terça-feira, 31 de julho de 2007

Horóscopo Maya

Me mandaram o esqueminha do meu hum signo maya. Deu vontade de colar aqui uns trechos que eu gostei. O resto não é um aglomerado de defeitos que eu quero esconder, mas milhões de palavras bem incompreensíveis para meus olhos sonolentos. ;) Aí vai:


"CIB AMARELO GUERREIRO é um sol simbolizando a continuidade da vida e que há
um futuro além da morte. Representa os recursos que são necessários para o
renascimento e rejuvenescimento da vida. É a visão de um novo início,
enquanto vive a experiência de algum término. É um sol que assinala novas
coisas por vir. É graça, confiança e o escutar da voz interior.
CIB tem intuição altamente desenvolvida. É um condutor galáctico que recebe
divina comunicação do espírito. Tem um talento natural para comunicar-se
além da terceira dimensão. A sensibilidade deste sol é altamente expandida,
dando-lhe uma necessidade de desenvolver proteção psíquica.
CIB também absorve muita informação/energia das pessoas com quem entra em
contato, daí precisar, freqüentemente, de um tempo para si a fim de colocar
em ordem a confusão interna que coletou. Precisa de um tempo para avaliar o
que ingeriu. Há uma compulsão em confiar na intuição e agir no devido tempo.
Tem a necessidade de estar no lugar certo, no tempo certo.
CIB é um sol muito pesado e os nascidos sob sua influência sentem-se levando
a vida muita a sério ou mesmo gravemente. Isto pode vir da infância em que
eventos traumáticos contrariaram suas perspectivas, tornando-os sérios. Por
este motivo CIB pode ser muito profundo e tende a tornar-se endurecido em
relação à vida. Alguns nascidos sob CIB tornam-se filósofos para lidar com a
seriedade; outros, simplesmente chorarão em virtude dela.
Há uma energia básica de limitação e fatalismo no selo de CIB. Isto tende a
torná-lo ultra-realista e pragmático. Tem a habilidade de ver através das
ilusões dos outros e chama a atenção deles para isso. É extrovertido e
falante. Embora seja um sol pesado, até mesmo fatalista, não subestime sua
habilidade para alegrar a vida e dar boas risadas. Sabe como aliviar as
tensões. Muitos nascidos sob CIB têm um excelente senso de humor e são
grandes cômicos, embora um pouco sarcásticos e cínicos.
CIB é excelente ao dar conselhos iluminados. Para os outros é uma ajuda
natural através dos traumas da vida. Com todos os desafios da vida, mais sua
acurada consciência de como trabalhar e o que fazer na sociedade, CIB tem a
habilidade para emitir bons julgamentos. Em muitos casos seu alto status na
comunidade reflete no valor de seus conselhos. Pode ser bom astrólogo ou
eloqüente professor. Tem dons de adivinhação, profecia, premonição e pode
arrebanhar muitos seguidores quando está envolvido com um grande evento.
Atrai fenômenos e tende a ser um mistério para os outros.
Muitos nascidos sob influência de CIB têm problemas com os pais, geralmente
com o pai. As mulheres tendem a recriar este problema em relacionamentos com
figuras paternas. CIB também tem problemas com patrões e autoridades, embora
muitas vezes ele mesmo ocupe posições de autoridade.
CIB é um sol altamente produtivo e sabe onde estão os desperdícios e
excessos. É um genuíno ecologista espiritual. Sabe onde as obstruções estão
bloqueando o fluir criativo.
O nascido sob influência de CIB é excelente administrador ou empresário,
todavia, em muitos casos, terá outros administradores para o negócio
enquanto controla o projeto inteiro do topo. Forma um bom grupo de líderes.
Uma das piores coisas que poderia acontecer para o nativo de CIB é perder o
seu status, uma posição de poder, sofrer desgraça ou ruína. Isto raramente
acontece porque CIB é bastante intuitivo, inteligente, trabalhador,
geralmente mantém autoridade e posição elevada. É muito preocupado com
referência à autoridade, ao status e o tempo todo está bastante atento à
posição social. Isto o torna muito autoconsciente quando rodeado de pessoas
que julgam-no da mesma maneira. CIB tem dificuldades em situações sociais
quando sente que a maioria rejeita o que ele acredita. Isto pode levá-lo a
um complexo de rejeição.
CIB representa vida longa e boa saúde. Os homens nascidos sob sua influência
podem ser robustos e musculosos, mas também podem ser inclinados à calvície.
CIB pode ser dominador, embora muitas vezes se encontre em situação inversa,
isto é, sendo dominado pelos outros. Pode encontrar-se em relacionamentos
abusivos; ser derrotado fisicamente e ultrajado emocionalmente. Muitas
mulheres nascidas sob influência de CIB são inseguras, escondendo-se atrás
de seus maridos ou pais, que demonstram autoridade e posição de prestígio.
Quando isto acontece, esta qualidade do sol se manifesta de outra maneira e
elas levarão uma vida com rígidos padrões e uma ordem impecável, tornando-se
prisioneiras de suas próprias criações.
CIB vive fazendo avaliações e julgamentos. Avaliar as diferenças nas
informações é a sua forma de aprendizado. É muito competente, crítico, sábio
e sempre rejeita o que não está á altura de seus elevados ideais. Critica a
maneira como os outros fazem o trabalho deles, embora realmente queira o
melhor para si e para os seus próximos.
CIB vive a vida de forma tão intensamente séria que isto lhe causa a perda
de algumas de suas habilidades, com, por exemplo, ser compassivo com os
outros. Tende a rejeitar os sentimentos dos outros. Já trabalhou duramente
ou passou tempos difíceis, mas ainda age dessa maneira, talvez porque outros
fizeram assim com ele. Em virtude de seus elevados ideais, pontos de vista
realistas e seriedade em geral, pode ser um pouco insensível nos seus
negócios e nos relacionamentos pessoas.
CIB é desafiado a confiar em seu guia interior e na habilidade de agir
através dessa orientação. Restabeleça sua conexão cósmica com a fonte.
Torne-se o condutor direto para o espírito. Confie em sua inteligência
intuitiva. Você saberá se ela é verdadeira ou não. Aperfeiçoe-se em sua
carreira e aprenda a adaptar-se às dificuldades relativas à autoridade.
Supere seu autoconhecimento e suas inseguranças pessoais, tornando-se
preenchido pelo seu destino solar!!! Você é o Guerreiro, o símbolo de novos
inícios e de esperança para o futuro."


"CIB = O GUERREIRO = (...) Simboliza a Águia Real e a
dança que representa a velhice, sendo um Guerreiro do Espírito, que se
baseia no Amor Universal. O Guerreiro proporciona proteção, alegria, uma
vida próspera, metódica, planejada e disciplinada e recomenda que desenvolva
e use o Poder da Vontade, evitando-se a rigidez e o excesso de isolamento.
Seu temperamento é sério, profundo, sábio, realista, pragmático e sua
dignidade saturnina impõe respeito. Pode ser atraído pela política ou
procurar ocupar posições de importância na comunidade, ajudando a tomar
decisões coletivas. Indica maturidade e possibilidade de fazer sucesso na
idade madura, mas mal sintonizado pode se tornar rígido diante da vida ou se
deixar dominar pelos outros. Costuma representar pessoas que evitam o
casamento ou relações de compromisso pessoal, sendo, geralmente, solteirões,
pois seus interesses se ligam mais a níveis humanitários. Este Selo tem a
capacidade potencial de estabelecer ligação e se comunicar com a Consciência
Galáctica. Impele para o desenvolvimento da inteligência e torna o Guerreiro
capaz de harmonizar as massas através de sua capacidade mental e de sua
Força Cósmica. Seu desafio é ser fiel aos elevados padrões que mantém, ter
sucesso profissional e aprender a lidar com a autoridade sem abrir mão de
seu poder pessoal."


"GUERREIRO = Cósmico. Guerreiro pelo Espírito e age a partir do coração
universal. É a consciência universal. Em essência, Guerreiro expressa.
(...) É sério, profundo, sábio, realista e pragmático. Pode se tornar
duro frente à vida e com freqüência tem consciência de sua posição em
relação aos outros. Às vezes, se permite dominar por outros. O desafio do
Guerreiro é superar a consciência de si mesmo e as inseguranças pessoais.
Guerreiro cura-se quando se sobressai na carreira escolhida e vive segundo
seus elevados padrões, conseguindo se sentir à vontade com autoridades em
abrir mão de seu poder pessoal."


"GUERREIRO = Cib (Maya). Cera. Coscacuauhtli (Asteca). Águia real, abutre,
sul, Saturno, quarto regente cósmico, dança, símbolo da velhice, deus
protetor Huehueteotl, o deus do fogo, longa vida, prosperidade, alegria,
vida metódica, planificada, disciplinada, maturidade, brilham na maturidade,
solteirão, economistas, buscar as chaves. Questiona a inteligência. O
guerreiro é aquela pessoa que, através da inteligência, é capaz de
harmonizar as massas. Força cósmica, habilidade de contatar e comunicar com
a consciência galáctica."


"GUERREIRO AMARELO = Cib (Maya). (...) Questionador,
inteligência. Transmite informações. Pode adquirir a capacidade de entender
e usar a telepatia. O guerreiro é aquela pessoa que, através da
inteligência, é capaz de harmonizar as massas. Força cósmica, habilidade de
contatar e comunicar com a consciência galáctica. Receba e expresse os
poderes do Destemor e da Inteligência. Focalize sua voz interior ao trilhar
o caminho do “Ponto de Interrogação Cósmico”. Avance em direção a seus
medos. Seja o guerreiro da graça."


domingo, 29 de julho de 2007

Poder.

