quarta-feira, 5 de março de 2008

Depois do erro, a Redenção...

Não, eu não vou te falar tudo o que eu penso sem ter certeza de que eu vou saber usar as palavras certas (não necessariamente fazer do monólogo um eufemismo, mas saber traduzir meus reais sentimentos), de que você será racional o bastante para não reagir impulsivamente e, claro, de que você quer realmente saber tudo o que eu penso. Não que eu me veja como uma arma mortífera, mas eu não faço questão de parecer nenhuma flor. Já colecionei comentários do gênero "oh, você é muito fechada", embora eu tenha me surpreendido com a maioria deles. Eu sou total passiva para algumas coisas e, apesar de falar até demais, sou realmente "total ouvidos" para grande parte do mundo. Não me importo com isso - acho um tanto divertido e interessante tentar ver as coisas pelos olhos alheios. O problema em ser sincero é que ninguém está preparado realmente para isso. Tudo bem, eu deixo a sensibilidade de lado muitas vezes (grande merda): sinal de que eu sou uma pessoa descontrolada ou, no mínimo, humana (esse adjetivo tem realmente duplo sentido). Cansa ser meiga o tempo todo (não que eu seja, foi só uma colocação). Sabendo disso, eu ignoro qualquer pedido aleatório que exige mais palavras do que eu quero expor. Eu tenho medo do meu mau-humor e da minha falta de tolerância. Detesto mencionar discussões, odeio gritos, odeio esse sentimento de poder que satisfaz quem ri por último. Sim, eu rôo unhas, exagero na comida, me descabelo e tenho quase um infarto durante esses períodos estressantes (não estou falando de tpm) onde o contato com os outros se torna indesejável e sinônimo de indiretas ou diretas desconcertantes. Eu sei que eu sou covarde para muita coisa, mas realmente acho golpe baixo a maioria das atitudes de adolescentes revoltados. Tudo bem, me permiti entrar num momento nostálgico e reafirmar que meu passado foi uma droga. Sim, eu costumava dizer muito do que eu pensava e, quando alguns laços já estão abalados, expressar infelicidade é realmente fatal. Acho ridícula uma série de coisas, acho mesmo. Não sou possessiva com ninguém, só não gosto muito de observar meus amigos. Eu não interfiro na vida deles, só não gosto de ver o rumo de algumas coisas. Existe aquilo de estar sempre ao lado de quem você gosta, defendendo-o sempre e chutando-o quando necessário. Existe ciúme e existe carinho. Já cansei há muito tempo daquelas situações infantis, onde o grau de amizade entre duas ou mais pessoas varia de acordo com o dia. Ou é ou não é. Não tenho mais paciência para repetir os mesmos conselhos, até porque não acho que alguém deva segui-los. Só que, se eu continuo com o mesmo raciocínio, não é o tempo que vai mudar minha opinião. Às vezes, enche o saco substituir tantas pessoas ausentes (eu não gosto de como isso soa mesquinha). Legal, eu atendi o seu telefonema de madrugada. Isso não deveria ser uma novidade. Não gosto de gente que se impressiona com esse tipo de coisa. Quer dizer, o que te levaria a pensar que eu não te atenderia? Puxa, eu já fui tão mais dócil e banana. Eu mudei mesmo quando desconfiaram da minha verdade. Não, eu não chorei por isso nem achei a maior injustiça. As pessoas têm direito de confiar em quem quiser. Só acho que desperdicei algum tempo sem saber - sempre mantendo a idéia do não-arrependimento. Eu sempre gostei da palavra lealdade. Até agora, acho que só tive realmente essa relação de Harry e Dumbledore com uma pessoa. Eu tento ser a mesma chata de sempre para não decepcionar ninguém. Me sinto deveras doente quando se forma uma distância, ainda que eu não tenha o hábito de correr atrás de tudo e buscar um final feliz. Observar mudanças é um ato um tanto estranho: você nunca sabe o que está por vir. Pretendo não perder muita gente, mas também não tenho muito o que fazer. Não sou do tipo que faz campanhas comoventes ou reuniões forçadas para a alegria geral. Eu não sei não buscar olhares, logo, cruzar com pessoas desprezíveis é algo realmente angustiante. Enquanto eu sinto o desejo de apagar algumas lembranças, sinto um pouco de sede. Vontade de falar tanta coisa para tanta gente... mas preciso ter certezas antes de abrir a boca.


5 comentários:

Ivy disse...

¬¬

Stigger disse...

Esse lance é realmente complicado, mas eu acho que deves falar tudo o que pensas. Eu vejo uma evolução em mim também que é bastante parecida com essa, sabe? Passamos realmente à tolerância - quase - suprema depois de um tempo.

Relação Harry/Dumbledore foi um bom termo.

ahsuahshua

:*

Stigger disse...

Ps.: Nada na vida é disperdício de tempo. Com tudo aprendes e cresces. Olha a psicologia aí, coisa ruiva!

xD

:*

Guilherme disse...

As vezes não consigo dizer tudo o que penso, tenho medo de magoar ou ser estupido. Eu não tenho o direito de ser cruel, mas preciso ser verdadeiro comigo mesmo. E se alguem me cobra sinceridade eu procuro ser sincero, mesmo que isso doa. Acho que se alguem tivesse que falar alguma coisa comigo e não sabesse como, eu levaria numa boa, não seria imaturo e 'homem das cavernas' o bastante pra não entender hehehehheehe

=***

Anonymous disse...

Aprendi muito

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