quinta-feira, 29 de março de 2007

Subjetivismo.

As pessoas deveriam ter uma relação com seu estado emocional proporcional a relação de uma lagartixa com seu rabo. Ele sim se regenera - sentimentos não.

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Hoje eu estava conversando com uma pessoa e ela disse coisas que, até certo ponto, me identifiquei. Depois de um tempo, o assunto já mais adiantado, ela começou a parecer um ser totalmente arrogante. Eu questionei-a, disse que ela agia de maneira egoísta, era insensata. Ela me olhou e disse 'sim, eu sou'. Não me supreendi com a sinceridade brutal ou coisa do gênero, mas com a falta de consciência que existia naqueles atos. Claro que isso é a minha opinião mas, de fato, não compreendo.

Essa pessoa e eu temos uma outra pessoa em comum, de quem somos muito próximas. Ela sofreu coisas e, em um determinado momento da vida em que tudo lhe indicava um caminho, ela seguiu por um outro toalmente contrário ao que a razão mandava. Eu me orgulho disso, me orgulho de poder admirar e ser admirada por uma pessoa diferente do padrão. Em todos os sentidos.

Vai fazer uma semana que uma terceira pessoa fez uma determinada 'confissão', se assim posso dizer, para sua amiga e orientadora. Ela poderia ter sido encorajada, recebido força, estímulo, proteção. Mas novamente a situação oposta ocorreu. Nesse caso, foi algo que me surpreendeu horrores. Não esperava que um comunicado fosse capaz de gerar repressão. Ou, nesse caso, traição.

A partir do momento que você confia em alguém e dá a liberdade e a segurança para essa pessoa confiar em você, vocês estão entregues aos laços de afeto e respeito um do outro. Quando cria-se um nó ou as pontas, puídas, se desfazem, todo o acordo é quebrado. Algo praticamente irremediável, sabe.

De repente, eu que estava sendo a pessoa mais feliz do mundo, mergulhei num profundo mar escuro. Não falo em depressão, nos medos de sempre, solidão ou coisas assim. Apenas acho que, a partir do momento em que somos todos únicos dentro do universo individual que é a realidade de cada um, o mínimo que pode ser exigido é respeito e igualdade - palavras chaves. E ponto!

Eu não sinto falta de uma boca para beijar, uma música para escutar, uma festa para ir. Sinto falta de ver olhares no mesmo nível do meu, de me sentir igual - sem precisar me curvar, sem precisar provar minha superioridade. Algumas perguntas, ainda que discretas, poderiam salvar a alegria de muitos, ainda que fosse pro alguns segundos. Mas não: estamos acostumados a pensar pelos outros, 'adivinhar' seus pensamentos e fazer o que achamos que será melhor para o próximo - sem pensar se isso é o melhor de verdade ou se é o mais viável.

O mundo é uma escola, está certo quem afirmou isso. É na escola que a gente erra, aprende, faz provas, conhece gente, fecha a cara, freqüenta na maioria do tempo. Mas é simplesmente a escola. Quem está nela não vê a hora de sair, se aventurar, ainda que não faça idéia do que realmente o espera lá fora. Eu achei outro dia uma música sobre o Apanhador realmente perfeita. Traduzi e tudo e fiquei feliz que alguém tivesse tido a capacidade de escrevê-la.

Todos fazem campanhas, vendem sorrisos, levantam os braços - mas isso é sinônimo de não fazer nada. E quem fica escrevendo ou se masturbando o dia inteiro na frente de um monitor está tão avançado quanto estes novos protestantes. Pessoas que não olham para o mundo como ele é ou foi, mas como ele deveria ser. A essência de tudo está no seu passado. Passado.

Eu descobri o vazio em tantas pessoas, mas tantas pessoas. E descobri tesouros em outras. O que eu sinto nunca foi sentido e afirmo isso com a mesma certeza e fé que faz um homem acreditar em figuras divinas. Eu gosto de me sentir especial e gosto que os demais se sintam livres para sentirem-se como quiserem. No fundo eu não me importo - e isso não faz de mim mais ou menos egoísta do que eu quero ser e sou.

Hoje recebi notícias de que não gostei nem um pouco. Descobri coisas de que não gostei nem um pouco. Não descobri coisas, o que me deixou desgotosa em parte. Mas, o mais importante: hoje eu tive certezas. Fazia um tempão que eu não confiava em nada. No momento estou dividindo pedaços de mim com tantas pessoas. Acho que estou em tornando imortal e ao mesmo tempo eu mesma.

Descobri que querer é poder e que, mesmo quando tudo está certo e algo de muito errado acontece, mesmo quando o mundo dá voltas boas e ruins, devemos guardar nosso conhecimento e nossas experiências para quem realmente merece ouvir. Não é uma questão de amizade, bom-senso ou vontade, mas uma questão de respeito a mim mesma.