"Coragem não é a ausência de medo."
E nem sempre o que não te deixa desistir é exatamente coragem - pode ser simplesmente orgulho.
Se eu digo que as pessoas devem ser aceitas com seus defeitos (que ironia, logo eu dizendo isso), não é só porque isso é a realidade, onde ninguém é perfeito, mas porque tudo muda. A visão de mundo sobre a pessoa muda.
Quando eu aprendi, acho que na segunda série ou algo assim, o que eram adjetivos (tá, de repente foi na terceira, eu não sei) eles vinham acompanhados do conceito de "qualidade". Qualidade pode ser algo bom ou ruim, é variável. E isso está presente em toda a relação do homem com o espaço. O que pode ser um defeito para mim, pode ser mega atraente para uma outra pessoa. Logo, defeitos e qualidades se anulam.
Ah, eu gosto dessa diferença de olhares. E gosto de olhares sobre o meu ponto de vista. No fundo, a crítica é algo realmente bom. Colocar os pés no chão, repensar sua atitudes... "mudar"... mas mudar por você, é claro. Ou não. Tem críticas que realmente não vêm de fontes confiáveis.
Sabe, tem isso também... não é deixar de ouvir outras vozes, mas é preciso dosar o que se leva em consideração. Não acredito que o olhar de uma pessoa que não é próxima ou não tem alguma experiência no assunto valha muito. Sim, pode ser bem ignorância dizer isso, mas enfim. Claro que existe o fator 'o ideal é se igualar' ou, sei lá, aprender com os 'mais novos'. Mas é tudo bem relativo. É, eu sou orgulhosa.
E outro dia uma amiga minha veio falar disso, de coragem e tal. E me idealizou um monte ali. Eu tive que dizer que era tudo uma fraude, e não foi a primeira vez que isso acontece. No fundo é aquela coisa bem musiquinha do Luxúria, "eu te apavoro mas não posso te enfrentar". Não estou falando exclusivamente de mim. Todo mundo é um pouco assim... A própria exposição exige esse tipo de máscara das pessoas.
E então me falaram nisso, de auto-controle. Sabe quando vem uma luz nos olhos, do nada, e te cega?! Pois é... eu fico tão perdida no 'auto-conhecimento' que esqueço as outras coisas relacionadas. E de repente nem acredito mais naquela coisa de inteligência emocional (para o meu lado da coisa, não no geral).
Mas nisso entram outras questões. Fora que eu sou muito presa em passado, muito mesmo. Ao cubo. É muito raro eu me planejar ou coisas assim também por isso. Aquela filosofia de que o futuro é o que passou, que devemos aprender com o que foi vivido... e no fim, pelo excesso de inércia, tu
do vai se tornando um ciclo. Eu achei uma comunidade muito bala, onde a descrição dizia isso: (copia e cola) "Pra você que é contra o sistema, mas participa dele na maioria das vezes. (...) Você ainda espera o Che Guevara do século XXI sem saber que qualquer um pode ser a mudança que o mundo precisa". E é meio assim, esperando que eu me sinto. Mas eu não tenho espírito de heroína, ainda que eu conviva com aquela fantasia de ser o Escolhido.
Ah, eu sou pequena demais para falar de auto-controle. Eu vou morrer sem saber tanta coisa... mas, sei lá, no fundo eu fico feliz de ter pessoas que, sei lá, são reais exemplos para mim. E hoje o dia foi para isso... é tempo de evoluir, de fazer jus à razão... porque se conhecer, refletir, crescer são as verdadeiras fontes de poder. Sabe, é bem aquela coisa... você não precisa saber de tudo, mas deve entender o que você é capaz. Assim se domina os outros, se adquire o que se quer... não exatamente falando de forma malvada, mas é a pura verdade. Comece por você.

:}


sexta-feira, 27 de julho de 2007

Glasses

E, quando você achar os óculos certos, leve-os consigo. Não pense se eles combinaram com você momentaneamente, se são capazes de te cegar em certos ambientes ou se, no futuro, poderão causar algum desconforto ou machucado. Quando você encontrar o par de lentes perfeito - eu tenho certeza - não vai querer olhar os demais. Tanto faz se o modelo escolhido não está na moda, o que importa é o seu conforto, a sua confiança.
Por mais tosco que pareça, se eu tivesse que temer algum objeto (caso este ganhasse vida, memórias e voz), com certeza temeria os retângulos pretos que me protegem da tal da miopia. Os óculos sabem de tudo. Te acompanham da cama ao banheiro, escutam todas as suas conversas, suspiros, percebem suas caretas mais discretas, sua acne, sabem o que você comeu, onde foi, com quem e, se depender, até "por que".
Por isso que eu penso que é preciso bastante cuidado, ainda que eu acredite que o processo de escolha tenha de ser bastante espontâneo. Querendo ou não, os óculos se tornarão seus eternos companheiros. Dependerão dos seus cuidados, ainda que você "não viva" sem eles. No início são um estorvo, depois se tornam amigáveis, simpáticos, se tornam parte da sua fisionomia. E até ajudam, em alguns casos, a disfarçar problemas de beleza.
Num planeta onde a tendência é ser lupa, ser capaz de representar não um, mas dois olhos - sem necessitar que um deles se feche, torna-se quase uma dádiva. Encontrar o encaixe perfeito, ser capaz de transparecer todo o conteúdo de uma pessoa - com um simples gesto... esses objetos podem ser realmente a chave para a humanidade.
Seja transparente e, ainda assim, leve. Mostre que sujeira se desfaz, com água e sabão, e que você está disposto a focalizar a mente de outras pessoas em coisas realmente relevantes. Faça-as se destacarem diante do resto, com cores, formas, tamanhos.
Óculos queridos não são jamais esquecidos, ainda que facilmente trocados. Muita gente tem medo de lentes espelhadas, que refletem o que não quer ser presenciado. Existem óculos delicados, largos, extravagantes, escuros. Trata-se de gosto pessoal, do que cada um quer para si próprio. Porque os óculos não são nada mais ou nada menos que uma extensão do seu corpo, algo que te complementa.
Prepare-se para encontrar alguém com quem você quer realmente dividir tudo. E não, não deixe essa pessoa se perder em outros olhos. Lupas estão por toda a parte, basta queixar-se de algumas dificuldades que elas aparecem, com neutralidade e indiferença. Você precisa de alguém que te dê confiança.



terça-feira, 24 de julho de 2007

The End

*Inspirada pelo último post do Gui.
Quando eu fui na Santa Casa, com um pessoal da escola, ver o trabalho de alguns profissionais da área de saúde e enfim, a declaração da psicóloga estagiária de lá foi bem hummm "de impacto". Sabe, tu tem que confortar a família de pessoas muito doentes que, se chegarem a sair com vida de seu leito hospitalar, carregarão sérias seqüelas para o resto da vida. Além de preparar a família dos pacientes, para recebê-los com o máximo de naturalidade, o "trabalho emocional" é feito também com eles. Idosos, crianças, adultos, jovens. A moça disse que era um trabalho bem complicado, porque em grande parte dos casos, a chance de recuperação é zero. Acho que era o setor das crianças com câncer, o que eu fui. Ela explicou o procedimento das cirurgias, onde a criança é acompanhada por um dos pais até uma sala, se distrai um pouco e depois, enfim, acontece o procedimento cujo final é decisivo: ou as coisas melhoram bastante ou... simplesmente acabam. Para sempre.
Enquanto ela explicava, uma criança com roupinhas verdes do hospital seguiu pelo corredor macabro e branco, dando a mão para sua mãe, que usava uma máscara branca, dessas de dentista. Cara, aquela cena foi realmente de arrepiar. Uma vontade de fazer alguma coisa, de mudar o destino daquelas pessoas, de poder transmitir alguma segurança de que tudo daria certo... Vontade de, uma vez na vida, poder ter certeza que o otimismo tem algum fundamento concreto.
Eu não sei que fim levou aquela criança, nem outras milhares. Sei lá, são coisas para se pensar e se sentir vulnerável. Crianças apresentam maior força de vontade, apesar da dor ser forte. Não têm exatamente uma crença, eu acho, mas também não tem noção do que está realmente acontecendo. Quando alguém desconhece suas limitações, tende a vencê-las. É bem mais difícil alcançar algum ponto quando todos a sua volta dizem que suas ações serão em vão, que é um sonho impossível de ser realizado.
Se tem um tipo de gente que eu abomino são esses "donos da verdade", que insistem em deixar os outros para baixo por pura amargura. Mas o assunto não é esse. Eu conheço um cara que presenciou o suicídio da mãe, quando criança. Puxa, eu nunca consegui me aproximar dele direito. Um pouco por uma estranha admiração, que servia de barreira para a naturalidade, outro pouco porque eram bem conhecidas as suas tendências depressivas e coisas assim. É diferente conversar com alguém inconformado com a vida que tem e conversar com uma pessoa com um problema bem mais concreto do que abstrato. Não sentia pena por ele, mas sei lá.
Isso que eu disse entra em conflito com um outro pensamento: aquela história de que não se sente falta do que nunca se teve. Não tenho pena de quem nasce cego, por exemplo. Claro que nunca ter o prazer de enxergar as cores, as formas, a natureza, a si próprio deve ser algo realmente triste mas, por pior que seja ter esse sentido deficiente, essa pessoa vai se adaptar ao mundo real bem mais facilmente do que aquele que enxergou durante parte da vida. Antes de qualquer outra coisa, a visão está ligada diretamente com a confiança. Feche os olhos e atravesse alguma avenida movimentada, na hora do rush, dando o braço para alguém. Você vai depender do cuidado dessa pessoa, do que ela está fazendo com a sua vida. (Ok, isso ficou dramático.) E tem outros fatores, é claro... o medo não vem realmente do que vemos, mas do que não podemos ver. Se, de uma hora para a outra, deixarmos de enxergar, vamos encontrar perigo em tudo...
Esse cara de quem eu falei e um outro deixaram gravadas umas coisas nas minhas memórias. Bem sobre o que o Gui falou no post dele... morte, espiritualidade, razões e emoções (tri música do nx zero hahaha). Eu adoro pessoas que não te encaram nos olhos, com olhares vagos e cinzas e coisas assim. Quando eu digo "cinzas" não me refiro exatamente à cor. Claro que os indivíduos que te comem com os olhos também são um pouco interessantes, mas não vamos descartar os demais. Se é pelo olho que você conhece o interior da pessoa, não conseguir captar essas informações é algo realmente agoniante - mas de forma gostosinha. Não deixa de ser um mistério e até um charme esse excesso de timidez.
Tá, eu esqueci o que eu ia dizer, do segundo cara, do post do Gui e tudo. E lembrei subitamente que eu sempre lembro de olhos bovinos em momentos peculiares, sei lá porque. Eu penso naquele fator de que as pessoas transformam as outras. É para isso que elas servem. Você tem um filho, se torna responsável, se conscientiza sobre coisas que antes não se mostravam importantes, aprende a escolher as fraldas que vai comprar. Ou não. Mas, enfim, por mais desprezível que uma pessoa possa ser, o papel dela é justamente esse - ser reconhecida como uma pessoa desprezível.
Se, segundo anexos em Power Point de e-mails antigos, a vida é um teatro, uma peça, um palco ou o que for, as pessoas do mundo são os personagens. Mocinhos, vilões, neutros... Eu gostava de pensar que, terminada a missão de cada uma, elas morriam. Não assim, do nada, caindo no chão e dando adeus. Só que isso foram cosias que eu aprendi na escola, que servem de consolo naquelas horas onde ninguém é ateu. Nas férias, eu afirmei algo do tipo "oh, eu acredito em Deus". E eu fiquei pensando nisso ontem.
Eu não acredito na justiça divina, não acredito que exista um ser que é total amor e um que é um ser horroroso e malvadão, não acredito. O Bem e o Mal coexistem, dentro de cada um. Ninguém age puramente por instinto sem sofrer influência de uma dessas duas forças. Não acredito no deus dos cristãos, nem nos milhares de deuses do Olimpo. Também não vejo deus como um velhinho no ônibus, como fala uma música - que, por sinal, eu adoro.
Eu sei lá porque eu disse que acreditava. O fato é que eu não tenho provas de que ele existe e acho esse pensamento apelativo uma enorme fraqueza da minha parte. Eu cresci ouvindo histórias infantis e lendo Bíblia para pirralhos, com minha avó me levando para tomar passe e coisas assim. Só ela fazia essas coisas comigo, meus pais nunca se mostraram religiosos nem nada. Só que isso só me fez ser uma revoltada. Eu já procurei, do meu jeito, essas ajudas divinas milagrosas e elas nunca chegaram. Aí entram declarações de blasfêmia e sei lá o que, ou que eu fui incapaz de perceber os sinais... mas, sabe, eu não vi porra nenhuma. Nunca me confortou imaginar que vai ter um tio lá - que eu não vejo - que me salvará de algumas dificuldades, ou que vai pesar minhas ações na Terra. Sabe, as escolhas que a gente faz dizem respeito ao nosso conhecimento, vivências pessoas, coisas que mesmo Deus é incapaz de entender. Ele é Deus, não é a Ivy. Não é humano.
Claro que existiram aquelas apelações bem toscas. "Se você existe, apareça agora! Anda, anda, não se faz!". Eu deveria estar na sexta série quando pensei que deveria seguir a minha hum... vocação para ser freira. Só pra ver se o filho responderia alguma pergunta. Claro que eu descartei isso bem rápido. O mundo capitalista competindo com os votos de pobreza e celibato... bem, isso é um caso perdido. Para mim, é. Talvez eu ainda tenha alguma esperança por aquele fator de público dos filmes Matrix. Quem assiste, sempre se sente um pouco o Escolhido. E tem todo o apelo para Messias e coisas assim, ainda que seja uma mensagem subliminar. A crença no salvador, no fim dos tempos... enfim, a própria conspiração dos Sr.'s Smith. Mas eu não sei construir um texto em cima disso. A intenção mesmo era mostrar meu desconforto em relação ao desconhecido. E porque não dizer que existe vida atrás do espelho?
Ok, vou ler agora, preciso me desligar desse meu "eu pensativo".



