quarta-feira, 28 de abril de 2010

The Magnetic Fields.

Eu meio que me apaixonei por Magnetic Fields. Recomendo muito! E também recomendo "Doze homens e uma sentença" (o original) para os que ainda não viram. Usei esse ar de autoridade, mas eu vi há umas duas semanas na aula. Ok, sem fraudes. Algumas pessoas deixaram comentários aqui ou me procuraram aleatoriamente, estou devendo respostas (como sempre). Mas gostei bastante disso e tal. Eu vi uma edição de "Nine Stories" do Salinger que saiu com o nome de uma das nine stories, não com o título original. Eu fico meio irritada com essa mania de pegar uma obra de um artista e escolher o que é, de fato, importante. Eu tendo a gostar mais das coisas menos famosinhas. Talvez por eu ser meio implicante... mas eu vejo uma lógica nessa teimosia. E essa mania me faz pensar numa cena do início de "Sociedade dos Poetas Mortos", em que o professor novo mostra o quão ridículo pode ser tentar classificar um poema e compará-lo com outros a partir de um gráfico besta. Eu acho que me choco, às vezes, com o "excesso de racionalização" das coisas. E considero meio ofensivo esse vício por estereotipar tudo. E também acho desnecessário transformar tudo que é livro em filme. Mas aí eu reconheço que é exagero mesmo. Enfim, não pretendo mais falar nisso. Todas as referências que usei sobre esse assunto devem ter sido sobre tentar reproduzir "O Apanhador no Campo de Centeio" (ou trechos dele). Ou Harry Potter. Mas Harry eu até entendo. O que me irrita na saga Crepúsculo (ok, não sei se o nome da "saga" seria bem esse), entre outras coisas, é a pretensão de romantizar tudo. Eu falei romantizar no sentido de usar eufemismos e querer colocar casais apaixonados em todos os contextos. Eu sei que o amor não sai de moda e essa coisa toda, mas sei lá. Eu prefiro coisas mais unissex... Prefiro livros que pareçam agradar mais garotos e garotas, simultaneamente. Não quero julgar o jeito que os livros foram escritos, mas sei lá... Esses livros "para garotas" tendem a ser ótimos de ler, mas são tão vazios. Não creio que eu viva minha vida em função de roupas e "meninos". Eu sei que é isso que alimenta a vontade de ver o final previsível dessas histórias, mas eu não suporto esse clima comum de amor platônico ou impossível. Ok, empecilhos... Dificuldades são necessárias. São bem-vindas e talvez realmente tenham grande importância no conjunto da conquista ("conjunto da conquista", Ivy?), mas eu sou mais a favor de dilemas mais instrospectivos, de problemas mais subjetivos e menos generalizáveis. As relações humanas são tão ricas, não entendo como as barreiras físicas sempre (sempre!) servem de exemplo para as histórias. Gosto de tentar entender o sentimento de "incapacidade" (no sentido de "impotência" mesmo, daí sim algo geral e não tão pessoal), só me incomodo com a freqüência com que isso é exposto como conseqüência de eventos externos ao indivíduo. Isso me lembrou de um texto que eu achei num marcador de páginas, há mil anos atrás, na praia. Eu gosto de como ele me faz pensar o quanto uma pessoa é diferente das demais a partir de suas motivações, suas fraquezas e enfim. E o quanto estamos sujeitos a coisas que parecem contradições, mas que não necessariamente são - depende da visão de cada um sobre o assunto. Quanto a isso, falo especificamente do trecho "não me interessa se a história que você me conta é verdadeira. Quero saber se é capaz de desapontar o outro para se manter fiel a si mesmo. Se é capaz de suportar uma acusação de traição e não trair sua propria alma, ou ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança.". Vendo esse texto, vejo que se passaram muitos anos e a minha admiração por essas palavras persistiu. Espero não ser nem parecer ser um poço de oposições. E paradoxos também não ajudam muito. Em todo o caso, música boa é sempre uma grande companhia. Escutem as 69 love songs de Magnetic Fields, vale muito a pena. É um som empoeirado e calmo e relativamente bonito e sonolento. Nebuloso. Acho ótimo.

Um comentário:

Ivy disse...

eu escrevi isso ontem meio mau-humorada. e algo me diz que eu estou sendo meio cretina e a Nine vai me matar. mas eu gosto do lobisomem! :D

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