felizes.
Eu dizia que não, ele não dizia nada. Eu comecei a dizer sim, ele continuou sem resposta. E ficamos nesse diálogo imaginário, até que outras pessoas falassem por nós. Já éramos "nós" antes de ser. E éramos felizes assim. Talvez não tanto quanto se poderia ser.
E fugimos da mágica, acreditamos que o mundo externo ao da sala de cinema estava enlouquecendo, comemos qualquer coisa e voltamos à solidão de sermos dois. Sempre gostei das conversas e gargalhadas que nascem na distância entre um lugar e outro.
Entregamos o ouro: nós éramos os ladrões. E música vai, música vem, acabamos percebendo que certas músicas vêm de dentro. E que, das janelas para fora, nada mais importava: talvez a felicidade esteja em saber dar importância ao que é necessário ficar. Fogos de artifício.
Ele foi algumas vezes, mas nunca senti como se ele não estivesse. Para que fim serve o Natal quando se pode ter um Kwanzaa? Sempre fomos felizes com nossas palavras, apesar de elas constituírem um papel limitado. Ah, mais música!
A gente sempre deu voltas e voltas. E nos enrolávamos, nos abraçávamos, nos adaptávamos sem esforço, nos divertíamos criando sombras na parede. Esquecemos do tempo, da Coca, da rotina, das pessoas. Nos libertamos dos problemas indesejáveis e cultivamos nossas críticas comuns.
Fui vista, vi, gostei, gostamos, amamos. Senti, sentiu, sentimos. Meu pé com formigas, as mãos dele com feridas: se quiséssemos até poderíamos nos fazer rimar. Mas rimar pra quê? A graça é continuar com nossos defeitos tão harmoniosos. Continuar sendo feliz - progressivamente.
E colocamos os casacos, enlaçamos os dedos, tropeçamos por aí. Batata frita, música, café, jornal, sarcasmo: o mundo se torna melhor quando nos mostramos abertos ao que ele tem. Que seja ontem, hoje, sempre. Que tenha cheiro de cebola, gosto de xampu. Que seja, simplesmente seja.
E ele voou, eu voei, nós voamos. Nós sonhávamos o abstrato, hoje sonhamos o concreto. Canos de concreto. E rimos, e nos fazemos bem, e constituímos algo maior do que a soma das partes. E sentimos o que queremos dizer, dizemos o que pensamos sentir, "não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer".
A gente não sabe para onde vão os patos ou o que faz com que certas pessoas destoem do normal, não tem nossos nomes na página dos aniversariantes, faz cara feia nas fotos e discorda sobre cheddar e ervilha. E é feliz desse jeito, de outros jeitos, de vários jeitos.
Não sei se acredito em sorte ou acaso, mas o fato é que eu sempre quis me sentir como me sinto hoje.
Eu dizia que não, ele não dizia nada. Eu comecei a dizer sim, ele continuou sem resposta. E ficamos nesse diálogo imaginário, até que outras pessoas falassem por nós. Já éramos "nós" antes de ser. E éramos felizes assim. Talvez não tanto quanto se poderia ser.
E fugimos da mágica, acreditamos que o mundo externo ao da sala de cinema estava enlouquecendo, comemos qualquer coisa e voltamos à solidão de sermos dois. Sempre gostei das conversas e gargalhadas que nascem na distância entre um lugar e outro.
Entregamos o ouro: nós éramos os ladrões. E música vai, música vem, acabamos percebendo que certas músicas vêm de dentro. E que, das janelas para fora, nada mais importava: talvez a felicidade esteja em saber dar importância ao que é necessário ficar. Fogos de artifício.
Ele foi algumas vezes, mas nunca senti como se ele não estivesse. Para que fim serve o Natal quando se pode ter um Kwanzaa? Sempre fomos felizes com nossas palavras, apesar de elas constituírem um papel limitado. Ah, mais música!
A gente sempre deu voltas e voltas. E nos enrolávamos, nos abraçávamos, nos adaptávamos sem esforço, nos divertíamos criando sombras na parede. Esquecemos do tempo, da Coca, da rotina, das pessoas. Nos libertamos dos problemas indesejáveis e cultivamos nossas críticas comuns.
Fui vista, vi, gostei, gostamos, amamos. Senti, sentiu, sentimos. Meu pé com formigas, as mãos dele com feridas: se quiséssemos até poderíamos nos fazer rimar. Mas rimar pra quê? A graça é continuar com nossos defeitos tão harmoniosos. Continuar sendo feliz - progressivamente.
E colocamos os casacos, enlaçamos os dedos, tropeçamos por aí. Batata frita, música, café, jornal, sarcasmo: o mundo se torna melhor quando nos mostramos abertos ao que ele tem. Que seja ontem, hoje, sempre. Que tenha cheiro de cebola, gosto de xampu. Que seja, simplesmente seja.
E ele voou, eu voei, nós voamos. Nós sonhávamos o abstrato, hoje sonhamos o concreto. Canos de concreto. E rimos, e nos fazemos bem, e constituímos algo maior do que a soma das partes. E sentimos o que queremos dizer, dizemos o que pensamos sentir, "não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer".
A gente não sabe para onde vão os patos ou o que faz com que certas pessoas destoem do normal, não tem nossos nomes na página dos aniversariantes, faz cara feia nas fotos e discorda sobre cheddar e ervilha. E é feliz desse jeito, de outros jeitos, de vários jeitos.
Não sei se acredito em sorte ou acaso, mas o fato é que eu sempre quis me sentir como me sinto hoje.
Nenhum comentário:
Postar um comentário