- Eu e o Gui, no Simulado. ~(:

Audioslave .

Audioslave - Like A Stone
On a cold wet afternoon
In a room full of emptiness
By a freeway I confess
I was lost in the pages
Of a book full of death
Reading how we'll die alone
And if we're good we'll lay to rest
Anywhere we want to go

In your house I long to be
Room by room patiently
I'll wait for you there
Like a stone I'll wait for you there
Alone

On my deathbed I will pray
To the gods and the angels
Like a pagan to anyone
Who will take me to heaven
To a place I recall
I was there so long ago
The sky was bruised
The wine was bled
And there you led me on

In your house I long to be
Room by room patiently
I'll wait for you there
Like a stone I'll wait for you there
Alone

And on I read
Until the day was gone
And I sat in regret
Of all the things I've done
For all that I've blessed
And all that I've wronged
In dreams until my death
I will wander on

In your house I long to be
Room by room patiently
I'll wait for you there
Like a stone I'll wait for you there
Alone alone
-----------------------------------------------------------------

Bah. Essa música sim! Sabe que eu ia escrever sobre como eu me sinto feliz e coisas assim, mas sei lá... juntei o sono com a vontade de ficar falando dessa música.
Na verdade seria um post curto e ruim. Eu não vou "ter tempo" de explicar toda a minha fascination nem nada, sabe. Já estou com as pálpebras bem pesadinhas aqui.
Mas, enfim, é uma música que entorpece. Tipo Sonic Youth. Certo que se eu me drogasse seria ouvindo isso. Porque não conheço ninguém que, em estado de profunda alegria, queria escutar Sonic Youth. São música nãs exatamente broxantes, mas que "te dão coisas". Bem blasé.
Essa daí já é bem passadinha mesmo... eu gostava, até então, só pela melodia. Mas sabe esses dias que a gente vai ver a tradução de uma música e bate exatamente com o que a gente está sentindo? Ou não... mas, pelo menos, nos surpreende de forma positiva.
Eu viajei muito com essa letra. Sei lá. Eu andava precisando de inspiration para começar uma das minhas histórias inacabáveis e, enfim, foi o êxtase.
Eu já nem lembro da história, até porque grande parte dela não saiu da cabeça. Colocar as coisas no papel é realmente difícil... tipo ver um filme, depois que você viu o livro. Você imaginou tudo diferente... por melhor que sejam os efeitos, você sempre acaba com uma pontinha de desilusão.
Eu sei que tinha uma garotinha pequena e fria. Sim, nas histórias da Ivy você sempre vai encontrar uma garotinha pequena e fria. Também é comum ver moças de vestidos verdes ou médicos frustrados que moram sozinhos e têm filhos.
Como todo principiante feliz, eu sempre quis ter minha trilogia de alguma coisa. Daí depois de muito pensar sobre, essa história aí reuniria as outras duas. Uma é inspirada em várias músicas do Sonata (parabéns, Ivy), a outra não é inspirada em nada, mas enfim. Na verdade a outra eu pensei só ano passado, mas no fundo são todas muito estilo "novela das oito", e isso me irrita.
Daí eu pensei que o Salinger tem razão, quando resolve lançar poucos e bons livros. Bem melhor assim. Economiza o tempo de quem lê e de quem escreve.
Mas tudo bem, porque eu estou longe de ser uma escritora. Tudo o que eu faço é digitar monólogos sobre minha vida cotidiana de adolescente normal.
Eu não gostava de como eram previsíveis as minhas histórias. Finais infelizes - sem cerimônia, personagens tentando o tempo todo ser diferentes e, enfim, erros. Do tipo momentos de muito descritivismo e momentos de diálogos toscos.
Eu não sei ser engraçada. Olha, as tirinhas do Radicci e o Luís Fernando Veríssimo são coisas bem legais. Mas nunca vou ter esse humor. Na verdade nem é algo que me inveje tanto, porque se eu fosse me centrar em ficção seria para falar coisas realmente viajantes, onde não precisasse existir um senso de humor. Ah, fala sério, nem eu leria meus livros.
Tri que eu tenho o dom de ameaçar dizer uma coisa e termino resmungando sobre outro assunto. Haha e agora já me irritei e nem quero saber da música. Tá tocando Bon Jovi. E o sono me irrita.
Fiquei um tempão no centro hoje. Entrei em mil lojas com a senhora minha mãe. Ela tem um gosto estranho para brincos. No fundo ela que deve ser normal, eu não gostei de nada. Haha tem dias que meu espírito vaidoso feminino nem acorda. Saio de casa com a primeira roupa que eu enxergar, cabelo todo errado e, enfim, com uma puta cara de bibliotecária em abstinência.
Uma coisa que eu aprendi, nesse quase um ano em que eu uso óculos, é que eu tenho cara de secretária. Em dias muito iluminados até vai encarnar alguma tia de filmes pornôs e bancar a legal, mas na maior parte do tempo não existe cruzadinha sexy de pernas, nem boca mordendo a caneta. Ok, talvez isso.
No final das contas, eu comprei umas coisas não exatamente por impulso mas que, sei lá... digamos que eu preciso de calças. É a vigésima vez que eu saio para comprar calças e volto com casacos. Tá, eu comprei um bagulho quente que eu não saberia descrever (até saberia, mas pareceria algo estilo Fátima Bernardes na primavera). E comprei sapatilhas de zebra. É, elas são estranhas. Eu tinha comprado umas de bolinhas, que eu usei uma vez na vida e foi o suficiente pra elas detonarem meus pés. Mas tudo bem.
E comprei uma hnm "presilha" de cabelo, típicas da Ivy de dois anos atrás. Talvez eu devesse tentar ser mais meiga e isso é um bom incentivo.
Mas enfim, ficou aquela sensação de "que merda, eu sou consumista". Porque tu entra numa loja e se sente master estranho. Essa história de publicidade é justamente pra isso... "criar necessidades". Você não precisa de uma blusa de mangas compridas que tem um furo nas costas. É uma típica peça que espera ser usada no frio... logo, o "furo" só deixaria o ar gelado entrar e interromperia o efeito quentinho. Ok, isso foi péssimo. Mas enfim. Você não precisa de uma blusa dessas, até chegar num lugar onde ela é o centro da atenção, da necessidade e enfim.
Tudo isso porque eu nem olhei pras calças. Eu lembro de um livro que eu li, onde a guria tingiu todas as peças de preto para tudo combinar com tudo. E porque ela era rebeeeelde, claro.
Falando em livro, a história! Não deixaria de ser uma adaptação dum conto do Allan Poe (O Retrato Oval, ou coisa parecida). Mas eu não estou com saco para falar disso.
(eu tentei escrever aqui, mas o resultado foram umas cinco linhas das mais medíocres. amanhã eu o faço)




segunda-feira, 16 de julho de 2007

Cranberries .

