quinta-feira, 30 de julho de 2009

you found me

Eu acordei com um sonho ruim, mas acho que pior do que ele foi mesmo ter que acordar sem ter uma certeza de que ele estaria mesmo distante de se tornar real. Acho superengraçado quando eu estou tão brega a ponto de isso ser comentado. Vergonhazinha pelo penúltimo post. Cara, ando escutando muito The Fray e descobri que Little Joy é tri legal. Queria ver se termino de ver um filme hoje de noite, e termino mais umas últimas coisas da roupa das apresentações. Sexta vou ficar correndo pra lá e pra cá e todas as minhas atividades desse dia oferecerão apenas 50% de chance de serem boas [?]. Enfim, eu quis dizer que tudo será na base da supresinha. Mas acho que será ok. Não tô tão ansiosa pra sábado quanto eu estaria no ano passado, mas acho que isso é um bom sinal. Mais poder, mais responsabilidade... blablablá. Querendo ou não, acho que todos somos capazes. Mas aí já misturei as coisas. Tenho lido bastante os blogs dos outros, me identificado com alguns textos, enfim. Acho tão legal quando as pessoas escrevem e, de algum jeito, eu consigo enxergá-las nos textos (digo elas são sinceras e escrevem bem sobre si mesmas). Eu tô bem, tô toda embaralhada. Acho que algumas certezas que, de repente, eu mostrei aqui nos últimos tempos estão mais fracas. Me acostumei com as férias, não sei como será o recomeço: novo semestre, a velha rotina de um jeito diferente. Falei com pessoas com quem o diálogo foi praticamente inexistente nos últimos meses, e foi legal. Sei lá, algumas coisas não mudam. Existe o lado ruim disso, mas também existe a segurança. Eu gosto do sabor da nostalgia - ainda não sei conviver com a agonia de tudo, mas gosto do bege das memórias guardadas. Eu tenho pensado que realmente as pessoas (eu me incluo aí, of course) não têm noção do poder das palavras. Cada história que eu escuto, cada coisa que eu vejo acontecer... Não sei quando a melhor saída é o protesto, ou se bancar o indiferente sempre é o ideal. Existem situações cotidianas que se tornam um saco se a gente não se impõe desde o início... Enfim. De algum jeito muito esquisito, minha aparência de menor de idade tem sido questionada - isso é mais infeliz do que parece. Não que seja a pior coisa do mundo parecer ser mais novo do que é - na verdade, eu gosto -, mas, às vezes, se torna um saco. Existem pessoas que eu conheço que têm a péssima mania de classificar as dores - comparar o que cada um anda vivendo e dar um diagnóstico apontando o que é pior. Ah, ridículo. Ok, me deu uma coisa e senti vontade de parar.




Ok, eu andei vendo bastante o clipe de "She will be loved" (Maroon 5). Acho bem tetiante.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

All at once.


There are certain people you just keep coming back to
She is right in front of you
You begin to wonder could you find a better one
Compared to her now she's in question
And all at once the crowd begins to sing
Sometimes the hardest thing and the right thing are the same
Maybe you want her maybe you need her
Maybe you started to compare to someone not there
Looking for the right one you line up the world to find
Where no questions cross your mind
But she won't keep on waiting for you without a doubt
Much longer for you to sort it out
And all at once the crowd begins to sing
Sometimes the hardest thing and the right thing are the same
Maybe you want her maybe you need her
Maybe you started to compare to someone not there
Maybe you want it maybe you need it
Maybe it's all you're running from
Perfection will not come
And all at once the crowd begins to sing
Sometimes
We'd never know what's wrong without the pain
Sometimes the hardest thing and the right thing are the same
Maybe you want her maybe you need her
Maybe you've started to compare to someone not there
Maybe you want it maybe you need it
Maybe it's all you're running from
Perfection will not come
Will not come
Maybe you want her maybe you need her
Maybe you had her maybe you lost her to another
To another