Tem gente que nasceu para ser palco, gente que nasceu para ser platéia. Eu nasci para dirigir a joça e decidir quando e qual será o espetáculo. Isso não é arrogância, prepotência ou nada de muito desagradável, apenas auto-conhecimento. Agora eu sei controlar minhas palavras, olhos, mãos. Já estava na hora de olhar para frente, parar de pensar no cabelo e tirar fotos com gente nova. E que minha mãe não se meta, pelo menos nisso.


quinta-feira, 15 de março de 2007

O Grito

Ontem, enquanto eu tirava minha toalha do banheiro, eu ouvi um grito que veio da rua. No meio do burburinho do pessoal que sai da ESPM, imperou um berro horrível, quase urrado. Era um homem, que brigava com uma mulher. Ele gritou algo como 'não te aguento' mais de uma forma tão desesperada que quase jurei que ele estava chorando. Após dois desses gritos, três fortes barulhos de uma possível pancada numa mesa, ou algo que o valha. Bem alto o som.

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ai ai. tenho uma festa bem gay pra ir no sábado. sinto que tenho os melhores amigos do mundo.

sim, os de longe ou puramente on-line também contam... e muito.

;) (tri que eu me animei aqui no msn e perdi o rumo da conversa)


beijos.



sexta-feira, 9 de março de 2007

Marcador de páginas!

O Convite

por Oriah Mountain Dreamer


Não me interessa como você ganha a vida.

Quero saber o que mais deseja e se ousa sonhar

em satisfazer os anseios do seu coração.


Não me interessa saber sua idade.

Quero saber se você correria o risco de

parecer tolo por amor, pelo seu sonho,

pela aventura de estar vivo.


Não me interessa saber que planetas

estão em quadratura com sua lua.

O que eu quero saber é se você já foi

até o fundo de sua própria tristeza, se as

traições da vida o enriqueceram ou se você

se retraiu e se fechou, com medo de mais dor.

Quero saber se você consegue conviver com a dor,

a minha ou a sua, sem tentar escondê-la,

disfarçá-la ou remediá-la.


Quero saber se é capaz de conviver com a alegria,

a minha ou a sua, de dançar com total abandono

e deixar o êxtase penetrar até a ponta dos seus dedos,

sem nos advertir que sejamos cuidadosos,

que sejamos realistas, que nos lembremos

das limitações da condição humana.


Não me interessa se a história

que você me conta é verdadeira.

Quero saber se é capaz de desapontar

o outro para se manter fiel a si mesmo.

Se é capaz de suportar uma acusação de traição

e não trair sua propria alma,

ou ser infiel e, mesmo assim, ser digno de confiança.


Quero saber se você é capaz de enxergar a beleza

no dia-a-dia, ainda que ela não seja bonita,

e fazer dela a fonte de sua vida.

Querosaber se você consegue viver com o fracasso,

o seu e o meu, e ainda assim pôr-se de pé

na beira do lago e gritar para o reflexo prateado da lua cheia:

"Sim!".


Não me interessa saber onde você mora

ou quanto dinheiro tem.

Quero saber se, após uma noite de tristeza e desespero,

exausto e ferido até os ossos, é capaz de fazer

o que porecisa ser feito para alimentar os seus filhos.


Não me interessa quem você conhece

ou como chegou até aqui.

Quero saber se vai permanecer no centro

do fogo comigo sem recuar.


Não me interessa onde, o que ou com quem estudou.

Quero saber o que o sustenta,

no seu íntimo, quando tudo mais desmorona.

Quero saber se é capaz de ficar só consigo mesmo,

e se nos momentos vazios realmente gosta

da sua companhia.



quarta-feira, 7 de março de 2007

ACE













Ele pegou o revólver com cuidado, lustrando-o com um pano de feltro alaranjado.

Apontou para a própria cabeça, enquanto via sua imagem refletida no espelho.

O barulho ecoou por todo o apartamento. Pedaços de vidro cobriram o chão.

O homem, trêmulo, recuou alguns passos, olhando para os estilhaços ao seu redor.

Destruira o espelho.


Você pode destruir sua imagem, porém nada se modifica no seu interior.



quinta-feira, 1 de março de 2007

Vento no Litoral



A viagem foi boa. Sabe que estava frio na praia? Frio de usar casaco e tomar banho de chuva. De fato, pra mim veio em boa hora esse 'afastamento' do mundo. Não que lá seja um lugar total primitivo... mas é ótimo para desestressar. Na verdade, nem tão ótimo assim... se é que você procura algo realmente bom para fazer.

Trilhas e restaurantes mega naturebas... teatro do Fernando Pessoa (eu já vi... veria de novo, mas só vi os cartazes um dia depois da apresentação.)... vacas que comem salgadinhos ElmaChip's. Enfim, eu passei o tempo olhando para as diversas paisagens maravilhosas e lendo. Lendo muito.