Bah. Em extremos. No fundo, eu estou bem feliz. Mas, apesar do dia não ter acabado, posso dizer que foi um tanto agitado e, hum, estranho. E eu estou ouvindo músicas que não ouvia há certo tempo. Isso é bom, eu acho. É realmente bem relaxante ficar cantando bem alto, em inglês bem ruim, para fugir do meu pequeno estresse cotidiano. Quero ver quando eu tiver um chefe e, enfim, tiver realmente responsabilidades. Vou morrer cedo!
Sabe, por um lado fiquei feliz pela semana que acabou. Putz, só tive provas... o clima realmente estava tenso. E eu passei considerável parte do meu final de semana estudando inglês para a prova do cursinho, que foi hoje de tarde. Sei lá, não vou dizer que foi agradável, mas pelo menos não me criticaram por não saber como é arroba em inglês (e eu ainda não sei). Provas orais me deixam nervosa. Como a maioria das coisas que exijam a minha exposição... Mas tudo bem, a tia (ela estava com um conjunto de lã cinza e rosa-cereja que deixava ela tão gorda e tão esquisitamente torta que, sei lá, eu não esperava realmente nada dela) fez perguntas razoavelmente bestas e não me dei muito mau, eu acho. Ela não tinha senso de
humor e eu demorei para perceber isso... enfim.
A prova escrita foi bem tri de fazer. E hoje de manhã eu me matei fazendo uns trecos em matemática. A Emily se irrita que eu risco tudo e, quem sabe, com minha falta de organização na folha de cálculos, mas ahh... sei lá, matemática é muito prazeroso. Adoro pensar que eu estou desenvolvendo meu raciocínio, haha. Não que o resto não o faça, mas nada tem o sabor de matemática. Números são legais, não são limitados. E até física anda me atraindo, pois veja só.
Na aula, aconteceu um teto estranho: foi no último período, quando uma moça de cara conhecida-mas-nem-tanto entrou na sala com um pacote de folhas de papel na mão. Ela é estagiária eu acho, faz Psicologia na PUC e resolveu cortar nosso período de jogatina (Can Can na aula de religião é o que liga!) para desenvolver sua dinâmica feliz de grupo. Pior que eu me emocionei por um lado, porque tratou-se de algo que só aconteceria no final do ano. Antes da formatura do terceiro ano, a psicocoisa da escola faz um daqueles encontros felizes, onde você diz para os seus coleguinhas o que achou deles antes de conhece-los, o que acha (de bom e ruim) e, enfim, é uma sujeirada. Todo mundo se odeia e resolve brigar
e fazer as pazes simbolicamente antes da cerimônia... é uma loucura.
A dinâmica consistia basicamente nisso. Cada um com sua respectiva folha, que circulava de mão em mão para os demais escrevem o que gostam em você e o que você deveria mudar. Foi, no mínimo, engraçado. Do meu lado tinha gente disposta a ferrar todo mundo e gente hum puritana, do bem, que não quer fazer falsos julgamentos. Sei lá, eu não deixei de ser sincera, mas segurei muito a língua né. Até porque meu caráter explosivo não combina com minha covardia... e não vale a pena dividir meus pensamentos com gente que não está nem aí.
Para umas três pessoas eu escrevi coisas realmente boas, ou disse que admirava ou gostaria de ser mais próxima. E, enfim, tem gente que eu desprezo tanto que nem consegui achar qualidades. Sim, eu falei um monte de merda pro filho da diretora. Que se dane o guri, ele é o mais idiota de todos. Teve gente que, sei lá, eu fui mais sincera do que eu gostaria, mas falando coisas legais. Depois que você lê o que escreveram de você dá vontade de recolher tudo e fazer como a Anita (ela dizia "blé" e botava um emotion do lado).
Não consta o nome de quem escreveu, mas você percebe pela
caligrafia, pela ordem das pessoas... Ninguém falou nada muito bom nem muito ruim de mim. Tudo igual. As velhas coisas que são ditas em amigo secreto. Um ou outro foi original. Eu desperdicei meu tempo catando adjetivos para os outros, mas fiquei feliz em dizer coisas para alguns. Bem infeliz e arrogante mesmo. Enfim, só me revoltei com um colega meu que diz que eu sou fechada. Porra, eu falo um monte de coisa todo dia e fico tentando puxar assunto. Mas enfim, ele deve ter dito isso pra todo mundo. É engraçado ver a repetição das coisas, em ordem invertida. Antes somente falso, mas não, é um conjunto de palavras falsas e mecânicas.
Hoje de tarde um velho sentou atrás de mim na hora da prova escrita. Ele podia escolher entre dezenove cadeiras, por aí. Mas não: ele resolve se espremer atrás da Ivy, crava vem o braço da cadeira nas minhas costas e fica lendo a prova em voz alta. Que saco, já não bastava a minha vontade de ir embora, tinha que ficar com um bafo internacional atrás de mim. Cochicho em inglês é o fim! Soa bem rabugento da minha parte isso, mas enfim. Na hora eu até ri sozinha da minha infelicidade. Ah sim, e hoje tiramos mais fotos horríveis na escola... daquelas em que um tio chato fica dizendo "ajeita o braço, sorri, tira o boné, vai pro lado, sei lá...".
Sempre que eu vou pros lados da Oswaldo Aranha eu volto a pé, ouvindo música. É tão bom... e daí compro doces pelo caminho. Eu ando com sérios problemas típicos de mulherzinha. Eu nunca fui assim, de pensar "olha, eu engordei" ou, enfim. Poxa, eu sento de perna aberta. Agora eu ando tão estranha com tudo isso. Naqueles dias em que nem a gente se pegaria, sabe? E nem me fale de TPM. Sei lá, eu pensei que eu mudei um monte. Me baseei no meu gosto musical, mas várias coisas mudaram. E eu fico triste por falar grego com algumas pessoas. Ou ter vontade de falar assim, para despertador - eu tava editando o texto e achei "despertador" no lugar de 'despertar'. eu sempre acho uns erros terríveis de gaguice e fico morrendo de vergonha depois - curiosidade.
Eu falei com um amigo meu onteontem, por um tempão. E foi uma das nossas melhores conversas, senão a melhor. E isso me fez pensar sobre as pessoas que, enfim, eu vou carregar por tempo indeterminado comigo. Não são muitas... a maioria das pessoas com quem eu ando eu conheci na escola. Sei lá. Eu fico até feliz por não ter muitos amigos "de fora". É menos preocupação. Eu me sinto tri mal quando passo um tempo sem dar ou receber notícias, apesar de saber que o laço está firme. É como se faltasse alguma coisa. Enfim, foi bom ter falado com ele.
Me rendeu algumas dúvidas, mas tudo bem. E ele vem de vez pra Porto, com a lady dele. Bem tri.
O final da terceira temporada de The L Word me deixou super pensativa. E eu vi The OC ontem, um dos episódios novos e, sei lá, ajudou para a minha depressão temporária. É tão ruim ver gente morrer de câncer, na ficção (imagina na vida real e enfim). E uma das garotas me preocupou um monte, com aquela história de "a essência é a mesma". Isso me lembra o Will falando, e ele mudou um monte. E me lembra uma série de pessoas, e eu penso qual é minha essência ou, enfim, eu fico dando voltas nesse assunto. Nem ando dormindo direito. Eu gosto de ir deixar razoavelmente tarde, eu gosto da noite. Eu deixo a janela aberta e fico olhando pro nada, com a claridade e tudo. É tão bonito, tão calmo, silencioso, prazeroso. Não tem música que descreva.
Eu vi hoje o pai de uma amiga minha no João Pessoa e desejei não ter dado oi. Foi o caso da comunidade de semi-conhecidos, que eu estava discutindo outro dia com uma pessoa importante. Sei lá e eu fiquei pensando nessas pessoas que te encaram no ônibus ou em qualquer lugar. Ou nessas velhinhas que puxam assunto, ou nessas crianças com roupas de inverno que já crescem tão esnobes. Sei lá, eu ando filosofando um monte. Eu penso na história que eu estava fa
zendo, da garota no vale dos cogumelos (não, não tem nenhuma referência com O Apanhador), e penso que o Francesco me mandou, por nada, uma figura tão legal de "gusgusmelos" que eu usei até alguns dias atrás num álbum do Orkut. Foi tão especial.
E eu andei conversando sobre energia, vampirismo, sonhos e todas essas coisas. E eu queria alcançar algum lugar, dentro do meu espiritualismo. É uma coisa que me fascina e intriga tanto... nossa, fico horas pensando about. Hoje eu quase entrei numa Igreja, pelo caminho. Mas estava cheia e não era hora de missa. E eu vi muitos carros e motos e coisas de polícia pelo caminho, e ambulâncias... foi bem estranho o dia. Igrejas me dão medo, são geladas e tem um silêncio que incomoda (diferente do silêncio cheiroso das bibliotecas). Eu entrei umas cinco ou seis vezes. Uma delas na catequese ou crisma da Carol, sei lá. A outra foi numa daquelas missas de sétimo dia, quando meu avô morreu.
Eu lembro que era sábado de manhã e eu estava tomando nescau com torradinhas, quando a mãe sentou na poltrona e, no meio de um programa de tevê qualquer, disse que meu avô morreu. Ah, que merda. E eu tinha pedido pra ela desligar o telefone na noite anterio
r, para ninguém ligar e incomodar. Enfim, foi horrível, péssimo momento... ainda que não exista um bom momento para saber da morte de alguém. Eu ia num show de noite, Capital Inicial eu acho. Nem fui. E ficou uma pá de gente me ligando do nada. No fundo, é uma merda. Puro egoísmo. Quem morreu foi o cara. Deveríamos chorar a despedida, não a nossa dor. Porque quem morreu foi ele, não a gente. E, apesar do hnm carinho, sei lá. Eu me sinto mal com abraços de pessoas com quem não tenho proximidade.
Sei lá, filmes de Igreja são legais. Tem padres fodas, suspense, heresias, são legais. Eles cantam coisas sombrias. Quase o cantos dos 13 Fantasmas, no filme - que, por sinal, eu não curti. Eu me sinto estranha na verdade, em igrejas. Não é exatamente uma sensação ruim, só que eu me sinto mal. É como se eu não pertencesse aquilo e fosse muito pressionada para pertencer. Ou então você vê as imagens e os adornos tão ricos... sei lá, não combina. É uma coisa tão primitiva e européia, não sei como resiste até hoje. A Fé das pessoas não precisa disso. E, sei lá, os próprios padres. Por mais que uma religião, um templo possa oferecer, não acredito que eles sejam felizes. Você não pode viver só de uma coisa. Não dá pra se sentir amado sem conhecer
o oposto disso primeiro.
E eu fiquei pensando no período dessas férias de verão. Sei lá. Foi legal ter ficado sozinha mesmo, em vários sentidos. Grande parte do que eu sou agora eu construí nesse pequeno intervalo de tempo. Foi legal ir em festas realmente esperando nada. Tipo sair de casa sem nenhuma preocupação, sem nem sentir o prazer que a ansiedade pode vir a trazer, simplesmente indiferente. Quando você não espera muito de alguma coisa, a decepção ganha pequenas probabilidades de acontecer. Mesmo que durante a festa a coisa mude de figura, foi bom.
Eu ando ouvindo muito Cranberries e Sixpence None the Richer. Essa última banda, na verdade, tem umas musiquinhas com mensagens bem hum "de Messias". Sei lá. mas é legal encarar isso pelo outro lado. E são músicas com letras, eu me encaixo e isso me faz bem. Tipo Sonata Arctica, Dashboard Confessional e Belle & Sebastian. São bandas com músicas muito "Ivy's". São músicas que até me deixam triste, mas me confortam. Tipo a primeira vez que eu ouvi falar de RPG. Mesmo que eu não jogue ou coisa assim, foi realmente bom saber que existiam outros seres felizes como eu.
Oasis também é bom. Sei lá, lembrei hoje da minha antiga professora de inglês da Wizard. Ela era fã de U2, do Bono e essa coisa toda. E eu tinha um colega que gostava muito de Coldplay. Eu me sinto mal, porque Coldplay tem músicas que realmente têm significado pra mim, só que me irritam às vezes por causa desse guri. Se eu não gosto de uma pessoa, procuro desprezar tudo que possa vir a lembrar ela. O lance do Bono foi ao contrário. Eu tenho amigos que gostam dele e tudo, mas sei lá. A pose de caridoso dele não me convence. A mulher quase pulava em cima de mim quando a gente ficava dialogando sobre sorte, otimisto e, sei lá, solidariedade. Eu lembro dela dando uns argumentos muito ruins e louvando o Bono, para criticar a índole da Madonna. Eu nem sou fã da Madonna, mas eu defendi ela. Fora que ela disse que eu só vestia preto e deveria deixar o amor penetrar na minha vida, algo parecido.
Por sorte, ela arranjou um quarentão para levá-la embora da casa da mãe dela. Eu queria dizer nada. "Deixa o amor entrar na tua vida, sua mala. Aliás, abre beee
em a porta... isso, tu me entendeu muito bem." Não que eu não acredite totalmente no 'power of love', mas eu me estresso quando eu estou no meu canto e chega alguém querendo pregar alguma coisa. E eu não acredito em sorte. Desde que o mundo é mundo e nada é por acaso a sorte não existe. Não me venham com pesquisas e provas, não vou nem ler. E o cara que gostava de Coldplay nem honrava a banda, porque ele era do tipo que tinha cd's de toda e qualquer banda de pop meloso que conseguisse colocar uma música pra tocar no rádio.
Às vezes me dá um nojo de todo mundo. E, hoje, quando eu estava voltando pra casa, me deu uma vontade desesperada de chorar, sei lá. Me jogar numa moita e me esconder de todo mundo. Eu lembro quando a minha mãe começou com umas crises, do tipo "filha, acho que estou com síndrome do pânico", e ia no psiquiatra. Eu sabia o real motivo dela precisar de ajuda, e era uma merda não poder chegar e conversar. Ou quando meu pai estava todo depressivo e blá. Daí ele se jogou em médiuns e coisa e hoje é um pagodeiro feliz (isso foi uma merda, porque ele escutava bastante rock; mas vale pelo outro lado). A minha avó é a mais emociona
da. Ela quer que eu procure ajuda para parar de roer unha, quer me benzer, quer que eu vá em psicólogos espíritas e me diz "use camisinha". Eu já não sei de mais nada.
Fiquei feliz por baixar "Fur Elise", do Mozart. É a música da caixinha, que era da minha outra avó. Foi uma história loser, porque ninguém se prestou a me contar direito a história da morte dela. Até o nome, de verdade, eu descobri há um tempo atrás. Ainda que seja o repertório de várias caixinhas de música, sei lá. Era tão única. Tocava tão alto, e tinha uma bailarina dentro que girava. Eu quase me matei quando eu quebrei a bonequinha. E ela não toca mais. Mas é linda. Por fora tem umas coisas chinesas, acho que uma mulher e seu guarda-chuvas florido, não lembro. Faz tempo que não olho. Eu lembro de ter uns quatro anos e ficar segurando bonequinhos de gesso, como se mostrando para o céu. Eu falava um monte com minha avó depois que ela morreu. Eram bonequinhos de gesso do "Circo da Eliana".
Sei lá porque eu estou dizendo isso. A verdade é que eu estou com medo.