{The Fray}



quarta-feira, 22 de julho de 2009

"I love everything about you that hurts."

oi, eu não sei jogar. quer dizer, a gente sempre acha que sabe - apesar de eu, particularmente, achar desnecessário tentar acreditar que é possível tratar isso como um conhecimento a ser adquirido. pessoas são pessoas, relacionamentos são relacionamentos. tudo muito ímpar, muito diferente, muito incomum: as histórias parecem se repetir, mas não... simplesmente não.

eu disse isso porque, não sei, eu tenho essa mania de achar que a sinceridade pode transformar tudo. não há razão em dizer que eu não me importo se, no fundo - ou não tão fundo -, eu me importo. eu me importo, eu me importo mil vezes se for preciso. me importo. pronto.

e ler - ler que sim, ler que não, ler que tudo ao mesmo tempo - é tão estranho. desconfortavelmente reconfortante. agoniante, mas bom. estranho, puramente diferente do habitual. "diferente do habitual" - quanto eufemismo... não, não vou amenizar quando o que eu sinto é necessidade de gritar, de explorar meus limites em relação ao meu estado.

esperar? ok. direi o que for necessário dizer, ouvirei qualquer coisa como resposta. será assim, espontâneo e doloroso. posso ficar muda, mas não vou calar a boca. não tenho que fazer isso, não sei fazer isso. sou tola, talvez, por não jogar. e o que é esse jogo? quem foi que disse que eu estou jogando?

não sei o que pensar, o que sentir, o que entender. e acredito que a gente passa a maior parte do tempo sem saber, só que não dá bola. a gente só faz, faz o que acha, o que a intuição diz pra fazer. e não se importa até ver o resultado. essa coisa de se importar desde antes é típica de quem está confuso, de quem não sabe ou não quer jogar.

eu faria quase qualquer coisa, como sempre foi. e continuaria jogando, jogando do jeito errado, mas me divertindo. a única regra imposta era não derrubar a bola preta, mas foi só o que eu consegui. merda. mil vezes merda.




Sacanices

Se tem uma coisa sacana de se fazer é já agradecer a alguém por um favor ainda não atendido: é como se a pessoa fosse obrigada a fazer o que se pede. Mais sacana ainda é fazer aquelas declarações de amor vergonhosas em público. Puxa, faria uma lista de coisas sacanas. Acho sacana o Programa do Didi, ou seja lá o nome que isso tenha. Hoje eu estou num desses dias em que você acorda e quer proteger as crianças da maldade do mundo (eu espero que todos já tenham tido ao menos um dia assim...). Mudando totalmente de assunto, ontem eu vi a estréia de um programa extremamente revoltante. Quer dizer, eles juntaram tudo de essencialmente "mulherzinha" num lugar só. É como se fosse a versão audiovisual da revista Capricho ou algo assim. Eu realmente acho curiosa minha paciência para com alguns programas de televisão. Fico pensando se quem assiste às porcarias fica realmente contaminado ou, sei lá, se sente em parte triste por estar perdendo seu tempo. Ok, lamentável e nojentinho da minha parte. O programa tem como objetivo ajudar pessoas (até então, só vi meninas nas propagandas) que estão na fossa, com dor de cotovelo, esse tipo de situação. E, para te tirar da rotina de cama e gula, te fazem fazer coisas ridículas. Eu fiquei passada quando vi a moça queimando bichos de pelúcia num fogão no jardim de casa - ok, se livre das suas lembranças, mas doe os brinquedos. E, enfim, queimar coisas não é legal. Ela ainda ligou para o ex-namorado para dizer aquelas coisas do tipo "não me procure, vou ser feliz sem você - não vou esperar você querer voltar para mim". Tudo bem, foram adotados cerca de cinco passos - um deles foi dar um up no visual, é claro. Essa história de mudar o cabelo eu vejo em muitas pessoas - é, se eu dissesse que não sou uma delas, talvez não parecesse muito sincera. A moça "superou", inflou o ego e ficou se gabando quando o cara quis reatar o compromisso que eles tinham um com o outro. Eu acho um tanto infeliz essa coisa de "veja como eu não preciso de você"... Enfim. Eu estou sensualmente gripada de novo, o que me aponta que esse início de semestre não será tão diferente assim do outro. Ok, estou falando demais. É que me deu vontade, vontade de repetir que eu odeio camiseta polo amarela, que eu só como maionese quando misturada com batatas, que todo dia é dia de ver o sol se pôr, que vento nas maçãs do rosto me faz sentir bem, que o fato de eu dizer que não sou fã de alguma coisa pode simplesmente significar que não a conheço o suficiente. Não gosto de falar de músicas, não gosto. Não conheço quem está por trás delas, os gêneros em que se enquadram, a relevância que tiveram em seus países. Músicas e livros são coisas que se tornam importantes por si só, pelo valor que cada um - "em seu íntimo" - deposita em cada nota, em cada página. E eu não sei por que estou falando disso. Me perdi nos meus pensamentos comparando o vício pelo consumo de alguma droga ilícita com o nível crescente de exigência que vamos criando ao longo de nossas experiências. Sabe, eu acho que crescer é uma das coisas mais difíceis do mundo: não se "deseja" amadurecer. Mentira, acredito que isso seja desejável sim. Estou insegura quanto ao meu gosto por finais infelizes e à indiferença para com algumas coisas que, por ora, eu pensava ter. No fundo, talvez eu me mostre contraditória mesmo: quando alguém se diz indiferente, geralmente anuncia que ainda se importa. E a indiferença também é uma coisa sacana, se for pensar bem.