Sabe, eu sinto falta de ficar me balançando (beeem rápido) na rede e cantando, enquanto invento histórias malucas... senti muita vontade de escrever, mas as canetas e o caderno são inimigos das minhas palavras: eu sento para escrever e fico só desenhando. Mas isso é bom também... sentia falta disso. Fora que eu viajo muito quando desenho...

Sei lá. Eu encarnei num livro do Harry Potter (o do Príncipe Mestiço). Achei realmente muito bom. Fiquei uns quatro dias sem mexer o pescoço, só lendo... hahaha. Pode soar babaquinha ou infantil, mas realmente gostei do livro. O melhor da série, sem dúvidas. Os outros mostravam o lado mais 'turminha em ação', meio sessão da tarde, do menino Harry. Esse, sei lá, é bem mais forte. Bem mais maduro.

O início é um porre... comecei a ler umas sete vezes, até ir em frente e começar a babar pela história. Eu gostei de como esse livro foi mais equilibrado... tipo com ganhos e perdas... O Harry era sempre o fodão. Ok, isso não mudou muito... mas gostei. Snape, Snape...

Meu primeiro gato vai ter o nome de Sirius Black. Não porque eu amo o personagem, nada disso. Apenas acho o nome muito bom, muito mesmo. O certo seria ter um cachorrão preto, seria mais coerente. Mas cachorros têm cara de bobo, e o nome Sirius é total malicioso. Gatos são cretinos, é o instinto.

Eu não queria estar falando da praia, mas enfim. Acho que cresci um monte lá. Eu fiquei sem pc, sem música, nem vendo mais que uma hora de pc por noite. Ok, talvez duas. Mas fiquei pensando muito... o que fazer da vida, quem eu sou, quem vocês são e o que representam pra mim, sei lá. Fiquei pensando na minha loucura, admirando o Renato Russo, criando teorias e coisas a dizer.

Ontem eu me desculpei por não saber ser doce, para uma pessoa. Eu nunca sei o que sinto por ela. Talvez eu me sentisse comparada demais, e eu não gosto disso. Éramos muito parecidas. Ainda somos, muito mesmo. Mas, claro, existe uma certa polaridade. E umas fofocas no meio disso tudo. Mas enfim, ela é especial, eu não posso negar isso.

Eu sou muito grossa as vezes, sem perceber. O Dado falou algo do fogo uma vez, signos de fogo... por mais intencional que seja, por mais carinhoso que tenha que ser, o fogo sempre acaba ferindo. E eu fiquei pensando em Jesus e na história toda. Noticiários... Oh, acharam covas... Oh, Poltergaist.

Pensando bem, eu gosto de Jesus. Ele deve ter sido um cara muito bom de conversa... Gosto da idéia dele ser um homem comum. Mas não gosto da pose da Igreja, em relação a isso. Deus é outra história. No fundo, eu prefira voltar à Grécia Antiga e acreditar naqueles deuses todos, tão sedutores... O homem estraga tudo.

E eu pensei em coisas aleatórias interligadas, como opção sexual, cabelo, beijo e individualismo. Eu me sinto em um gueto às vezes. E eu fui consumida por uma depressão terrível. Sabe, tinha uma confeitaria lá que seria um belo cenário para filmes de terror, tipo A Casa de Cera. Tri que a casa de cera poderia ser um lugar de depilação. Seria um horror do mesmo jeito...

Eu comi uns queijos gostosos, sonhos e muitos pães fofinhos. Eu li sobre máscaras cremosinhas, para a pele e o cabelo. Eu vou fazer reeducação alimentar. Sabe, ando sempre com pirulitos agora, o que não é um bom sinal. Talvez seja coisa da idade... estou crescendo e não tenho um rumo. Sabe, eu daria uma boa empreendedora. Hoje me diverti muito com matemática. E eu preciso de uma análise... para saber se tenho capacidade de fazer isso com outras pessoas.

Estou doente por dentro. Mas não é nenhum remédio ou uma noite que vai curar. Senti uma puta saudade do Bruno, do Shaolin. E de mais algumas pessoas, mas principalmente esses dois. E eu achei um marca páginas que vale ouro... existem belas coisas escritas nele. Levei material para aprimorar rabiscos e entender astrologia, mas gastei esse tempo lendo o livro da Matrix. Que droga, meus livros não estão aqui em casa... Só a introdução desse aí é uma riqueza... e bem longa... ainda nem cheguei na história mesmo, de fato. Tenho tantas coisas a pesquisar... desde o funcionamento dos ovários até hare krishna e Rousseau.

Agora eu tenho um novo sutiã favorito. E agora o 'vento no litoral' me acompanha todo o tempo. "Tempo, tempo... falta um tanto ainda, eu sei, pra você correr macio..."


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