sexta-feira, 13 de julho de 2007

TPM

Eu escutava "Julho de 83", do Nenhum de Nós, e ficava realmente esperando que os meus quinze anos não passassem. Só porque tinha um trecho na música em que o cara dizia "eu tinha quase dezesseis...". Depois de um tempo eu vi que isso era simbólico mesmo, porque eu continuei ouvindo a música com o mesmo sentimento, senão maior. E eu fiquei pensando um série de coisas hoje, mas que vou guardar para quem realmente merece ouvi-las. Não é que sejam assim muito espetaculares nem nada, mas sei lá, significam alguma coisa pra mim.
Eu fiquei prestando a atenção no que eu ando fazendo com o mundo ao meu redor e, de repente, fiquei com medo da redoma. Semi influência de uma outra música, dessa vez "Ode to my family", do Cranberries. Sabe, às vezes eu penso que nas minhas tentativas de, sei lá, me afastar de tudo eu fui longe demais. Virou um misto de claustrofobia com síndrome do pânico, para ser mais precisa. Eu não quero ficar trancada, sozinha, mas também não quero estar lá fora... pessoas.
E se aquela história de se tornar insensível for realmente verdade? Eu tenho medo de ter matado parte de mim com isso. Mesmo que eu saiba que nada morreu, enfim. Eu dormi pouco essa noite; fiquei rolando na cama e pensando na vida. Eu nem lembro da última consulta, mas eu poderia dizer que foi uma das mais importantes. Não pelas conclusões quase óbvias da mulher, mas porqu
e tiveram vários momentos em que eu realmente tive de me questionar. Ou, pelo menos, enfrentar o olhar de outra pessoa sobre mim.
Sabe, não que a gente devesse se importar, mas uma vez na vida tentar entender as visões de outros indivíduos sobre a minha pessoa, sei lá, é necessário. Para se conhecer mesmo. Porque você é a soma do que você é, interiormente falando, e de como você está, ou seja, o que seu exterior diz. Eu demorei vinte mil anos para entender que "to be" era uma coisa só, com o significado de "ser, estar" e talvez a demora tenha rendido em alguma reflexão.
Hoje é um daqueles dias do tipo "eu não pertenço a esse lugar". Comecei o dia com uma prova de literatura, que não estava agendada... É sério, eu tive que trocar de classe umas sete vezes só nesse período. Num dia qualquer eu teria me irritado muito, mas - sei lá (pela vigésima vez) - hoje foi tão diferente. Atrás de mim estava sentada uma garota, e atrás dessa, uma outra terceira. Era só passar para a fileira de classes do lado, mas todo mundo é incapaz de exercitar os glúteos no i
nverno. No verão também, lógico. Gentileza é uma coisa que não funciona o calendário inteiro.
Já não bastava a guria de trás não ter feito o pequeno esforço, visto que a merda da classe estava mais próxima dela (em vários sentidos...), ficou muito tempo reclamando como se fosse a vítima. Bah, mas se existe alguém que eu realmente abomino é essa guria. Eu sei que eu reclamo e que faço várias besteiras, mas o dia que eu ficar parecida com ela, por favor, me enjaulem e me joguem no mar. Sem pensar duas vezes.
Falta pouco tempo para o vestibular e eu fico impressionada que as pessoas, na minha turma, que mais colam nas provas são aquelas que fazem cursinho ou coisa parecida. E conseguem ir bem mal. É uma alienação incrível. Tudo bem, eu sou realmente careta e chata com essas coisas. Eu realmente odeio "malandros" e me sinto muito desgostosa por viver num país culturalmente conhecido por essa palavra. Com excessão de castigos tipo a palmatória, não me importaria que minha escola fosse bem mais rígida. Mas com uniformes japoneses, por favor, nada de bege-cocô com bordô.
Ontem, apesar de tudo, eu me senti sei lá, deficiente, com o
gato. Era o caso da pessoa com quem eu não sabia ser doce, que uma vez eu citei aqui. Não sabia e ainda não sei. É uma das pessoas que mais me desarma. Às vezes eu enxergo como um caso perdido, ou então eu percebo o elo que existe... não exatamente entre nós, mas com tudo o que está ao nosso redor: são pessoas realmente importantes para ambas as partes, que eu me arrependo de não ter conhecido antes. Sabe, eu me sinto uma intrusa de vez em quando. É o caso do "eu não pertenço".
Eu não posso negar que deixei um pouco de lado meu afeto por esses bichanos depois de tudo. O gato passou a ser um gato e, dentro disso, eu deixei de lado parte da minha identidade. Nos conhecemos há bastante tempo, antes de todos. Antes das rachaduras acontecerem, eu poderia dizer que nosso vínculo era realmente forte. A semelhanças eram muitas... eu não gostava da comparação, ora por ser algo realmente chato, ora por me sentir inferior, ora por prezar a diferença. Mas gostava do gato, ah se gostava!
Enfim, rachou. Isso nunca vai mudar, já foi discutido mas nã
o sei se haverá um consenso. Aos poucos está sendo reconstruído o castelo. Mas castelos assim são de cartas - e elas voam. Eu não sei ser doce, já disse. Me sinto culpada por não passar a sensibilidade, a delicadeza que o gato merece. Eu sou vulgar, minha fala é ríspida, eu pareço a pessoa mais fria e sebosa do mundo quando eu tento ser espontânea e divertida e não consigo. A Anita chama isso de "lado hetero da Ivy". Não por ser hetero, mas por que eu encarno um homenzinho nojento. Enfim.
Eu me sinto como se estivesse pisando em solo inimigo às vezes, como se a bandeira que eu estivesse carregando não representasse o meu brasão. Sei lá, o gato é tão querido. Foi nesse ponto que eu falei em inveja. Mas eu refleti e não é isso. Não desejo o mal do gato, em hipótese alguma. E até passei a gostar da hipótese do gato ser um gato. Só que o que, ao meu ver, nos divide, é a importância que damos às coisas. Razão x Emoção. E, claro, vários outros detalhes que envolvem terceiros...
Várias coisas que eu fiz tiveram um segundo sentido. Cor
tar o cabelo, não colocar piercing, evitar certos hábitos. É estranho quando uma pessoa bem parecida com você está por aí, nas ruas. E eu me sinto sem um lugar, como se o que eu estivesse fazendo o mesmo que me aninhar na cama do gato, no lugar dele. Não quero as mesmas coisas, não quero promoção, eu realmente prezo a individualidade. Já aconteceram situações diversas, onde eu em senti no papel de substituto, onde eu tinha que proteger o gato. Mas nós não temos mais abertura para isso; eu sinto receio, ela sente o cheiro.
Isso me deprime, não quero falar disso. Queria poder acreditar que tudo vai melhorar, mas eu não vejo um futuro muito bom. Ainda mais com direções tão opostas... mas sempre no mesmo sentido. Sei lá, eu me sinto sozinha nesse ponto. Eu me sinto um lenço de papel, tipo um brinde de uma embalagem de papel higiênico: todos iguais, juntinhos, felizes. É como se tudo que eu fizesse fosse ser comparado ao que o gato faz. Não quero ser e não sou melhor. Nem pior. Apenas poder estar no mesmo plano. Mas eu já nem sei o que é isso. Faz tempo que eu não sei.
Falta o último episódio, para eu acabar de ver a terceira
temporada de L Word (eu demorei, eu sei). Daí pego a quarta e, enfim... é esperar o resto. Foram bem tristes esses últimos. Daqueles em que você se identifica com todo mundo, e todo mundo está cheio de problemas. Sabe, eu quero poder fechar os olhos, respirar o ar gelado e ficar horas nessa felicidade. Mas sozinha eu não consigo. Vou pedir ajuda, comprar um martelinho e fugir da redoma. Esses fantasmas não me fazem bem.
Cheguei em casa e a minha mãe disse tudo errado. É a típica situação em que você pensa "ah, ela não tem culpa", pensa que ela está estressada ou preocupada, mas não deixa de ser a situação em que ela deveria ter ficado quieta. Eu não sonho com crianças, tampouco quero que elas assistam meu casamento acabar. Eu não aguento mais ouvir que "ser filho de pais separados deve ser muito bom. você ganha mais presentes, tem duas casas" e segue uma lista de coisas bem toscas. Ah sim, você passa a ser um mimado e coisas assim.
Poxa, o que eu faço é ouvir sermão em dobro, aturar os dois brigando quase sempre por minha causa, ter preocupação e pressão em dobro. Se um deles erra, o alvo sou eu. É uma merda simplesmente ser mencionada como "a tua filha". "Nossa filha" não existe mais, esse é o
peso. Existe a culpa por você ter acreditado que seria melhor assim. Mas não é. Eu não gosto dessa coisa de vida dupla, porque é desequilibrado. Eu vivo com minha mãe, o meu pai é meio ausente. Mas, por conviver com ela, é que eu reclamo dela. Logo, não tem lógica.
Com isso, eu aprendi a fugir das coisas antes que elas virem um problemão. E aprendi que "Sessão da tarde" não passa daquela seqüência semanal de filmes... essas histórias sempre são mágicas, mas nunca são reais. Sei lá, depois disso as coisas que mais me afetaram foram, sei lá, relacionadas as tentativas de poder dos outros sobre mim. Eu cresci sozinha, nunca vou me encaixar com um ambiente cheio de pessoas. Quatro pessoas, três... já é o suficiente pra eu fechar a boca e perma
necer assim eternamente. Doses homeopáticas, por favor.
Eu não quero ser mega sociável, não vejo porquê nisso. Eu não vou ser natural com o plural. Eu sou ímpar, não tenho porquê para perder minha natureza. Tentar fazer com que eu conviva com pessoas é o mesmo que me fazer andar por um trampolim, para fora do navio. A mulher disse que a distância vem da independência, que nada mais é do que medo.
Eu sinto medo das portas que eu criei, cuja chave eu engoli. Eu me sinto realmente mal, a ponto de sentar no chão e não ver o tempo passar. Por outro lado, é o momento mais feliz pelo qual eu estou passando. Tipo aquele sentimento de euforia que só te traz certezas, que só te afasta de todo esse lado mofo do dia-da-dia. É como se eu pudesse deitar a cabeça no travesseiro e realmente dormir tranqüila, porque eu confio de olhos fechados (literalmente também) em tudo o que está acontecendo, na força que existe entre quatro mãos que se cruzam, frente a frente. Olhos nos olhos. Gostaria realmente de dizer o que eu queria dizer.
Sei lá, sou a pessoa mais feliz do mundo. Porque felicidade não deixa de ser um acordo entre o Bem e o Mal. Yin e Yang.