Maçã Verde

"As pessoas se dividem em dois grupos: o grupo das que não olham para trás em despedidas e o grupo das que olham. Eu não saberia explicar como acontece essa diferença, visto que eu não consigo evitar olhar - não importa se sou eu quem está caminhando ou o outro alguém. Ou os dois. Se dividem em dois grupos também aquelas que guardam cartas e presentes recebidos de seus amores - eu gostaria de poder dizer que os indivíduos que não olham para trás são os mesmos que não se desfazem dessas coisas (mesmo que pareça contraditório), mas não acho que seja bem assim. Seria muito fácil dividir todo mundo em grupos e esquecer que existem exceções - entre as semelhanças e diferenças, existe algo muito mais subjetivo e "incomparável" (incomparável porque não pode ser copiado, medido, nada do gênero). Eu não sei onde queria chegar falando disso, juro que não. Sabe, eu fico feliz quando vejo que existe gente que se liga em pequenas coisas, detalhes, coisas do dia-a-dia que podem parecer bobagem mas que, no fundo, são o que realmente importam. Cheiro, por exemplo: cheiro é uma coisa comum - as pessoas pensam se gostam ou não de cheiro de gasolina e sabem escolher entre um perfume e outro, mas nem sempre valorizam o cheiro nem sempre bom de um livro novo, de grama molhada ou qualquer coisa dessas. Ok, isso não foi um exemplo original. Acho geniais as associações aleatórias entre coisas, pessoas, sentimentos. Acredito que bastante gente usa a música como instrumento de reviver memórias - e isso nem deve ser proposital. Não diria que é mecânico, porque tudo que é mecânico parece frio e exato, e não dá pra falar de emoções assim. Sabe, resolvi me abrir um pouco e falar de maçã verde. Maçã verde, cara, maçã verde! Maçã verde é realmente uma das melhores invenções da natureza (diria "criações", mas "invenções" soa mais engraçadinho): bonita, gostosa, excêntrica... acho que o encanto vem mesmo da cor alegre que, nem por isso, perde a maldade das maçãs vermelhas. Enfim, maçã verde! Nunca parei para pensar se já conheci uma pessoa-maçã-verde, talvez por idealizar muito a fruta. E prefiro não o fazer: maçãs verdes não me decepcionariam, mas, pessoas, sim. É como gostar muito de roxo e ver que uma pessoa super rosa-choque se acha uma pessoa-roxo... Não, não é a mesma coisa. Só quem é devidamente uma pessoa-roxo entende. No momento em que me encontro, não sei a minha cor. Talvez esteja entre lilás e cinza. Eu fico pensando nessas pessoas que querem que tudo seja metodicamente perfeito, de forma forçada e doentia - não acho que a felicidade deva ser planejada: ela acontece. Acontece como um produto de fatores e escolhas que contribuíram pra isso. Hoje vi uma garotinha feiosa na televisão: ela parecia que não tinha pescoço, mas tinha um nome lindo (London). Tem nomes que já agregam características aos seus donos, e London é um deles. Mas acho que um dos mais carregados de alguma coisa, um dos mais fortes, é Emily: eu adoro Emily - para mim, ele é verde e um pouco triste, contornado por inocência infantil (e um pouco da crueldade dos pequenos também). Uma música diz que nada pode ser mais cruel do que uma criança. Eu não penso nada em relação a isso - se eu concordasse, seria uma cretina. Já falei disso por aqui, eu acho. Já falei das pessoas que não olham para trás e dessa música da Sonata Artica, pelo que me lembro. Eu sinto falta de não ter um cachorro, e falta de ter apego com alguém de poucos anos. Poucas crianças não-fictícias me marcaram, eu acho: a irmã da Isadora, um primo e uma pequena de Israel (na verdade, essa última me rendeu muitos pensamentos e momentos legais). E o primo de uma amiga minha - mas acho que, nisso, houve influência de um filme. Às vezes, parece que eu sou meio anormal, meio robô. Eu sou do tipo que olha para trás, que guarda tudo que é tralha, que sabe que existe a música certa para cada ocasião, que tem medo de coisas banais. Me surpreendo quando não falo o que sinto vontade de dizer, assim como fico dias me culpando por dizer alguma besteira que sai da boca para fora. Eu diria que as mesmas pessoas "orgulhosas demais para se desculparem por dizer besteira" são as mesmas que insistem em não olhar por cima do ombro em despedidas - talvez por que sofram com isso. Ok, não faz sentido. Não existe lógica nessa divisão: tem coisas que a gente faz por fazer, faz por hábito, faz sem querer, faz sem pensar, simplesmente faz. "Simplesmente faz". Como "simplesmente fazer falta". Essa deve ser uma ação intransitiva, seja lá o que isso quer dizer. O fato é que as pessoas precisam de um pouco mais de cor, um pouco mais de poesia e sensibilidade. O último olhar torna tudo um adeus, isso é muito perturbador. Oh céus, preciso de um bom livro com cheiro não tão bom, de um cachorro (de preferência pequeno e branco, ou um labrador, ou um yorkshire) e de maçãs verdes numa cesta bonita e florida. Ora, que cena forçada. Combinaria mais com uma Emily jovem. Uma London não trocaria as calças jeans gastas e a poeira do asfalto para um passeio no parque - London é um nome urbano e azul-petróleo demais. Eu arriscaria dizer que quem é London não olha para trás, ao contrário das Emily's. É isso: as pessoas estão divididas em London's e Emily's. E só."


