O que torna uma pessoa importante, afinal?
Claro que essa resposta é variável, ela depende da visão de cada pessoa - mas acredito que todos concordam que alcançar a fama torna-se quase um sinônimo de ganhar, de alguma forma, soberania, importância em vários sentidos - não apenas poder, mas imagem. Eu falo isso, novamente, porque fica difícil estabelecer um padrão de direitos sobre uma sociedade que aceita se diferenciar por um conceito de mídia.
Qual a diferença entre morrer em um acidente de avião ou num leito de algum hospital em condições precárias? Serão muito diferentes os cadáveres de um anônimo e de um ídolo? Comida para minhoca, sem distinção. Até hoje não me provaram o contrário. Pode soar um tanto arrogante, hipócrita ou invejoso, mas eu realmente não gosto daquelas reportagens na televisão - principalmente as que passam no final do ano, onde são narrados os crimes mais alarmantes, os mortos que mais deixarão saudades, as perdas que realmente fizeram a diferença.
Não gosto da idéia da criação de um altar para pessoas públicas. Todos têm talento, têm alguma coisa em que se destacam, têm qualidades e imperfeições. Será que alcançar a imortalidade consiste no processo de ser capa de revista? Porque tratar diferente quem mata a sua mãe e quem mata algum grande nome do rock? Está certo, você não pode responder: não mataram a sua mãe. Nem a minha. Isso passa despercebido, como tudo o que fica distante da nossa realidade. A dor está nos olhos dos outros - e permanecerá lá, até que alcance o mundo ao nosso redor.
Catástrofes são coisas estúpidas. Eu não sinto muita pena do cara que estava num vôo que, por algum motivo, se destroçou sem deixar sobreviventes. Claro, eu não perdi ninguém assim. Isso sempre conta. Só que eu prefiro pensar no cara que nunca vai entrar num avião, porque mal tem o que comer. É, talvez isso seja apelativo. Só que eu não sei o limite, desconheço o que faz um caso ser diferente do outro. Existem contribuições que servem ao mundo inteiro? Ótimo, mas a pose de herói - por ou sem querer - é um fator que torna tudo muito inválido. Orgulho é algo muito delicado. Não acho que o volume de uma chuva de aplausos determine a importância de nada. Aliás, aplausos são muito infelizes. São usados em vão, para qualquer coisa pequena. Passaram a ser elogios vazios.
A morte é inevitável: isso faz o mundo renovar, a tecnologia avançar, a mentalidade fluir e evoluir. Só que faz parte da vida o processo de perda, o crescimento físico, psicológico, emocional. Se apegar a supérfluos, pessoas distantes do nosso plano real pode trazer certo conforto, porém não substitui a dependência daquilo que é concreto, que é estável e para quem também somos mais do que símbolos.
*Drama OFF*
Eu ainda gosto dos Beatles, do John, do Chapman, do Apanhador e da minha mãe. Cada um com seu papel.
(E eu sei que "idle" não é "ídolo".)
E Noergologia é um insulto ao mestre Freud!
Claro que essa resposta é variável, ela depende da visão de cada pessoa - mas acredito que todos concordam que alcançar a fama torna-se quase um sinônimo de ganhar, de alguma forma, soberania, importância em vários sentidos - não apenas poder, mas imagem. Eu falo isso, novamente, porque fica difícil estabelecer um padrão de direitos sobre uma sociedade que aceita se diferenciar por um conceito de mídia.
Qual a diferença entre morrer em um acidente de avião ou num leito de algum hospital em condições precárias? Serão muito diferentes os cadáveres de um anônimo e de um ídolo? Comida para minhoca, sem distinção. Até hoje não me provaram o contrário. Pode soar um tanto arrogante, hipócrita ou invejoso, mas eu realmente não gosto daquelas reportagens na televisão - principalmente as que passam no final do ano, onde são narrados os crimes mais alarmantes, os mortos que mais deixarão saudades, as perdas que realmente fizeram a diferença.
Não gosto da idéia da criação de um altar para pessoas públicas. Todos têm talento, têm alguma coisa em que se destacam, têm qualidades e imperfeições. Será que alcançar a imortalidade consiste no processo de ser capa de revista? Porque tratar diferente quem mata a sua mãe e quem mata algum grande nome do rock? Está certo, você não pode responder: não mataram a sua mãe. Nem a minha. Isso passa despercebido, como tudo o que fica distante da nossa realidade. A dor está nos olhos dos outros - e permanecerá lá, até que alcance o mundo ao nosso redor.
Catástrofes são coisas estúpidas. Eu não sinto muita pena do cara que estava num vôo que, por algum motivo, se destroçou sem deixar sobreviventes. Claro, eu não perdi ninguém assim. Isso sempre conta. Só que eu prefiro pensar no cara que nunca vai entrar num avião, porque mal tem o que comer. É, talvez isso seja apelativo. Só que eu não sei o limite, desconheço o que faz um caso ser diferente do outro. Existem contribuições que servem ao mundo inteiro? Ótimo, mas a pose de herói - por ou sem querer - é um fator que torna tudo muito inválido. Orgulho é algo muito delicado. Não acho que o volume de uma chuva de aplausos determine a importância de nada. Aliás, aplausos são muito infelizes. São usados em vão, para qualquer coisa pequena. Passaram a ser elogios vazios.
A morte é inevitável: isso faz o mundo renovar, a tecnologia avançar, a mentalidade fluir e evoluir. Só que faz parte da vida o processo de perda, o crescimento físico, psicológico, emocional. Se apegar a supérfluos, pessoas distantes do nosso plano real pode trazer certo conforto, porém não substitui a dependência daquilo que é concreto, que é estável e para quem também somos mais do que símbolos.
*Drama OFF*
Eu ainda gosto dos Beatles, do John, do Chapman, do Apanhador e da minha mãe. Cada um com seu papel.
(E eu sei que "idle" não é "ídolo".)
E Noergologia é um insulto ao mestre Freud!
Um comentário:
Anos se passaram e eu ainda não vou com a cara da "noergologia".
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