sábado, 7 de julho de 2007

Esclarecimentos

Eu disse que não ia gostar da definição de 'chorão chato'. Nem do texto inteiro. E eu odeio falar de homossexualismo do jeito que eu sempre acabo falando. Eu não sou homo nem nada, mas enfim, por mil motivos gosto tanto de defender isso. É um dos fatores que me afasta ainda mais de algumas religiões. Eu fiquei pensando nisso hoje... "pense como um humano, não como um deus". E pensei na história das quotas (pausa para pensar se o certo é Cotas ou QUotas) aquelas, da UFRGS, para estudantes de escolas públicas e negros. No caso das escolas tudo bem - pensando, claro, que o Tiradentes, o Militar, o Aplicação, enfim são escolas bem fortes... mas, em todo o caso, tudo bem. Enfim, eu me exalto um bom com essa história. Os caras estão assinando um tratado de inferioridade para supostamente corrigir um erros de, sei lá, 400 anos atrás. Que belezinha, duas chances para ingressar... boa sorte.
Voltando ao assunto arco-íris, sei lá. Eu vi no jornal uma crítica sobre um seriado (The L Word) lésbico e tal. Eu acho um absurdo como as pessoas são incapazes de serem neutras ou abrirem a mente uma vez na vida. Aquilo lá não passa de uma novela com cenas de sexo. Óbvio que isso garante boa parte da audiência, mas não é só isso. O roteiro mesmo é bom. As pessoas têm problemas "normais", como os de todo mundo. O mundo não parou porque a história se passa em um gueto povoado por glbt-people (tá, simpatizantes também...). Reclamaram pelas cenas de
garotas se pegando mas não pensaram na história toda. Fora que, enfim, isso está longe de aparecer na Globo em horário nobre. Ficaram naquela idéia de que não passava de exibicionismo, algo do tipo 'olha pra mim, eu sou lésbica'. Primeiro que o seriado foi feito pela mesma tia que fez 'Sex and the city' e aintenção foi realmente dar uma opção para o mundo de garotas que gostam de garotas, centrando exatamente nesse ponto e não naquele conceito de 'temos que atrair homens (heteros) com isso'. A segunda coisa é que, por favor, ninguém te obriga a ficar coçando na frente de tevê para ver isso. Ai ai.
Parada Gay é outra coisa. Olha, já foi um movimento político e coisa assim, mas agora é um nojo. É exatamente aquele dia em que os reprimidos se revoltam e ficam esfregando na cara dos que não gostam (não entendem, não aceitam, enfim). Tanto é que quem fica lá nos microfones gritando, sei lá... apesar de ser engraçado, é uma merda. Claro que a idéia de 'liberte-se' é o que vale, mas sei lá. Daí surgiu a parada do orgulho hetero e muitos caras do mundinho homo não tolera. Pois é, os direitos iguais começam aí... Não precisaria ter isso de 'orgulho'. O fato de (pausa porque eu descobri que cavalos totalmente pretos são maisquelindos) você gostar de um sexo ou de outro não te põe num pódio. Isso é tão babaca. Eu fiquei vendo sobre os fatores que os diferentes profissionais apontam pra esse "fenômeno não natural". Tem o bagulho da química do corpo humano, que eu não saberei reproduzir, mas
acho muito válido, o fator 'é um filho do capeta', que eu realmente não digo nada, e o fator psicológico mesmo, que daí tem milhões de versões. Sim, devem ter mais outros fatores, mas eu me prendi no psicológico mesmo. Abuso sexual, brincadeiras inocentes infantis, pais separados, problemas em geral com a família, insegurança, enfim... tudo varia muito. A Anita briga comigo, mas eu realmente adoro isso. Sou bem chata com essas coisas de 'nada é por acaso'.
E daí eu fiquei pensando coisas soltas... "as minorias são maioria", "o mundo seria bem melhor se fosse feito de bons e não de melhores". E é bem real isso. Competir o tempo todo, para qualquer coisa... qual a moral? Isso me lembra as palestras de Marketing que eu tanto odiava. Lalala os concorrentes, temos que ser os melhores... Sei lá, eu ando cagando pra publicidade na verdade. Não quero viver num escritório montando planilhas. Cara, eu acho que fiz umas setenta folhas em uma semana, para o relatório de vendas. Fora os textos sorridentes. Sorridentes porque são textos falsos, extra comerciais, cuja função é realmente essa. Foi uma experiência, uma ficção... mas é a típica coisa idiota. O cara que lê já sabe que vai ler algo bem cínico e cheio de elogios, já está preparado para avaliar exatamente esse grau de promoção das coisas. Isso me lembra as rodinhas de discussão, onde eu sempre fui infeliz. Não digo sempre, afinal eu tive um dia iluminado e consegui falar na frente de um determinado número de pessoas e conseguir votos para ser uma das diretorinhas. Que meigo isso. No final, foi algo bem fudido. Palavrões,
ein. Porque eu sou malvadona e porque não tem como explicar de outra forma mesmo.
No fundo, o que realmente estragou toda a alegria da miniempresa foi a convivência mesmo com as pessoas. Imagine que logo nas primeiras sessões aconteceu aquela típica situação (na época não tão "típica", afinal não tinha acontecido exatamente isso comigo e portanto não acreditava que era algo "típico") onde a garotinha A, que não desgruda da garotinha B, e a garotinha B rompem seus laços de amizade. Tipo você tem uma "melhor" amiga e de repente vocês viram inimigazinhas. Bem infantil meeeesmo. Mas enfim, powerguido, dona Ivy! Não vou dizer que foi algo fácil, na verdade foi bem horrível... mas necessário. Parece dramático isso, mas depois de tudo não sei mais onde se via amizade naquela relação. E daí eu fiquei lidando com pessoas naturalmente desagradáveis e pessoas (e auxiliares morais) com quem eu já cheguei a manter certo grau de intimidade. Foi uma merda. Pelo menos votaram em mim, mas foi uma merda.
Eu ando pensando nisso, de "melhor" amigo e de como surgiu minha revolta pela humanidade. Eu realmente desprezo várias coisas - e com orgulho, o que é pior. Eu sempre classifiquei (não necessariamente expondo isso, mas enfim) a Carol Jacobi - a loira bonita com o dobro da minha altura - como, sei lá, "minha best", como adoram dizer no orkut. Eu acho chato quando você anda com um grupo de pessoas e existe uma divisão dentro disso daí
mesmo. Mas acho ques empre acontece. Sim, eu geralmente sou excluída. No máximo formo uma duplinha com alguém. Sempre tive infelicidades com trios... Daí eu pensei que não gosto de classificar não só porque é algo besta, partindo do ponto que amizade de verdade é Amizade... não deveria existir um grau disso. É seu amigo ou não é. E ponto. Mas pensei também que não tenho ninguém, pelo menos atualmente, que diria "a Ivy é minha melhor amiga".
Abertamente falando, talvez a Thays dissesse. Daí, como "eu não teria ninguém" eu não gostaria de ter que nomear alguém. Mas, passado o drama, já disse que não acho necessário.
Amigas mesmo, sei lá. Digamos que existem umas quatro que eu realmente pensam que vão se importar comigo. Garotos, sei lá. Apesar de eu sempre ter mais afinidade com eles mesmo (voltando ao tema de que mulher é cobra e que garotos sabem diversificar assuntos - com exceções, é claro), foram amizades bem mais hnm 'intensas' mas que agora já não brilham mais. Tipo algo temporário. Por um ano o cara é teu irmão, depois sei lá. Pelo menos não perdi o contato com eles. E sempre que nos falamos fica algo legalzinho. Mas enfim, as pessoas mudam e essas coisas afastam bem mais meninos do que meninas. Nem tenho provas concretas, mas é o que eu penso. E mesmo o Shao, com quem eu tenho uma relação realmente de Artur e Morgana, sei lá. Eu tenho medo de vir a cagar tudo, ao longo do tempo. Mas é uma relação em que eu realmente acredito. Ponho mãos e pés e enfim no fogo.
Eu falei da Thays ali em cima, mas não quis menosprezá-la nem ser arrogante. Na verdade eu falei dela pra minha psicóloga e depois falei algumas coisas para o Bruno e, enfim. Eu sinto que disse tudo errado, da maneira errada. Na boa, o que eu já vi e ouvi de gente logrando é guria é horrível. Eu voltei para casa, no carro, pensando se citava o nome de pessoas aqui ou não e pensei que, enfim, já é algo bem conhecido para as pessoas do meu círculo, então não faz sentido fazer isso em linguagem tão indireta. Até porque eu sei quem lê esse blog.
Eu sempre disse que tenho uma relação de amor e ódio com ela. Ela quebrou minha redoma. É natural se sentir atingido. Foi há um tempão, quando eu achava que o mundo era laranja e belo. Naquela época em que você, "pré-adolescentezinho" de merda, sofre as tranformações da idade, os primeiros problemas com amorzinhos, se mete em mil confusões por tentar ser neutro, pende para um lado e se ferra mais ainda. Daí uma guria com quem você nunca teve contato, além de saber que ela é da outra turma - do mesmo ano que você - da sua escola resolve ser sua vizinha. Legal, ela dubla músicas internacionais e dança naqueles festivais toscos de talentos. Tudo bem, eu cansei de dançar Sandy e Jr. com a Carol - a loira, ui! - ou sei lá coreografias toscas de musiquinhas da moda. Mas enfim, a garota da janela da frente agora vai tentar fazer parte da sua vida.
Sem nenhuma exceção, eu só ouvi coisas trouxas quando eu falei o ocorrido com algumas pessoas. Eu também não ia muito com a cara dela, mas no fundo sempre foi algo meio intimidante. Puxa vida, ela escuta todo mundo avacalhando ela e continua subindo num palco toda alegre. No mínimo, eu ganharia uma companhia para estudar, sei lá. Logo passamos a pertencer a mesma turma e, apesar do início de uma amizade ser sempre algo desastroso, foi tudo tão legal. A sinceridade dela me impressionou um monte. Puxa, ninguém me criticava tanto. E, bem nesse momento, as coisas da idade. Sabe, era como falar sozinha... porque ela não dizia mesmo coisas realmente construtivas o tempo inteiro mas, sabe, ela me ouvia. Além de observar e fazer caretas, ela realmente ia além. Isso foi algo realmente bom. Aos poucos, uma aprendendo a fazer parte do mundo da outra, se tornou algo legal.