segunda-feira, 20 de julho de 2009

fin.ício

eu costumava pensar que os casais "acabavam" para nunca mais voltar, tornando o fim uma coisa definitiva, imutável, incorrigível - mesmo com a minha idéia de transformar um ponto final em reticências mágicas. até bem pouco tempo atrás, porém, fiquei pensando que as pessoas só deveriam planejar ficar juntas (digo pensar no futuro - não necessariamente de forma tão séria) depois que acabassem uma vez. acho uma merda aquele vai-e-volta que algumas pessoas aturam, não é disso que eu estou falando. sei lá, de algum jeito acho que é importante passar pelo processo da dor da perda, da euforia da liberdade, das noites em claro fazendo os pensamentos pipocarem. claro, deve-se considerar que os pombinhos estejam apaixonados. mesmo que pareça irreal que duas pessoas "desimpedidas" que se gostem mantenham distância uma da outra. posso estar falando merda, mas eu fiquei pensando francamente ("pensar francamente" é algo muito banana de se dizer) e cheguei à bela conclusão de que me sinto livre - com todas as conseqüências e sentimentos bons e não-tão-bons que minha condição permite. de qualquer jeito, acho esquisito quando existe um desprezo entre as pessoas que até então tinham algum compromisso uma com a outra: tudo bem, pode acontecer de alguém(s) ter "enjoado" da cara do outro, ou existir um motivo mais concreto para um desentendimento; conflito de interesses, qualquer coisa... mas, ainda assim, existia ali uma amizade, uma troca especial - a princípio, proporcional com o tempo que se dividiu. hoje, eu já não sei definir o que eu acho de tudo isso que eu falei. talvez acredite naquilo que ouvi não faz muito: "se for pra voltar, será para nunca mais acabar". talvez. soa um pouco pretensioso, um tanto fantasioso... mas sou livre para mudar de idéia a qualquer momento.



