Talvez eu não devesse me importar. Mas é um saco ver que as pessoas sempre exigem mais - não necessariamente um saco elas quererem mais de você, mas o fato de nunca ser o suficiente. Eu vou dizer "Bom dia, meu nome é Ivy. Estranho, eu sei (risada marota)." Vou dizer que ando estudando, que gosto de desenhar e acrescentar alguma coisa besta. Elas não estão interessadas nisso. Você pode ser um V (V de Vingança) sem precisar de um nome. As coisas que a gente sempre diz são as que menos importam. Numa entrevista de emprego vão te perguntar o que você já fez, não querem saber se você acha que o mascote da loja tem uma cara realmente publicitária. O esquilo do Zaffari não tem cara de bobão, como aqueles animais animados estampados em caixas de nuggets. Mas não querem saber o que você acha disso. No fundo as melhores conversas são aquelas realmente espontâneas, onde você fala sobre o que lhe vier a cabeça e a pessoa do seu lado só te acompanha, não te olha com aquela cara de "ela não é normal". Essas caras são as mais idiotas. Dá muita vontade de não ser normal mesmo, só pra poder me sentir feliz e longe de ter uma cara dessas. Silêncio é legal. Fica constrangedor, de repente, quando você está acompanhado. Isso é relativo, mas é verdade na maior parte das vezes. O ruim é que as pessoas estão sempre catando umas as outras, isso tira a naturalidade da coisa. É estranho ter de conseguir sucesso dentro dos padrões capitalistas e, ainda assim, dar a mesma (ou maior) importância à vida emocional. Você têm x anos para encontrar a pessoa ideal. Você nasce e está dada a largada. E aí você pensa que tudo vai fazer sentido. Talvez sim, talvez não. Depende da sua visão. É estranho jogar a responsabilidade de achar a tal da felicidade em cima de outra pessoa. "Você não pode me desapontar, me fará rir e vai gostar de fazer tudo o que eu gosto." Eu fiquei pensando em toda a conversa... pensei no Holden. É fácil de se identificar com ele. Agora eu percebi. Me senti besta quando eu não tive nada a acrescentar. Só coisas abstratas. Eu me sinto compreendida, deprimida, como a maioria das pessoas deve se sentir quando lê. É legal aquilo do livro servir para várias gerações. Que droga! É disso que eu to falando! (Uma janelinha desconhecida do msn piscou, eu abri e o convite de webcam já tinha sido aceito automaticamente. Eu não sei o fascínio que os homens têm com seus pênis. Que saco. Tudo bem que é o que eles têm "pra fora", já que as mulheres têm seios e nádegas mais avantajadas. Enfim, que saco. Talvez eu preferisse quando ainda era moda casar virgem. Não existia webcam.) Agora me estressei. O dia foi incrível, incrível mesmo. Voltei pra casa de lotação. Ela demorou um tempo para sair, porque estava cheia de baratas e pessoas gritando dentro. Umas três desceram. Sei lá, foi uma situação nojenta, onde você fica irritada com as baratas, o serviço público, as pessoas porcas e as pessoas que gritam. Mas eu não quero falar disso. Eu parei de tentar fazer perfis legais no Orkut. Primeiro porque o site já é um erro. Exposição por nada. Daí você fica limitado a escrever coisas e tentar agradar os possíveis leitores. Ou não. A merda é que ninguém é verdadeiro. Seria melhor se todo mundo fosse franco. Os mais sensíveis sofreriam mais inicialmente, mas depois aprenderiam a equilibrar as diferenças também. Então você perde a vontade de chegar e dizer coisas aleatórias, que te fariam uma pessoa talvez única. Algumas coisas são realmente melhores quando só existem no nosso pensamento. A delícia das coisas está na nossa interpretação.
Pensando se eu sou branca, preta, cinza ou um jogo de xadrez.
Pensando se eu sou branca, preta, cinza ou um jogo de xadrez.
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