De repente eu tive que aprender a lidar com o dobro de situações infelizes. Além de ser a Ivy, eu era a amiga da Thays - como se isso fosse algum pecado. Sabe, se tem alguém que realmente sabe sonhar é ela. Não falo isso com nenhum quê de tristeza ou pensando 'putz, como ela é ingênua'. Ao contrário, cara. Se tem uma coisa que ninguém é lutar pelos sonhos. Não como ela faz. Mas enfim. Então, eu fui crescendo, me revoltando com coisas
banais - como sempre - e, ao mesmo tempo, procurando criar pra ela um escudo. Com isso, eu virei uma tentativa de mãe dela por tabela. E, sabe, até hoje ela é a garota que sobe no palco para receber tomatadas. Nesse ponto, é algo que eu realmente acho infeliz, porque nunca consegui fazê-la entender a diferença entre elogios e piadas. Mas é algo que ela vai aprender com o tempo, eu já não posso fazer nada... Não que eu seja responsável por tudo isso. Na verdade já briguei muito com várias pessoas por isso.
Eu me estresso com isso, na verdade. Eu brinco com ela e falo coisas aparentemente arrogantes pelas costas mesmo, mas sabe... isso não é um direito meu - óbvio que não. Só que - e agora sim eu vou falar como a pessoa mais arrogante do mundo - eu sou amiga dela. Sou e sou. Eu sei o que se passa, eu sei o que ela pensa, o que pensam dela, eu tento ajudar, eu sei lá. Eu fico puta quando vejo que a inocência dela é tamanha que ela não entende o que está por trás do sarcasmo das pessoas. Sabe, eu era que nem ela - igualzinha - até começar a 'andar' com ela. Foi um espelho. Eu vi coisas que não via antes e isso me possibilitou abrir e fechar muitas portas. Sabe, correr atrás de amigos ou ouvir tudo o que lhe dizem é algo que não existe mais. Tentar agradar quem não está nem aí não existe mais. Você não tem que seguir um padrão se não concorda com ele. Mas não tem meeesmo!
O fator ódio e amor vem daí. Encarar a realidade com seus nuances de cinza é algo bem ruim e, de certa forma, bem raro. Eu gosto de cuidar da Thays porque, ao mesmo tempo em que eu dou marteladas na redoma dela pra ver se
ela acorda, eu sei como ela se sente e não desejo que acorde. Não que eu tenha uma vida dramática. Na verdade eu só ganhei fama de vagabunda por umas coisas completamente babacas. É bem engraçado pensar nisso, na verdade. E são os mesmos rostinhos "meigos" que eu vou desejar não ver nunca mais. É sério, a escola é um ambiente péssimo. Claro que existem momentos onde eu gostaria de não ter esse apego emocional com essa garota. Na verdade ela nem entende isso, se é que eu já falei algo. Mas eu sei que ela me considera bastante. Seria estúpido da minha parte dizer para ela "largar de mão" seus coleguinhas abobados, que só tiram da cara dela e ficam vinte anos rindo da mesma piada. Mas, com o tempo, eles passam. Sim, eu desejo isso, por mais egocêntrica que pareça a situação.
A psicóloga ficou confirmando minha culpa em relação ao tratamento que eu dou pra guria. Não é exatamente uma culpa, mas uma espécie de gratidão. Até porque o que ela fez foi muito indireto, na inocência total, sem nenhuma intenção. Ela não iria prever que eu me tornaria tão ranzinza quanto um velho chato de setenta anos. A minha má vontade com todo mundo surgiu do momento em que todos cobravam de mim coisas que não me pertenciam. Ao longo do tempo, passei a tentar me afastar de todo mundo. E não gosto de manter um círculo de amigos muito extenso, principalmente se são grupos com pessoas em comum. Fora que eu sempre tentei preservar minhas
relações maisqueamizade. Preservar dos meus amigos. Não por medo de nenhuma das partes, mas porque eu gosto de ter as coisas organizadas do meu jeito, de ter meu abrigo, meu yin yang sempre ali. É tão mais seguro ter dois lados para correr, ainda que um namorado ou coisa que o valha seja seu amigo. E ainda que seu amigo tenha uma importância extremamente grande. É legal quando a pessoa com quem você "está" é do mesmo grupo de amigos que você. O fim da relação pode ter uma tragédia ainda maior, mas é bem legal.
Não gosto quando uma das partes quer interferir na outra. Eu ainda preservo um espírito de monogamia, mesmo que eu não tenha seguido à risca isso. Então, a partir do momento em que um casal é composto de duas pessoas, não pode existir influência de uma terceira. E, enfim, meus amigos são meus tesouros - mesmo que eu ame minha solidão. Não gosto quando me sinto invadida, sei lá. Quando existem aliados eu fico bem apreensiva. Mas eu nem sei porque fiquei falando disso agora. Sei lá, meu passado é tão presente no meu dia-a-dia que nem seria loucura pensar nisso agora. Como eu gostaria de poder ter a coragem e a audácia que eu não tive. Odeio ser passiva quando me dá vontade de gritar e dizer o que eu penso. Mas enfim, creio que agora fazer a Ivy ouvir quietinha seja bem mais difícil. Ou não, né, não vou me fazer de mulherão aqui.
Ah! Chorão chatos... Bem, eu retiro oficialmente o termo (eeee! gritos de alegria). Ok, o problema não está na sensibilidade mas na parte afetuosa e criancinha da coisa. A sensibilidade é algo pessoal, você nunca vai poder
checar a intensidade disso de ninguém, senão a sua. A pessoa pode te dizer que não guardou mágoas nem nada, mas você nunca saberá se isso é verdade, o quanto a coisa a atingiu de verdade. Eu não gosto é de apelo emocional, pessoas que quase te obrigam a retirar o que foi dito porque fazem birra ou choram ou, enfim, te desarmam de algum jeito. A emoção vence a razão. Isso não existe, cadê o lado racional do ser humano? E existem pessoas que agem com essa espécie de escudo o tempo inteiro e é delas que eu não gosto. Não importa o que você disser, elas sempre te olharão com olhos suplicantes e falsos a fim de te fazer engolir seu sermão.
Ah, eu já me fiz muito. Mas me ouviram de verdade quando eu disse barbaridades sobre mim mesma, bancando a dona da razão. Pena é algo realmente infeliz. E as pessoas têm mania de admirar pessoas "boazudas". É, pensar nisso é algo bem deprimente. A sensibilidade de verdade, purinha e meiga, é bem rara, sabe. Por isso que pessoas que preservam sua emoções são mais legais. Não é esconder, é preservar. Não é preciso expor tudo o tempo todo, bancar o forte e insensível. O negócio é que já deixei de fazer o melhor em diversas situações para evitar que pessoas nem tão importantes chorassem ou coisa do tipo. Escândalos são tão desnecessários. Nossa, me senti vazia agora. Quem sabe falei demais.
Eu ando pensando no que fazer da vida e coisas assim, de maneira bem melancólica na verdade. Eu não sei se,
dentro da psicologia, quero mesmo ser uma psicóloga feliz. Eu queria mesmo era lutar por uma causa. Mas eu tenho tempo para isso, tenho mesmo. Daria para trabalhar na área criminal, sabe. Mas eu não acho que gostaria dos brasileiros. A gente olha aqueles programas americanos de investigação ou as entrevistas que fazem com assassinos em série e baba. Mas aqui, sei lá. Parece que é tudo por algum motivo aparentemente ignorante, ou a desigualdade social. Sei que é ignorância da minha parte dizer isso, mas é o que eu sinto. Não sou nacionalista. Tem os esquizofrênicos queridinhos, "amores da Ivy", e tem o caso do garoto do Sexto Sentido. Ele não é ninguém, mas eu sonho com um garoto como ele. Não para descobrir que eu estou morta, mas sei lá.
Eu tenho medo de deixar os doentes doentes, de ser anti-ética. Espero que quando forem checar minha ficha não leiam isso (hahaha). Tá certo que o seriado das lés sempre me deixa pensando na vida. É péssimo, você desliga o monitor pensando que vai chegar na esquina e a primeira mulher que aparecer vai te agarrar. Então você acorda e vê que não passa de ficção, que existem possibilidades mínimas disso acontecer e que - momento broxante - estamos no Brasil. Aqui pode não ser o pior lugar do mundo, mas enfim. Não que eu pense que seria diferente em nenhum outro lugar. No fundo, se morasse na França, diria o mesmo. Eu penso nas conversas que eu tive com o Mad sobre sexualidade e penso que no que um merda declarou sobre uma Lei que proíbe pessoas de criticarem o
homossexualismo. Imagine que o cara disse que é certo defender crianças, idosos e mulheres de críticas, mas que os homens não - pois são mais fortes para lidar com as conseqüências de seus atos. Óbvio que a lei não deve existir, afinal as pessoas têm direito de ter suas opiniões, visto que não vivemos em uma ditadura... só que enfim, o cara quer ganhar um atestado de permissão para tirar com caras que dão o cu. Em que ponto a coisa foi chegar? E eu fiquei lendo um artigo sobre pornografia na internet. Sim sim. E, de fato, o material lésbico é direcionado para homens heteros. Não existe nem muito espaço para ser feliz nisso (hahaha). O Kamasutra lés que fizeram ficou bonito. Só isso, bonito. Porque as fotos foram feitas completamente com o intuito de fazer uma fotografia bonita e não, hnm, "informativa". Você vê um peito lá e um cabelo aqui. Não vê a união das garotas nem nada. É péssimo. E daí eu fiquei pensando que a cultura glbt só serve de entretenimento mesmo, tipo 'pão e circo', sabe. Já estão tomando conta dos programas de tv.... e não é mais com o título de 'Fulano é gay', mas 'Gays sabem cozinhar'. Algo do tipo "veja, eles conseguem". Até no Márcio Garcia, aquele quadro onde você tem que descobrir quem é o gay, o solteiro e o casado da história... sei lá, o espaço que foi supostamente conhecido foi justamente esse, algo para divertir o público. Não precisa ser visto como algo natural ou entendível, mas é preciso reconhecer que é algo maior do que parece.
Mas quem sou eu para falar disso, né? Ai ai.