Ivy9

Levando em conta que mais de metade das músicas de amor (que devem representar 90% do todo) são do tipo "fossa", achei engraçado como meu leque de letras-musicais-em-que-eu-me-encaixo cresceu repentinamente nesse mês. E se, por um lado, acho tudo isso um exagero, por outro, não acho que eu tenha tido a pior das reações. Nessas horas, me irrita pensar que "ombros amigos ganham braços" - eu disse isso ontem no msn, mas a pessoa com quem eu falava não entendeu. Não sei se ficou claro, mas de qualquer jeito não acho que eu deva comentar isso. Eu teimo em não ver algumas coisas, em insistir na minha interpretação dos fatos quando, na verdade, eu deveria considerar que nem todos vêem o mundo com meus olhos infantis. De algum jeito, mesmo que mais uma vez pareça exagero, é como se a confiança depositada fosse para o ralo. Eu sei que não deveria, mas acabo pensando no passado como um erro de cálculo - o passado que desenvolveu essa situação presente, foi dele que eu falei. Eu passei por uma semana de morte (talvez duas), depois me acostumei. Não arriscaria dizer que o arco-íris voltou a brilhar com todas as cores, mas pouco-a-pouco a nuvem cinza vai se espalhando pelo céu. Ou não. Mas, tanto faz, aceitei a situação. É apavorante quando você não encontra ninguém que entenda o que você sente - é claro, às vezes isso é o que reconforta (quando precisamos ficar sozinhos). E aquilo do "ridículo do sentir" me invadiu de tal forma que, enfim, me debilitou completamente. Ok, até parece que eu comprei uma cadeira-de-rodas ou algo assim... Ivy, foi só um tombo. Isso acontece quando você deixa seus tênis pelo caminho. Bah, as férias chegaram em boa hora. Tenho aproveitado (o fato de eu estar com a bunda nessa cadeira, às quatro e meia da tarde, não distorce isso), tenho visto gente bacana e ocupado minha cabeça com pensamentos diferentes dos que me perturbam quando ponho os fones de ouvido. Foi bom ver Juno de novo com o Shaolin, ouvir a voz da Thays, conhecer o lado mais humano (sensível?!) de algumas pessoas. Eu cresci um monte, estou alegrezinha de novo. Acho que nunca foi a intenção eu me tornar o oposto disso. Não estou nem um pouco "à caça" - nem um pouco. Acho isso extremamente vazio e seria um desfecho realmente deprimente para mim. Me basta sair e escutar músicas aleatórias, que eu não escutaria em casa - falar bobagem, tomar alguma coisa e arriscar alguma coreografia banana. Me basta, mas nem preciso disso: o lado-lobo sempre existe, com a sede por solitude. A gente vê esses seriados, essas historinhas de ficção onde tudo acaba sendo lindo e brega e se pergunta se nos encaixamos em algum papel. Já me disseram para descartar o título de "pessoa substituta". Não ando com muito jeito para escrever coisas na terceira pessoa e, se for pra falar "eu", falemos de mim. (Haha, momento Ego.) Não acho que esteja escrevendo para me ler e me entender, me organizar. Não estou mais bagunçada, eu acho. Quer dizer, estou pulsante, minha