domingo, 8 de março de 2009

mistaken

você não vai entender.
e eu nem decidi ainda se quero que alguém entenda.
eu opto por não decidir, na verdade. é menos um erro pra cometer, sabe.
o fato é que, às vezes, eu penso estar com ele quando na verdade eu sou ele.
nós dois não somos "nós", nós somos eu e ele.
mas é como se fosse a mesma coisa.
não é que sejamos tão parecidos ou tenhamos infinitas afinidades, mas a nossa ligação é totalmente emocional.
é incompreensível para qualquer um, é motivo de briga, de ciúme - o suficiente para duvidar de qualquer sentimento.
eu mudei a vida dele, ele mudou a minha.
a gente não sabe disso porque a gente troca palavras, a gente sabe disso porque a gente sente.
ele foi amigo e também foi inimigo.
ele ainda é. só isso.
tem pessoas que estão e pessoas que são.
mesmo com toda a distância, de tempo e quilômetros, ele nunca deixou de ser.
e não é que eu sinta algum tipo de dor ou afeto, eu só sinto o que deveria sentir.
ele sente o mesmo.
é de uma inocência tão absurda acreditar no poder das lembranças...
mas é esse o sintoma que nos acomete - a mágica de um passado de pureza.
pureza nos gestos, nas ações, nos pensamentos.
não é minha culpa se ele faz parte de mim.
não foi minha pretensão arquitetar uma tempestade.
antes fosse tudo isso: seria mais fácil esquecer.
mas nem sempre o que passou, mesmo nesse contexto de passado como um vilão, deixa sombras tão amargas.
basta um pouco de luz para ver o que restou.
só a idéia de algo ter sobrado já resume a satisfação.
é bom se sentir vivo ao relembrar um momento.
são essas pequenas raridades do dia-a-dia que nos fazem diferentes dos demais.
eu e ele somos iguais, não em cabeça mas em coração.
e não é que não possamos nos encontrar em outras pessoas.
é só que fazemos parte um do outro.
e nunca vamos embora.

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