segunda-feira, 2 de julho de 2007

Drama;

Eu me expressei mal. Bem mal. Eu não quis dizer que não gostava de pessoas sensíveis - na verdade eu sou uma delas e, enfim, gosto mesmo da espécie. Sei lá. Talvez eu quisesse dizer que não gostava - gosto - de chorões chatos. Eu ia usar o termo dramático, mas no fundo eu também sou assim e gosto de dramas. É, acho que fico com chorões mesmo, apesar de não ter - a princípio - coisas contra quem chora. É a velha história de que lágrimas são verdadeiras sempre e, enfim, especiais e tal. Semi-inevitáveis às vezes. Mas aí vai muito de quem está chorando, porque de fato não é algo que eu ache muito fácil - sim, encarar pessoas com os olhos aguados é bem delicado, tanto para quem chora quanto para quem vê. Mas enfim. Sensibilidade eu realmente gosto. E, no fundo, toda essa máscara de indiferença que a gente insiste em pregar não deixa de ser um escudo e tal para esconder o que realmente se passa. Tá, isso não é novidade. Mas enfim, eu fiquei grilada com isso. O conceito de chorões chatos ficou péssimo. Enfim, eu só acho que é meio contraditório o lance de você se tornar uma pessoa teatralmente sensível. O motivo de aproximar pessoas a fim de te ajudar, proteger ou o que for acaba te excluindo dos demais. Sim, quem é que aguenta?! Eu já convivi um monte com pessoas extremamente emotivas nesse ponto e, até hoje, é algo que me assusta muito. Eu dei o exemplo da garota vegetariana chorando pelos bovinos. Mas, sei lá, não foi exatamente isso que eu quis ter dito. Existe um limite entre você querer dividir suas emoções... quem está ouvindo deve estar preparado para suportá-las - e, dessa vez, não falo com ar de tolerância, mas simplesmente hnm... estrutura, preparo psicológico. Até porque quem está ouvindo pode não saber o que dizer ou ser blaster sensível também. Tá, eu creio que estou fazendo o papel de dramática, mas tudo bem. Eu só sei que eu sou sensível ao cubo mesmo, do pior tipo. Eu não lembro do que almocei, mas sei tudo o que me disseram há mil anos atrás em determinada situação. Numa conversa desligada, uma vez, eu disse algo do tipo 'oh, que bonito, perdoar é algo lindo' - só que sem a breguice toda e tals. E daí eu fiquei pensando nisso e cheguei a conclusão de que é algo que eu raramente soube fazer. Ah, eu tento não ficar olhando pra trás e levar a vida na boa, mas enfim. Não sei como as pessoas simplesmente passam a borracha assim, tão do nada... querendo ou não foi um orgulho ferido, uma confiança quebrada. Claro que existe a idéia de que errar é humano e, óbvio, ninguém é perfeito - ainda bem! Mas, enfim, esquecer é algo que eu realmente não sei.
*****
E então fiquei conversando com o Shaolin, na aula. Falamos do Rui, o ex-psico dele, e de como ele deveria enxergar "o pessoal". Falamos do Salinger, da menina Ivy, de anos atrás. Foi realmente bom e eu fiquei pensando em coisas realmente antigas e, uma vez na vida, fiquei realmente indignada com a sociedade machista. Mas só por uns segundos. Daí li uns textos diversos de tarde. Um deles, ainda citando a Bíblia e os pecados do Homossexualismo, falava de fidelidade e lealdade - que podem sim andar separados. Fiquei feliz de ler isso, me lembrou o marca-páginas aquele da praia. "Ser infiel e ainda assim digno de confiança"... não que isso seja útil agora, mas enfim, fiquei pensando nisso. A partir de que ponto uma garota se torna uma vagabunda? De repente, pensei em várias coisas aleatórias - é, no Holden também. E foi tri ver o Shao falando dele e tudo. É realmente engraçado ver
a opinião das outras pessoas sobre a gente e coisas assim. Eu terminei de ler, no domingo, Nove Estórias, do Salinger e fui me ligar hoje de tarde só do final do livro. As histórias se entrelaçam muito pouco, na verdade. Mas isso não tirou a graça do livro. São nove contos bem diferentes. Em uns quatro ou cinco desses aparecem aquelas crianças estranhas que eu adoro. Killers e tudo. Quase gozei. Na verdade três contos me chamaram bem a atenção: um de suicídio, um em que a garotinha têm um amigo imaginário que morre do nada - e enfim, várias coisinhas - e uma mãe que possivelmente deveria estar presa e, o último, que te faz pensar um monte na real função das emoções, da lógica e essas coisas. O garoto prega que nós deveríamos aprender a ver o mundo com nossos olhos e não com conceitos pré-estabelecidos... ah, é muito foda. Ele te dá mil exemplos de como as emoções só atrapalham e coisas assim... não pude deixar de concordar, sabe. Mas enfim, no calor da hora é assim. Ele previa mortes e não tinha medo de morrer. A irmã dele também era outra impiedosa mocinha... Mas chega disso. Eu fiquei lendo sobre aura, mediunidade e vários fenômenos psíquicos hoje. Achei tri. Os caras não se mostraram superiores nem arrogantes nem nada, muito pelo contrário. Pregaram até aquele discurso de que todos têm poderes, basta descobrí-los. Claro que, no meio disso, achei umas coisas bem toscas. Seu eu fosse me basear nelas eu poderia me declarar uma sensitiva e tanto, cheia dos frufrus. Mas não, eu tenho os pés no chão - um deles, pelo menos. Eu fiquei lendo sobre psicoses e assassinos e coisas assim outro dia. Em enfim, gosto deles. Eu odeio a forma como as pessoas repudiam idéias sem procurar ver os ângulos das coisas. Claro que é horrível e até ignorante matar uma pessoa, mentir ou enfim, qualquer ato mal visto pela sociedade... só que existe o porém, a razão. Não se pode negar isso. Se o tio foi lá fazer cagada é porque ele tinha um (bom) motivo para isso... nada é assim por acaso. E, se o caso é doença, isso deveria ser autojustificável. É doença!, as pessoas não controlam doenças. Talvez a química, mas os atos físicos não são controlados tão facilmente. E, no fundo, vilões são mesmo legais. E até mais corajosos, porque eles vão contra a maré, geralmente se fodem e ainda ficam com um sorriso no rosto. Tá, eu embolei bem os assuntos. Provavelmente vou ler isso amanhã e me arrepender de ter me expressado mal sobre os chorões chatos. Passar bem.


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