cabeça está a mil quilômetros por hora e tudo nesse sentido... but i'm fine. Always fine. Sorria e acene, Ivy. Sabe, é engraçado ser uma garota pequena de palavras confusas. Tem a sua graça, mas também é desgastante. Não quero, não quero ninguém novo. Ninguém de diferente. Nem pra hoje, nem pra ontem. Me irrito com insistência nesse sentido. Eu levo tudo de forma muito intensa (e dramática), eu sou sensível e extremamente ouvinte do sr. meu coração (não existe um jeito de dizer isso sem parecer alguém muito brega e fã de Sailor Moon) - não vou fazer nada por fazer. Faço se estiver afim, se eu achar conveniente, se for fazer bem pra mim. Nesse sentido, não vejo razão em não ser egoísta. Sei lá também. De repente, levei tudo a sério demais. Mas nem penso mais nisso. Acho que vai ser bom começar do zero, me conhecer de novo, conhecer as pessoas de novo. Tudo de novo. Pé atrás, cabeça erguida e olhinhos brilhantes. Não vou perder tempo ruminando erros, acertos e desentendimentos (Ivy, you're not a cow!). Não vou perder tempo, mas também não estou com pressa de nada. Sei lá. Quando a gente começa a pensar demais na nossa situação acaba ficando meio triste, eu acho. Enfim. Descobri músicas ótimas e estou buscando a música ideal para fazer uma coreografiazinha. Foi bom descontar tudo na dança (e nos ouvidos alheios - thanks!), consegui evoluir bastante. Para alguém que se dizia extremamente rancorosa, acho que mudei bastante isso reavaliando alguns pontos. As pessoas têm seus lados bons e ruins - e aí está a mágica delas. E eu não estou apontando para nada ou ninguém, apenas falando sem parar. Fiz tanto isso ultimamente que estou sem voz (sério!). Ok, acho que vou me ocupar agora: lavar a mochila, arrumar umas roupas, pendurar moedinhas, ver House, whatever. Eu estou instável, então talvez depois eu leia isso e ache uma grandissíssima bostinha. Sempre existe a intenção de escrever 'mais tarde' quando eu posto algo de dia. A sensação de ansiedade, na verdade, não passou por inteiro. Eu acho engraçado escutar os conselhos e palpites de todo mundo a respeito da minha vida - engraçado porque eu não sigo nenhum deles, mas sou grata aos que me dirigem a palavra. Ok.





terça-feira, 7 de julho de 2009

Rainy Date

Eu fiquei parada no cordão da calçada, assistindo as rodas dos carros arremessarem água em mim. Não é que eu fosse de todo indiferente, mas eu realmente não estava vivendo a situação: meus pensamentos são aleatórios e constantemente me tiram da realidade. Não estava indecisa quanto a ir ou vir, correr para o outro lado ou voltar para lugar nenhum - estava mesmo era perdida nesse vão que existe entre o desejo e a busca. Certas buscas são inúteis. Inúteis, inúteis como são certos desejos. Mesmo que sejam desejos, sem a pretensão de serem mais do que desejos: desejos são feitos para os querermos e nada mais. São só desejos. E eu fiquei ali, na chuva, desejando o indesejável, contrariada com minhas próprias motivações.

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A noite passada foi uma merda, uma merda de noite. Não dormi, não comi, mal respirei. E detesto quando acordo e o dia não parece dia novo, não tem cara de que houve mudança. Saí de casa com a expressão mais azeda no rosto, com meu olhar mais desprezível, com os tênis desamarrados - como se simbolizassem minha revolta, minha autoafirmação. E todos na rua pareciam beges e verdinhos e ensolarados apesar do dia ser chuvoso. Não peguei guarda-chuva, porque eu não uso um: não gosto de fingir que eu me sinto seco quando tudo ao meu redor está molhado e frio. Eu tenho essa mania de acabar parecido com o cenário, de absorver as cores e de agir como a situação pede - sem anestesia.

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Ela vestia seu sorriso mais cinza, ele tragava seu humor mais impaciente. Se esbarraram no meio do asfalto, caminhando esbaforidos em sentidos contrários - o desejo e o não-anestésico. Alguns olhos conseguem ver além das aparências, algumas palavras conseguem traduzir o que os sentidos reproduzem mas, na cena, nenhum dos dois jovens viu no outro um pedaço de espelho. "A chuva lava, mas também afasta, muda as coisas de lugar". E o momento do encontro duraria menos se uma ponta de cadarço não tivesse sido alvo de um dos pés pequenos que desviava das poças do caminho: a garota não era do tipo bege ou verdinha, menos ainda parecia se importar de estar molhada - bem como o rapaz não parecia estar tão presente assim naquele instante. Não significaram nada um para o outro, mas estavam sob a mesma nuvem. Estranhos sob a mesma nuvem. E talvez nem fossem tão diferentes assim.


domingo, 5 de julho de 2009

Sobre o ridículo do sentir

Ridículo! O ridículo do sentimento é a sua não-correspondência pela outra parte envolvida. Passam a ser desimportantes a pureza e a beleza do sentir, passam a ser meramente irracionais. Não existe instrução capaz de ensinar a alguém como se controla a emoção: as pessoas se aventuram inventando conselhos não-praticados sobre como se deve agir, mas não existe solução que vá além do uso de máscaras. O confronto direto entre o egoísmo e o altruísmo, o conflito entre o que se quer e o que se pode fazer - conseqüências imediatas da exposição ao ridículo. Não existe escolha a ser feita no início, mas uma imposição que acontece "no final". O final que, na verdade, é apenas o começo do ridículo: o nascimento da guerra interna, da perda dos sentidos, da inevitável tempestade que se faz no copo. No copo e no corpo. Quando estamos diante do ridículo, a dor e o medo antevêm qualquer passo que ousamos dar: a revolta acontece a nível individual e social e, na busca de uma saída, não encontramos justificativa para continuar em inércia - tampouco compreendemos a lei que nos diz para abandonar o sentimento. Irreal, é irreal combater o sentir com a razão; é inaceitável a idéia de desequilibrar as forças e deixar que uma ocupe o espaço da outra. São instâncias diferentes, que desempenham funções completamente independentes. Deixar de sentir por não receber o mesmo em troca é correto? "Não importa, é o que deve ser feito". E seria no mínimo tolo enfrentar a situação vivendo a outra alternativa... E, por isso, é ridículo. Por isso é ridículo! Não há liberdade na escolha, não existem prós e contras, apenas eufemismos para os efeitos negativos que resultarão das ações. É ridículo! Infinitamente ridículo até que o sentimento adormeça no curso de seu destino. Não se pode evitar a verdade, não se pode evitar a vergonha nem a perturbação: quanto mais rápida é a aceitação, menor é a perda - deveria ser desse modo. Então, deixemos de ser ridículos diante do ridículo... Deixemos de permitir que o sentir se sobreponha ao que está em nosso poder de consentimento, deixemos de lamentar o que poderia ter sido e não será. Deixemos, simplesmente deixemos: o desapego é fundamental.
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